Médicos e enfermeiros são preparados para o tatamento de acidentes com peçonhentos

21 de outubro de 2010 - 17:35

Uma série histórica iniciada em 2007 indica que as cobras são as principais responsáveis pelas intoxicações de humanos por acidentes com animais peçonhentos no Ceará. Entre as serpentes, o maior número de agressões é da jararaca, que este ano fez três vítimas fatais nos município de Catarina, Tauá e Ipueiras. Para melhorar a assistência às pessoas agredidas, a Secretaria da Saúde do Estado promove nesta sexta-feira (22) a Capacitação em Tratamento Descentralizado do Paciente Vítima de Acidentes com Animais Peçonhentos e Prevenção de Agravos, que vai reunir médicos e enfermeiros que atuam na assistência ambulatorial nos 55 municípios da macrorregião de saúde de Sobral, a partir das 8 horas, no Mareiro Hotel, Avenida Beira Mar 2380.

 

Animais peçonhentos são aqueles que produzem substância tóxica e apresentam um aparelho especializado para inoculação desta substância que é o veneno; possuem glândulas que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Os acidentes com serpentes são os mais graves. Para evitá-los, o médico José Ambrósio Guimarães, coordenador do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAT), do Hospital Geral de Fortaleza, ressalta que a medida mais importante é a prevenção, como o uso de botas nas atividades rurais, onde as agressões por serpentes se concentram. Na capacitação que ele vai ministrar, além dos cuidados com o paciente, o médico reforçará a necessidade da prevenção dos acidentes.

 

Em todo o Brasil, o número de acidentes com animais peçonhentos cresceu mais de 30% em seis anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2003, foram 68.219 notificações, contra 90.558, em 2009. No ano passado, os escorpiões lideraram o ranking, com 45.721 acidentes, seguido pelas serpentes, com 22.763. Aranhas e lagartas foram responsáveis por 18.687 e 3.387 notificações, respectivamente. Ainda segundo o Ministério da Saúde, acidentes com animais peçonhentos foram responsáveis por mais de 300 mortes no Brasil, em 2009. Se ocorrer algum acidente com esses animais, o Ministério da Saúde recomenda procurar imediatamente o serviço médico.

 

Primeiros socorros ao acidentado

 

* Lavar o local da picada de preferência com água e sabão
* Manter a vítima deitada, evitar que ela se movimente para não favorecer a absorção do veneno
* Se a picada for na perna ou no braço, mantê-los em posição mais elevada
* Não fazer torniquete: impedir a circulação do sangue pode causar gangrena ou necrose
* Não furar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção
* Não dar à vítima pinga, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do país
* Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo
* Levar, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico
* Lembrar que nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento

 

 

21.10.2010

Assessoria de Imprensa da Sesa

Selma Oliveira (soliveira@saude.ce.gov.br – 85 3101.5220)