Chance de cura aumenta para até 80% com diagnóstico precoce do câncer infantil

16 de outubro de 2015 - 21:15

Emily dos Santos, com apenas cinco anos, já vai passar por uma cirurgia: a retirada de um cisto próximo à coluna cervical. Emily, assim como outras crianças, veio do interior para a capital porque o Hospital Infantil Albert Sabin, da rede pública do Governo do Estado, é a referência no tratamento do câncer infantil para todo o Estado. “Os exames ainda não disseram se é câncer, ou não. Mas a doutora achou melhor trazer logo”, disse a dona de casa Cláudia Costa dos Santos, 40 anos, mãe de Emily. Selma Castro, oncologista pediátrica do Albert Sabin, destaca “se diagnosticado precocemente, o câncer infantil tem até 80% de chance de ser curado”. E foi com base neste dado que foi implantado o Programa de Diagnóstico Precoce do Câncer, em 2009, pela Associação Peter Pan, em parceria com o Hospital Infantil Albert Sabin e a Secretaria da Saúde do Estado.

 

Com o programa, de acordo com Selma Castro, oncologistas pediátricos do  Hospital Albert Sabin capacitam outros profissionais da saúde para perceberem os primeiros indícios da presença do câncer infantil e, desta forma, encaminhar rapidamente para tratamento. “Isso foi criado porque a gente via que tinha muita criança do interior que demorava a chegar aqui. Quando chegavam, chegavam tardiamente. Então, esse menino que tinha 80% de chance de cura, passava a ter 40% ou 50%”, explicou.

 

A equipe de capacitação é formada por oncologista, enfermeira, psicólogo e assistente social. Eles começaram os trabalhos em Fortaleza, onde 10 turmas foram capacitadas por 40 profissionais médicos, enfermeiros e agentes de saúde. “Ou seja, o Programa Saúde da Família (PSF) foi treinado. Mas o alvo principal eram aqueles agentes de saúde que atuam nos locais mais distantes para que, uma vez que haja a suspeita do problema, o paciente não fique esperando. O próprio agente de saúde, sozinho ou junto com uma enfermeira, arruma um carro e traz o menino”, afirma Selma Castro.

 

“O diagnóstico precoce faz a diferença. Por exemplo, um tumor no rim, num estágio 1 ou 2, que é um tumor que não invade nada. O paciente faz quatro semanas de quimioterapia, tira o tumor e faz algumas sessões de quimio de 3 a 6 meses, pronto, vai para manutenção. Agora, se o diagnóstico demorar, o tumor vai invadindo as outras estruturas, ele agora é estágio 3 ou 4, esse menino não vai tomar só quatro semanas de quimioterapia. Vão ser dois anos e mais agressivo”, explica.

 

Depois da capital, a capacitação passou para a Região Metropolitana e macrorregiões do Ceará, como Sobral, Sertão Central e em Juazeiro do Norte, cidade de Emily e da mãe dela, Cláudia. A mãe conta que Emily passou um ano sendo acompanhada por médicos do município, mas o cisto que crescia recebeu outro diagnóstico. Ela só foi encaminhada para o Albert Sabin quando uma assistente social de Barbalha, que havia passado pela capacitação, entrou em contato com a médica oncologista Nádia Trompiere, coordenadora do Diagnóstico Precoce do Câncer.

 

 “A assistente social ligou para doutora Nádia, leu os exames para ela por telefone e doutora achou melhor trazer pra cá, para acompanhar”, disse Cláudia. Mãe e filha estão sendo acompanhadas há um mês e esperam poder resolver o problema de saúde após a cirurgia. “Eu só tenho a agradecer”, falou Cláudia, emocionada e com esperança de que a filha fique bem em breve.

 

 

Cura

Após ficar livre do câncer, o paciente ainda fica sob manutenção por 10 anos. Somente depois desse tempo ele é considerado completamente curado. O tratamento no Hospital Infantil Albert Sabin foi implantado há 30 anos, neste período, mais de mil pacientes conseguiram completar o ciclo.

 

 

Referência nacional

O Hospital Infantil Albert Sabin, que é referência regional e até nacional no tratamento do câncer infantil, tem 27 oncologistas pediátricos. Entre janeiro e outubro de 2015, 120 meninos e meninas foram diagnosticadas com a doença pelo hospital, 118 delas seguem em tratamento. Nesse período foram registrados dois óbitos.

 

“Agora, que fique claro, os casos de câncer não aumentaram. Os pacientes chegam mais ao hospital, há mais diagnósticos precoces. E essa parceria que a gente tem com a Associação Peter Pan, onde eles assumem outras funções também importantes, como a ¨Visita Amiga¨ e o trabalho de assistência social é importantíssima”, destacou  Selma Castro.

 

 

Multiprofissionais

Além disso, há ainda outros especialistas que acabam se envolvendo no tratamento contra o câncer, principalmente, os cirurgiões. Neuropediatra, ortopedia, oftalmologia, todos acabam contribuindo. “Todo o hospital é envolvido e tudo que o CPC precisa a gente dá o apoio. Até porque o Centro Pediátrico do Câncer é uma evolução do tratamento que era feito antigamente no Albert Sabin. As crianças com câncer eram tratadas dentro do próprio hospital, em um bloco que tinha 23 leitos”, disse a diretora do HIAS, Marfisa Portela, ressaltando ainda que exames de ponta são feitos nos laboratórios do hospital. De acordo com Marfisa Portela, atualmente, o hospital conta com uma equipe de 528 médicos, 240 enfermeiros, 634 auxiliares e técnicos de enfermagem. O hospital atende uma média de 600 crianças por dia.

 

 

16.10.2015

 

Assessora de Comunicação do Hias
Diana Vasconcelos
(85) 3256-1574
imprensa@hias.ce.gov.br
t: albertsabince
f: albertsabince

 

Giselle Dutra
Gestora de Célula/ Secretarias

 

Governo do Estado do Ceará
Coordenadoria de  Imprensa – Casa Civil