Laboratórios ligados a Sesa ajudam no controle de doenças transmitidas por vetores

14 de maio de 2014 - 13:34

A cada ano, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo são infectadas e mais de um milhão vem a óbito por doenças transmitidas por mosquitos, moscas, carrapatos, caramujos e outros vetores. São doenças que não passam diretamente de uma pessoa para outra, transmitidas geralmente por insetos, responsáveis pela veiculação biológica de parasitas e microrganismos ao homem e animais domésticos. No Brasil, inúmeras doenças são transmitidas por vetores, com destaque para dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela e esquistossomose. No Ceará, para dar suporte aos programas de controle das doenças transmitidas por vetores, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) mantém equipes e laboratórios de entomologia. Em Fortaleza funciona o Núcleo de Controle de Vetores, da Coordenadoria de Promoção e Promoção (Rua Tabajaras, 268 – Praia de Iracema) e no Interior laboratórios nas 21 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES).

 

A Entomologia Médica é o estudo dos insetos, e outros artrópodes, vetores de agentes causadores de doenças para a espécie humana, como vermes, protozoários, bactérias e vírus. Um exemplo é o Aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue. As doenças transmitidas por vetores afetam as populações mais pobres, particularmente onde há falta de acesso à moradia adequada, água potável e saneamento. Pessoas desnutridas e aquelas com baixa imunidade são especialmente suscetíveis. Nas últimas duas décadas, muitas doenças importantes transmitidas por vetores reapareceram ou se espalharam para novas partes do planeta. Mudanças ambientais, aumento substantivo de viagens e do comércio internacional, mudanças nas práticas agrícolas e uma rápida urbanização não planejada estão causando aumento no número e na disseminação de muitos vetores em todo o mundo e tornando novos grupos de pessoas vulneráveis.

 

Todos as equipes e laboratórios de entomologia da Sesa realizam a investigação básica da biologia e distribuição dos vetores para dar suporte aos programas e avaliar o impacto das ações de controle das doenças. Em colaboração com a Vigilância Epidemiológica e os agentes de endemias, as equipes realizam planejamento mensal e fazem cotidianamente a captura e análise laboratorial de vetores. É esse trabalho, por exemplo, que identifica os municípios com infestação pelo Aedes aegypti, divulgados semanalmente no Boletim Epidemiológico da Dengue. Foram também ensaios laboratoriais que determinaram em 2009 e 2010 a troca de inseticidas utilizados no fumacê por causa da resistência do mosquito da dengue aos produtos utilizados até então. Em 2009, o inseticida Deltametrina foi substituído pelo Malation e, em 2010, o larvicida organofosforado usado foi trocado regulador de crescimento Diflubenzuron.

 

O laboratório de entomologia do Nuvet dá suporte aos programas de controle de vetores mantidos pelo núcleo – dengue, malária, leishmaniose, animais peçonhentos, doenças emergente (febre maculosa e arboviroses), doença de Chagas, raiva e leptospirose. Todos os laboratórios regionais realizam investigação básica dos vetores da dengue, leishmaniose e doença de Chagas. Alguns deles realizam outras investigações, como do vetor da malária, conforme o planejamento elaborado com base no perfil epidemiológico da região. Em Sobral, a equipe de entomologia da CRES faz a investigação do vetor da peste, doença bacteriana transmitida através da picada de pulgas infectadas. As equipes também realizam investigações eventuais como resposta a manifestações epidemiológicas de agravos à saúde.

 

Nas CRES, as equipes de entomologia funcionam com até 20 profissionais, com no mínimo dois agentes de campo, que fazem a captura de vetores no ambiente, e três técnicos de laboratório, que realizam os ensaios. No ano passado, o Curso de Especialização Lato Sensu em Entomologia Médica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) formou no Ceará, com apoio da Sesa, 17 técnicos com atuação na área de entomologia nas CRES de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Russas, Baturité, Sobral, Maracanaú, Tauá e Canindé. Para o trabalho, os profissionais dispões de armadilhas, lupas e microscópios biológicos e estereoscópicos. No último ano foram reformados os laboratórios de entomologia de Baturité, Russas, Limoeiro do Norte, Brejo Santo e Juazeiro do Norte. Os três últimos integram o projeto nacional de estudo da ecologia e monitormento da leishmaniose em áreas impactadas pelo Projeto de Transposição do Rio São Francisco, parceria da Fiocruz com a Sesa.

 

14.05.2014

Assessoria de Comunicação da Sesa

Selma Oliveira / Marcus Sá  (selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5220 – 3101.5221)

Twitter: @SaudeCeara

www.facebook.com/SaudeCeara