Ceará é um dos dez estados que melhor distribuiu renda na década 2000-2010

22 de novembro de 2011 - 20:38

O Ceará, que no início da década passada (2000/2010) tinha a pior distribuição de renda dentre os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal, ganhou posições e hoje está em sétimo lugar, de acordo com o índice Gini – que é uma medida de desigualdade de renda -, que passou de 0,626 em 2000 para 0,556 no ano passado. Está é uma das conclusões do trabalho Ipece/Informe nº 19, que tem como título “A Evolução da Desigualdade de Renda entre os anos 2000 e 2010 no Ceará e Estados Brasileiros”.

 

O resultado do Ceará, que levou o Estado a melhorar posições, equivale a uma variação de menos 11,182%, o que, na verdade, significa dizer que o Ceará foi o décimo a apresentar melhor resultado dentre os 26 Estados e o Distrito Federal, no que diz respeito à melhoria na distribuição de renda. A análise foi divulgada nesta terça-feira (22) pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado.

 

O trabalho do Instituto – divulgado em entrevista coletiva pelo diretor Geral do Ipece, Flávio Ataliba – mostra o bom desempenho do Ceará relativamente aos demais estados da região Nordeste, sendo o que mais reduziu a desigualdade durante a década. A queda no índice de Gini cearense foi ainda mais acentuada quando se analisa a área urbana, onde a concentração de renda caiu 11,27%. Na área rural esse índice apresentou uma queda bem inferior. Sergipe foi o estado que obteve pior resultado, reduzindo a desigualdade em apenas 0,88%, embora na área rural a redução tenha sido quase 20%.

 

Tendo como base os dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada, o estudo do Ipece revela, por exemplo, que, ao se analisar por áreas censitárias, constata-se que, em geral, a desigualdade é maior nas áreas urbanas dos estados, se comparada às áreas rurais, mais fica evidenciado que em todos os estados brasileiros houve uma queda na desigualdade de renda, tanto no meio rural quanto no meio urbano.

 

A desigualdade de renda no Ceará reduziu mais do que no Nordeste e no Brasil, tanto quando se considera toda a população quanto ao se considerar apenas a área urbana. No entanto, no meio rural do estado verifica-se uma queda na desigualdade menos significativa, comparado à região e ao país. Santa Catarina, tanto em 2000 quanto em 2010, possuía os menores índices de Gini do Brasil e foi o estado onde a desigualdade mais caiu durante esses anos, apresentando uma redução de 17%. Por outro lado, o Distrito Federal mostrou-se o mais desigual no ano de 2010, exibindo uma diminuição de apenas 5,6% no índice de Gini, comparado a 2000.

 

As reduções no Gini foram observadas em todas as regiões do país, no entanto, a dinâmica de redução da desigualdade no período foi diferenciada entre as regiões brasileiras. A região Sul, além de apresentar os menores níveis de desigualdade, foi a região em que o Gini apresentou a maior redução. O segundo maior avanço na igualdade de rendimentos foi observado na região Centro- Oeste, que em 2000 possuía o maior índice de desigualdade. A região Nordeste, embora tenha registrado uma redução significativa na concentração de renda no período, passou a ocupar o posto de região mais desigual do país em 2010.

 

LEI GINI

O Coeficiente de Gini é a medida mais comumente utilizada na mensuração da desigualdade de renda. Desenvolvido por Corrado Gini em 1912, o valor do índice varia no intervalo entre 0 (zero) e 1 (um), em que o valor 0 reflete completa igualdade e 1 representa a completa desigualdade (uma pessoa tem toda a renda enquanto os outros não têm nada).

 

22.11.2011

 

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