Cursos capacitam profissionais que atuam no enfrentamento ao crack no Ceará

22 de setembro de 2011 - 13:30

A Secretaria da Saúde do Ceará, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), inicia as atividades do Centro Regional de Referência na Formação de Profissionais para a Rede de Atenção Psicossocial, Crack e outras Drogas. Nos dias 23 e 24 de setembro, serão ministrados cursos com o objetivo de capacitar profissionais que atuam no enfrentamento da epidemia de Crack no Ceará.

A capacitação acontecerá, simultaneamente, em três macrorregiões de saúde: Juazeiro (Faculdade Leão Sampaio), Sobral (Escola Visconde de Saboia) e Fortaleza (Faculdade do Nordeste). Os municípios foram selecionados a partir de critérios que levaram em conta sua população, equipes de Saúde da Família implantadas, presença de Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas implantado ou em implantação e disponibilidade de Hospital Geral no município. Doze municípios atenderam aos critérios e, então, estabeleceram-se três pólos descentralizados de formação, a fim de facilitar o acesso dos profissionais que atuam nas três Macrorregiões de Saúde do Estado.

O Pólo Juazeiro atenderá aos profissionais dos municípios de Juazeiro do Norte, Iguatu, Icó e Barbalha. O Pólo Fortaleza contemplará profissionais de Quixeramobim, Canindé, Quixadá, Limoeiro do Norte, Tauá e Aracati. O Pólo Sobral beneficiará profissionais de Sobral e Camocim.

Nesta primeira etapa, serão ofertados três cursos: Curso de Aperfeiçoamento em Crack e Outras Drogas para médicos da Estratégia de Saúde da Família e nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família; Curso de Atualização em Atenção Integral aos Usuários de Crack e Outras Drogas para profissionais dos hospitais gerais; e Curso de Atualização em Gerenciamento de Casos e Reinserção Social de Usuários de Crack e Outras Drogas para profissionais das Redes SUS e SUAS.

Plano nacional

As atividades do Centro Regional de Referência na Formação de Profissionais para a Rede de Atenção Psicossocial, Crack e outras Drogas do Estado do Ceará estão inseridas no Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, uma estratégia interministerial, lançada sob a coordenação da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Ministério da Saúde (SENAD).

A Secretaria da Saúde do Ceará, através da Escola de Saúde Pública do Ceará, integra a Rede Estadual de Saúde e a Rede Nacional de Escolas de Saúde Pública que tem se voltado para as temáticas relacionadas à Saúde Mental. Cursos de capacitação e especialização em Saúde Mental oferecidos pela ESP-CE mostraram a necessidade de se ampliar a formação dos profissionais para o cuidado aos usuários de álcool e outras drogas. Também foi identificada uma maior lacuna de ofertas de qualificação nessa área, nos municípios cearenses.

Nesse contexto, a ESP-CE concorreu junto à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) do Ministério da Justiça com o projeto para a implantação de Centro Regional de Referência (CRR), com o objetivo de relatar o desenho de uma experiência que promovesse a formação permanente de profissionais das redes de atenção integral à saúde e assistência social para atenção a usuários de crack e outras drogas e familiares.

Nas últimas décadas, no Brasil, desenvolveu-se um conjunto de instrumentos normativos e jurídicos que permitiram a implantação de uma rede de serviços complexa e diversificada, onde os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são considerados dispositivos estratégicos para a organização desta rede. Apesar de estratégicos, esses equipamentos dependem de outros pontos dessa rede para alcançarem a integralidade do cuidado da população: Estratégia de Saúde da Família, Núcleos de Apoio à Saúde da Família, Emergências e Leitos Psiquiátricos em Hospitais Gerais, Centros de Referência Especializados em Assistência Social, entre outros.

Uma característica comum desses serviços, além do contexto comunitário e territorial, reside no fato de trabalharem com equipes multiprofissionais e com diferentes modos de operar e construir sua assistência, com um conjunto complexo de atividades. Este leque de atividades possibilita ao serviço manter um constante diálogo e trabalho com os demais equipamentos sociais e de controle social.

Há, cada vez mais, o reconhecimento de que para que as mudanças do modelo de atenção à saúde sejam consolidadas no Brasil é necessário que se operem uma série de dispositivos e iniciativas que garantam espaços de formação e troca para os trabalhadores da saúde. Dessa forma, é fundamental pensar-se que o processo contínuo de (re)organização dos sistemas de saúde exige que todos os trabalhadores da saúde estejam envolvidos em algum processo de formação.

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