Cadeia de TIC estadual reúne-se para discutir entraves e potencialidades do setor

25 de agosto de 2015 - 21:25

Cerca de 500 pessoas participaram do Seminário +TICeará – Conhecimento, Oportunidades e Desenvolvimento, realizado na última segunda-feira (24/8), na Assembleia Legislativa. Durante todo o evento, foram discutidos temas que irão ajudar na formulação das propostas para um programa unificado de ações com vistas ao desenvolvimento do setor no Estado.

 

De acordo com o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda, é necessária uma ação conjugada entre governo, empresas e universidades com vistas ao alcance de um modelo que desenvolva, de forma plena, o setor no Estado. Hoje, há cerca de mil empresas dedicadas exclusivamente à TIC com bom rendimento. Destas, 10 já faturam mais de R$ 500 milhões. Mesmo assim, há muitos entraves que barram o desenvolvimento da área no Estado e que foram discutidos no seminário.

 

 

Incentivos e impactos das Políticas Públicas

 

R MG 7253O primeiro painel do Seminário +TICeará, “Políticas Públicas de TIC”, destacou os investimentos em infraestrutura e as necessidades de mão de obra para o setor. Moderado pelo secretário Inácio Arruda, contou com a participação do diretor do CTI Renato Archer, Victor Mammanna; do diretor da Angola Cables, Antonio Nunes; do presidente da ETICE, Adalberto de Paula Pessoa; do presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza – Citinova, Tarcísio Pequeno; e do presidente da Câmara Setorial de TIC da Adece, Márcio Braga.

 

Os incentivos para a produção no Brasil também foram discutidos. Em sua fala, Victor Mammana divulgou algumas iniciativas do governo federal que fomentam essa produção, sendo uma delas a Certificação de Tecnologia Nacional, a CERTICS, criada para comprovar se um software  é resultado de desenvolvimento e inovação tecnológica no País.

 

A proposta lançada por Mammana foi a criação de uma certificação nos moldes da CERTICS para o Nordeste, já que ela serve de instrumento às organizações que buscam a qualificação para a preferência em compras públicas e diferenciação no mercado. “Uma ideia seria criar uma certificação a nível regional como estímulo para as empresas daqui”, sugeriu.

 

Outro aspecto abordado no painel foi a infraestrutura do Estado para o desenvolvimento da TI. O diretor da Angola Cables, Antonio Nunes, empresa líder em circuitos de voz e dados por cabos submarinos de fibra óptica, cuja chegada ao Ceará foi recém anunciada, disse que a “escolha de Fortaleza como uma das bases da empresa deve-se não só aos fatores geográficos privilegiados, mas pelo potencial humano para a criação de sistemas de informação”.

 

A empresa está investindo R$ 92 milhões para a construção da infraestrutura técnica de telecomunicações que ligará Fortaleza e Angola criando um polo intercontinental de transmissão de ligações submarinas, com 6165 km de fibras óticas. Fortaleza também receberá um data center através de parceria firmada em julho entre a empresa e a Prefeitura Municipal de Fortaleza que cedeu terreno na Praia do Futuro para construção do empreendimento.

 

O novo polo tecnológico, que será o quinto do Nordeste, e também terá impactos na melhoria da produtividade e da competitividade, na geração de empregos, na criação de novas políticas de desenvolvimento e atração de novas empresas.

 

Do ponto de vista estrutural, o Cinturão Digital do Ceará também deixa o Ceará em uma posição privilegiada com seus 3087 km de cabos ópticos, possibilitando o acesso a Internet de qualidade na capital e interior.

 

O presidente da Etice, Adalberto Pessoa, lembrou ainda que hoje existe uma diversidade maior de serviços e uma necessidade cada vez maior de interação entre o governo e a população. “Hoje, desde a hora que acordamos estamos ligados à TI. O despertador é o próprio celular e já saímos para o dia conectados a vários aplicativos. Estamos mergulhados em um mundo de bits e bytes. Nesse cenário, a TI com certeza é um instrumento de governança e cidadania e desenvolvimento de soluções como o e-Gov, Portal da Transparência, pregões eletrônicos, sistemas de certificação digital, votação eletrônica, dentre outros”.

