Unidade de AVC do HGF ganha destaque no VII Congresso Internacional

15 de outubro de 2012 - 15:20

A Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) passou a ser a primeira do Brasil habilitada pelo Ministério da Saúde com nível 3 por garantir assistência integral aos pacientes, desde a emergência aos serviços de retaguarda. A portaria de habilitação será assinada pelo ministro Alexandre Padilha durante a abertura do VIII Congresso Internacional de AVC (Word Stroke Organization), em Brasília. Essa foi a primeira vez que um país da América Latina realizou o Congresso, que reuniu mais de três mil médicos, dentre eles o diretor da Unidade de AVC do HGF, o neurologista João José de Carvalho. “Isso, além de significar o reconhecimento pelo trabalho que estamos desenvolvendo, significa, a partir de agora, um aporte anual de R$ 2.171.750,00 para o HGF. Este acréscimo permitirá melhorarmos ainda mais o atendimento aos pacientes com AVC incorporando novas tecnologias no futuro”, ressalta João José.

 

AVC2“Com esses recursos novos, a Unidade AVC, que já é uma referência pela complexidade e qualidade no atendimento às vítimas da doença que mais mata no Estado, conquistando a habilitação nível 3, será ainda mais completa, agregando novos procedimentos adotados nos maiores centros de saúde do Brasil e do mundo”, completa. Ele lembra das inovações tecnológicas e de acesso a serviços modernos feitas pelo Governo do Estado na Unidade do ano de 2009 para cá, destacando os trombolíticos para todos os pacientes e a aquisição do tomógrafo multi-slice. O moderno equipamento realiza o exame em apenas 5 segundos enquanto o antigo fazia a tomografia em 20 minutos.

 

A Unidade de AVC do HGF faz parte do Programa de Atendimento Integral e Integrado às Vítimas de AVC da Secretaria da Saúde do Estado, que, além da área assistencial, se sustenta nas vertentes epidemiológica e educativa. O secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, destaca que “a conquista da habilitação não é resultado de uma única ação. É consequência de uma política de saúde de assistência às vítimas para prevenir a doença e reduzir as incapacitações e os óbitos. O AVC causa 4.200 óbitos por ano, em média, no Ceará”, afirma o Secretário. Ele observa que a assistência será em rede, vai se expandir aos novos hospitais regionais construídos pelo Estado no interior. O primeiro será no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, que ainda este ano terá a Unidade de AVC funcionando para atender a população dos 44 municípios da macrorregião do Cariri. Em seguida, será o Hospital Regional Norte, em Sobral. No próximo ano, com previsão a partir de março, a população dos 55 municípios da macrorregião Norte também receberá assistência especializada no tratamento ao AVC na própria região, sem necessidade de deslocamento para a Unidade de AVC HGF, na capital.

 

Com 20 leitos e equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, a Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza é a maior do país. Por ano, segundo João José de Carvalho, reduz em 30% a mortalidade causada pela doença em 50% a incapacitações das vítimas. Em números absolutos, evita cerca de 150 mortes e 400 pacientes ficam livres de sequelas graves.

 

Experiência do HGF

 

A experiência da Unidade de AVC do Hopsital geral de Fortaleza foi apresentada no último sábado (13), durante o VII Congresso Internacional. Com a palestra  “Stroke Epidemiology, Patterns of Management, and Outcomes in Fortaleza, Brazil, o chefe da Unidade do HGF, João José Carvalho,  apresentou  os dados epidemiológicos e, mesmo com o curto período de tempo, os números já mostram melhorias significativas no atendimento ao AVC em Fortaleza.

 

Ele ressalta que os pacientes estão chegando mais cedo aos hospitais, o que ajuda no tratamento,  a quantidade de pacientes que se beneficiaram da trombólise (o tratamento que dissolve o coágulo) quadruplicou, foi triplicado o número de pacientes que fizeram investigação completa do AVC, diminuição em 30% o número de pacientes que apresentaram pneumonia durante a internação pelo AVC e ainda a redução da permanência no hospital (de 17 para 15 dias) e a mortalidade hospitalar (de 27% para 17%).

 

AVC“Esses indicadores mostram que os pacientes com AVC estão sendo tratados em Fortaleza como nunca haviam sido antes. Com nossas ações estamos dando dignidade ao paciente do SUS quando tem um AVC oferecendo a ele o que existe de melhor para seu tratamento. Claro que ainda temos que avançar mas o que já conseguimos é hoje destaque em todo o Brasil. Durante o Congresso Mundial, fomos procurados por inúmeros colegas de outros estados querendo saber como estávamos conseguindo estes indicadores e muitos agendaram visitas para conhecer melhor o nosso projeto”, conclui o neurologista.

 

Sobre o AVC

 

Conhecido também como “derrame cerebral” ou “trombose”, o AVC é ainda a principal causa de incapacidade.  O AVC mata mais do que infarto, os diversos tipos de câncer, acidentes, crimes, drogas, AIDS, etc.

 

Pouco se divulga, mas o AVC mata mais mulheres do que o câncer de mama e mais homens do que o câncer de próstata. “O bom desta história, é que apesar da sigla AVC significar acidente vascular cerebral, o AVC não é um acidente: é uma doença prevenível. Controlando os chamados fatores de risco, podemos evitar 90% dos AVCs. Ou seja, só tem AVC quem tem e não controla a pressão, o diabetes e o colesterol elevado ou ainda fuma, bebe em excesso, é sedentário ou obeso”, destaca João José.

 

Ele ressalata ainda que trata-se de uma questão de conscientização e educação. “Não é a toa que na maioria dos países do chamado primeiro mundo, o AVC já é a terceira e em alguns a quarta causa de morte. Adicionalmente, ter estruturas adequadas para o tratamento do AVC é essencial para diminuir as mortes e sequelas”, afirma.

 

Hoje, o Ceará é o único estado do País que tem oficialmente um dia dedicado à atenção do AVC, o dia 29 de outubro e tem um programa específico para o AVC aprovado no Conselho Estadual de Saúde. O Estado do Ceará ainda foi o primeiro e único estado da federação a bancar com recursos próprios o uso da medicação trombolítica (medicação que dissolve o coágulo nos casos de AVC isquemico) nos hospitais públicos.

 

Adicionalmente temos a maior Unidade de AVC do Brasil a do HGF e estamos implantando a mais abrangente e resolutiva rede de assistencia integral e integrada ao AVC do país.

 

Com a inauguração da Unidade de AVC do Hospital Regional do Carirí (início de novembro), do Hospital Regional de Sobral (em fevereiro ou março de 2013) e dos hospitais de Quixeramobim e Metropolitado, atingiremos a nossa meta que é: em 2015, nenhum cearense morará a mais de 01 hora de uma unidade de AVC.

 

15.10.2012

Coordandoria de Imprensa do Governo do Estado com informações da Assessoria de Comunicação da Sesa

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