Curso de Especialização em Vigilância e Controle de Endemias inicia módulo V

25 de outubro de 2011 - 18:03

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), através da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), realiza nos dias 26 e 27 de outubro o próximo módulo do Curso de Especialização em Vigilância e Controle de Endemias. A primeira unidade do módulo V, intitulado “Peste”, abordará temas relacionados à história natural da doença, assim como a epidemiologia, diagnóstico e tratamento, medidas de prevenção e controle da peste. Ao final da unidade, o participante deverá estar apto a analisar a vigilância e controle da peste.

 

A doença trata-se de uma zoonose de roedores silvestres que pode ser transmitida ao homem, principalmente por picadas de pulgas infectadas. Ela manifesta-se no ser humano sob três formas clínicas principais: bubônica, septicêmica e pneumônica. Na peste pneumônica pode ocorrer a transmissão inter-humana, uma situação especialíssima por sua alta letalidade, constituindo uma emergência em Saúde Pública. Atualmente, a peste é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma doença reemergente e o seu agente etiológico está classificado na classe 3 de risco biológico e na categoria A de agente de bioterrorismo pelo potencial de utilização como arma biológica.

 

No Ceará, uma das áreas focais mais importantes do Brasil, os focos estão localizados nos complexos ecológicos das Serras de Baturité, do Machado, das Matas, da Pedra Branca, de Uruburetama, da Ibiapaba e Chapada do Araripe. Na década de 1980, a peste persistiu endemicamente até 1986 na Serra da Ibiapaba e houve um surto na Serra de Baturité, com 89 casos humanos confirmados. Na década de 1990, apenas três casos humanos foram confirmados na Serra da Ibiapaba, e em 2005, um caso foi confirmado na Serra da Pedra Branca.

 

O monitoramento da circulação da Yersinia pestis nos focos é realizado através de inquéritos sorológicos em carnívoros domésticos (cães e gatos), introduzidos na rotina do Programa de Controle da Peste (PCP) em 1989. A detecção de picos de positivação em 1997, 2001 e 2005 confirma a persistência da circulação da bactéria no Ceará, o que deve ser considerada uma ameaça real e permanente de acometimento humano nessas regiões, bem como de áreas circunvizinhas, inclusive centros urbanos, tornando imperativo que todos os profissionais de saúde (assistência e vigilância) estejam preparados para lidar com o problema.

 

25.10.2011

Assessoria de Comunicação e Marketing da ESP-CE

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