Ipece divulga PIB do 2º Trimestre de 2015

10 de setembro de 2015 - 22:32

O Estado do Ceará registrou crescimento acumulado 1,01% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro trimestres, apesar do cenário de retração de 5,32 no 2º trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. “A perspectiva é de que o Ceará fique ainda acima da média nacional no acumulado anual. Isso vai depender dos desdobramentos da crise nacional”, avaliou o diretor do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, Flávio Ataliba.

O acumulado nos últimos quatro trimestres permanece acima da média nacional, que foi de -1,2%. Segundo Flávio Ataliba, um dos grandes fatores para o registrado neste trimestre é a queda do setor de serviços, que representa 84% da economia cearense. “Essa relevância para o Estado do Ceará é maior que no Brasil. Isso vale para o bem e para o mal”.

RFlávioEle argumentou que a base de comparação, o período pré-Copa do Mundo em 2014, foi um momento de grande elevação nos índices. “Por um lado você está comparando com algo que tinha uma base muito elevada com um fenômeno atípico que era a copa do mundo. E por outro, o próprio cenário nacional. O Ceará faz parte da federação brasileira, tem rebatimentos locais”, disse, acrescentando que os fatores mais decisivos para o índice foram o comércio e a intermediação financeira, por conta de juros e inflação.

Já o setor de alojamento e alimentação, ligado ao turismo, manteve crescimento de 0,77%. “Momento de crise é também o momento de abrir novas perspectivas. Com a alta do dólar e de outras moedas frente ao Real, podemos ser mais atrativos para os turistas internacionais e até para os brasileiros. A própria intenção do governador em ter uma carteira de concessões também é uma das medidas”, avaliou.

Disciplina fiscal
Outro fator relevante foi a redução na arrecadação do serviço público. Segundo os técnicos do Ipece, o Ceará tem mostrado uma disciplina fiscal. Ao mesmo tempo em que se reduziu as receitas, também reduziu as despesas. O Estado se ajustou a esse momento de dificuldade financeira. “O Ceará se antecipou e fez um ajuste logo no início do ano. Isso já deu uma sinalização muito importante com a preocupação com a situação fiscal do Estado”, disse. Ele acrescentou que o Estado tem de buscar novas fontes de arrecadação.

Agropecuária e Indústria
Já a agropecuária apresentou decréscimo por conta de períodos de estiagem, segundo o Ipece. “Tivemos chuva muito concentradas no litoral onde não é o forte da produção agrícola, que é mais na região do Cariri e Jaguaribe. Isso refletiu na estimativa”, explicou a técnica de políticas públicas para Agropecuária do Ipece, Ana Cristina Lima. Ela acrescentou que a alta apresentada na produção de galináceos de 26,56%, foi decorrente de uma transferência de consumo de bovinos (-3,29), mais atingido pelos índices de inflação.

Segundo Witalo de Lima, analista de políticas públicas para a indústria, a Construção Civil foi o setor da indústria que manteve estabilidade em relação ao mesmo trimestre do ano passado, com crescimento de 0,44%. “Segundo semestre tende a ser mais positivo que o primeiro trimestre. A conjuntura realmente não está fácil. Não é uma garantia, mas uma perspectiva de um olhar mais otimista da economia. Concessões que estão na agenda do Governo tendem a clarear mais para o final do ano”, afirmou.

O menor consumo das famílias no comércio levou a um desaquecimento na indústria puxado especialmente pela fabricação de produtos têxteis, de aparelhos e materiais elétricos e bebidas.

PIB
O PIB trimestral é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo. Além do Ceará, mais sete estados brasileiros realizam o cálculo de sua economia trimestralmente, a saber: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Estados utilizam a mesma ponderação das Contas Regionais. É calculado com base nos resultados dos três setores: Agropecuária, Indústria e Serviços, e desagregados por suas atividades econômicas. O PIB indica somente uma tendência de crescimento ou arrefecimento da economia, suas informações e resultados são preliminares e sujeitos a retificações, quando forem calculadas as Contas Regionais definitivas, em conjunto com o IBGE e as 27 Unidades da Federação.

 

Queiroz Neto / Fotógrafo / Governo do Ceará

 

10.09.2015

Giselle Dutra
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