Ceará se capacita para exportar rochas ornamentais

20 de abril de 2010 - 13:27

Após diversas discussões na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Mineral – CS Mineral, da qual a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – Nutec, faz parte, foi definida a criação do Centro de Comercialização de Rochas Ornamentais. O empreendimento conta com investimentos na ordem de R$ 1,5 milhão, já liberados pelo Governo do Estado, e deve ocupar uma área de 30 hectares doada pela Prefeitura da Caucaia, na localidade de Primavera, próximo ao Porto do Pecém.

 

O Nutec está inserido no empreendimento para a realização da caracterização tecnológica das rochas. O Geólogo do NUTEC, Joaquim Raul Torquato, afirma que para as rochas ficarem alocadas no Centro de Comercialização será preciso o certificado de caracterização tecnológica, conforme debatido na CS Mineral. “Assim, ganha o Nutec que realiza mais serviços, e o Ceará que exportará materiais certificados”, reforça.

 

No primeiro momento o Centro de Comercialização permitirá o corte das rochas para a formação de blocos e a exportação do produto, principalmente para a China. “O empreendimento reunirá num só lugar todos os blocos brutos minerados no Estado, com a devida caracterização. Funcionando como um grande mostruário”, explica o Geólogo do Nutec. No estágio seguinte, o objetivo é a atração de grandes empresas dotadas de tecnologia e equipamentos capazes de realizar o corte e o polimento da matéria-prima, possibilitando a abertura aos mercados americano e europeu.

 

Caracterização Tecnológica

 

O Nutec realiza a caracterização tecnológica de rochas, através dos laboratórios da Divisão de Materiais – DIMAT, por meio de ensaios e análises, cujo principal objetivo é a obtenção de parâmetros petrográficos, químicos, físicos e mecânicos do material, que permitam a qualificação da rocha para uso no revestimento de edificações. Os ensaios procuram representar as diversas solicitações às quais a rocha estará submetida durante todo o processamento até seu uso final, quais sejam, extração, esquadrejamento, serragem dos blocos em chapas, polimento das placas, recorte em ladrilhos etc.

 

A caracterização das rochas é constituída por ensaios físicos (conjunto de análises que determinam a porosidade, densidade e absorção de líquidos); estudo petrográfico (fornece a natureza, minerais constituintes e classificação da rocha); compressão uniaxial (determina a tensão que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços compressivos); tração na flexão (determina a tensão que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços flexores); desgaste abrasivo Amsler (indica a redução de espessura que placas de rocha apresentam após um percurso abrasivo, para simular, em laboratório, a solicitação por atrito devida ao tráfego de pessoas ou veículos); impacto de corpo duro (fornece a resistência da rocha ao impacto); flexão (simula os esforços flexores em rocha, para determinar o dimensionamento de placas a serem utilizadas no revestimento de fachadas fixadas por sistemas de ancoragem metálica).

 

Atualmente, não existe legislação que impeça a comercialização de rochas ornamentais sem a sua caracterização, contudo o Geólogo adverte para a importância de engenheiros civis e arquitetos requererem laudos atualizados que atestem a procedência e as características técnicas dos blocos de rochas empregados nas construções. “Quando uma rocha apresenta alguma deformidade, que chamamos de patologia, se diz que a rocha é deficiente. Mas quase sempre essas patologias aparecem devido ao mal assentamento e mal uso e conservação do bloco. Enquanto não se conhece as características da rocha, não se pode determinar o melhor método de assentamento a ser utilizado, a modo de uso e conservação”, explica.

 

Outros serviços

 

Devido ao surgimento de patologias nas rochas de revestimentos oriundas do mal assentamento e mal utilização, o Nutec também oferece assistência técnica para as empresas da construção civil, condomínio residênciais quanto à forma correta de assentamento, aplicações de uso e conservação. A Divisão de Materiais – Dimat, também está especializada para fazer análises químicas nos materiais das rochas; ensaio de dilatação térmica linear (para determinar o espaçamento das juntas em revestimentos); ensaio de velocidade de propagação de ondas ultrassônicas longitudinais (avaliar espaços internos nas rochas); ensaio para determinação do brilho, referente ao fator estético.

 

Assessoria de Imprensa do Nutec

Rachel Souza ( raquel@nutec.ce.gov.br / 3101.7624)