 

Do ponto de vista da qualificação profissional, o presidente da Citinova, Tarcisio Pequeno, afirmou que mesmo com todo o potencial do Ceará produzimos abaixo da nossa capacidade, embora haja grande interlocução com as grandes empresas internacionais. “Muitas dessas empresas vem porque temos a possibilidade de com a competência do nosso pessoal contribuir com o sucesso delas”, avalia.

 

Encerrando o painel, o presidente da CSTIC, Márcio Braga, afirmou que é preciso trazer mais gente para a Computação. “Falta mão de obra. Apesar de termos muitas vagas, salários altos, faltam talentos. Por que? Há alguma coisa errada nisso. Precisamos melhorar a relação universidade-empresa, ter empresas mais inovadoras. Como melhorar esse ecossistema – governo, mercado, profissionais, conhecimento, cidadão?”, questiona.

 

 

Inovação e Desenvolvimento

 

Empresas fornecedoras e consumidoras de TIC apresentaram seus potenciais, desafios e demandas para o setor durante o painel “Inovação e Desenvolvimento”. Participaram do painel o diretor de sistemas e logística do Grupo Pague Menos, Pedro Praxedes; do gerente de Negócios e TI do Grupo M. Dias Branco, Ricardo Pena Branca; do presidente do Grupo Secrel, Ricardo Liebmann, do diretor da 85 Labs, Igor Ary Juaçaba e do diretor executivo da Secretaria de TI da Unifor, Joaquim Bento Cavalcante Neto.

 

O moderador da mesa, prof. Antônio Serra, que coordena o Laboratório de Desenvolvimento de Softwares do Instituto Federal do Ceará, disse que o objetivo é discutir como academia, universidades, empresas e startups podem interagir para, de forma conjunta, cooperada e integrada desenvolver mais ainda a TIC no Ceará.

 

“Além da vocação, o Ceará tem uma série de atrativos que dá uma condição privilegiada para desenvolver essa área. Precisamos saber quais os caminhos para darmos esse salto, de aproveitar esse potencial e fazer diferença no âmbito nacional”, frisou.

 

 

Estratégias e Oportunidades

 

Fechando os debates ocorridos dentro da programação do Seminário +TICeará, o painel “Estratégias e Oportunidades” discutiu quais caminhos o setor estadual poderá trilhar para ter melhor aproveitamento de suas potencialidades.

 

Participaram do painel o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda; a coordenadora do curso de Ciência da Computação da Universidade Estadual do Ceará, Ana Luíza Bessa de Paula Barros, atuando como moderadora; o gerente de Negócios Sustentáveis da Companhia Siderúrgica do Pecém, Erasmo Pereira; o superintendente de TI da Unimed Fortaleza, Fabrício Diógenes; o presidente da Lanlink, Charles Boris; o superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, Francisco José Bezerra; e o diretor do Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação da Universidade de Fortaleza, Antonio Roosevelt Chaves.

 

Os painelistas apresentaram o histórico de suas instituições e as maiores dificuldades e oportunidades vivenciadas por cada uma dentro da área de TIC. Entre os temas abordados, destaque para a questão do financiamento público e a necessidade do fortalecimento do ecossistema estadual através, por exemplo, da preferência na aquisição de produtos/serviços desenvolvidos por empresas cearenses.

 

Para o secretário Inácio Arruda, o saldo do seminário foi positivo. “O evento mostrou que possuímos gente capaz de tocar o setor. Temos é que alavancar os negócios para que a TIC se desenvolva mais, seja articulando entre os atores ou preparando o Ceará para ampliar as oportunidades que vêm de fora. Importante também utilizar nossas universidades e fazer uma liga com o mercado”, finalizou.

 

 

Realização

 

O Seminário +TICeará: Conhecimento, Oportunidades e Desenvolvimento foi uma realização da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Câmara Setorial de TIC da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (Citinova), Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio).

 

 

24.11.2011

 

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