Mosquito Aedes agypti: todo mundo tem que combater

19 de janeiro de 2016 - 13:47

Motivos não faltam para todo mundo combater o Aedes aegypti e ter mais cuidados do que nunca. O mosquito é bem perigoso. Transmite três doenças: dengue, Chikungunya e Zika. Para as grávidas o perigo ficou ainda maior porque a Zika, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada com os casos de microcefalia nos bebês. Conforme o último boletim epidemiológico, elaborado e divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado foram notificados 193 casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus Zika de 2015 até a última sexta-feira, 8 de janeiro, em 48 municípios.

A dengue, somente em 2015, deixou 55.588 pessoas doentes em 172 municípios cearenses. Total de óbitos: 72. Da Zika não há registro do número de casos, com o primeiro ano de circulação da doença no Estado, com comprovação no laboratório Evandro Chagas, em Belém, tendo ocorrido no ano passado. O Evandro Chagas é a referência de laboratório do Ministério da Saúde para o Ceará e todos os Estados do Nordeste e Norte. Já em relação a Chikungunya, os 11 casos notificados no Ceará de 2014 a 2015 são todos importados, de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como a República Dominicana, Suriname e Taiti.

Como evitar essas doenças? Não deixando o mosquito Aedes aegypti nascer dentro de casa, na escola, no condomínio, na empresa, na igreja, nas quadras de futebol, nas praças. E não deixar nascer é ter cuidado com tudo, até mesmo uma tampinha de refrigerante ou um copo descartável jogado numa calçada, na rua, que podem acumular água. A fêmea põe os ovos e no primeiro contato com gotinhas de água eclodem, viram larvas, pupas e depois o mosquito adulto. Tudo isso muito rápido. Com as condições de temperatura e umidade do Ceará, em oito dias o ovo, em contato com água, vira mosquito adulto e sai.

Mobilização social

A participação e envolvimento da população são fundamentais na prevenção e controle do mosquito. Quanto mais informações e mobilizações melhor para intensificar a prevenção. Ciente disso, o Governo do Estado realiza a campanha ¨Todos contra o mosquito¨, com veiculação em tvs, rádios, com folderes e cartazes já distribuídos em todo o Estado. O Governador Camilo Santana criou a Sala Estadual de Enfrentamento ao Mosquito Aedes aegypti, que funciona no Palácio da Abolição para incentivar e intensificar a mobilização social. O Governador criou ainda as brigadas para promover a inspeção em todos os prédios públicos do Governo do Estado. Pelo menos uma vez por semana, as brigadas fazem a inspeção para evitar e controlar os focos. O Núcleo de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde do Estado já capacitou brigadas de diferentes órgãos e secretarias, entre eles Semace, Seduc, Seplag, Cagece, Cogerh, Sema.

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O MOSQUITO AEDES AEGYPTI:

Qual a origem do mosquito Aedes Aegypti?
O Aedes aegypti é originário do Egito. A dispersão pelo mundo ocorreu da África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa oeste para a Ásia.

Por que o nome Aedes Aegypti?
O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. Culex significa “mosquito” e aegypti, egípcio, portanto: mosquito egípcio. O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Logo verificou-se que a espécie aegypti,  descrita anos antes, apresenta características morfológicas e biológicas semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e não às do já conhecido gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti.

Quantas pessoas um mosquito é capaz de infectar?
Os mosquitos fêmea sugam sangue para produzir ovos. Se o mosquito estiver infectivo, poderá transmitir o vírus nesse processo. Em geral, mosquitos sugam uma só pessoa a cada lote de ovos que produzem. O mosquito tem uma peculiaridade que se chama “discordância gonotrófica”, que significa que é capaz de picar mais de uma pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito infectivo transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família, no mesmo dia.

Por que só a fêmea pica?
A fêmea precisa de sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho não produz ovos, não necessita de sangue. Embora possam ocasionalmente se alimentar com sangue antes da cópula, as fêmeas intensificam a voracidade pela hematofagia após a fecundação, quando precisam ingerir sangue para realizar o desenvolvimento completo dos ovos e maturação nos ovários. Normalmente, três dias após a ingestão de sangue as fêmeas já estão aptas para a postura, passando então a procurar local para desovar.

O que é a febre por Vírus Zika?
É uma doença viral aguda, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

Como é transmitida?
O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.

Há tratamento ou vacina contra o Zika vírus?
Não existe O tratamento específico. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus. Não há vacina contra o Zika vírus.

Como evitar e quais as medidas de prevenção e controle?
As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais.

Prevenção domiciliar

Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes deve ser implementada pelos habitantes.

Individualmente, pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso repelentes na pele exposta ou nas roupas.

Prevenção na comunidade

Na comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade de mosquitos vetores. Os programas de controle da dengue para o Aedes aegypti têm sido voltados para o controle de mosquitos imaturos, muitas vezes por meio de participação da comunidade em manejo ambiental e redução de criadouros.

Como denunciar os focos do mosquito?
As ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto voltadas principalmente para a esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.

O que fazer se estiver com os sintomas de febre por Vírus Zika?
Procurar o serviço de saúde mais próximo para receber orientações.

O que é a microcefalia?
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.

Quais as causas desta condição?
Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

O que é o vírus Zika?
O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti.

Já há confirmação que o aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus Zika?
O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascido no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.

A partir desse achado do bebê que veio a óbito, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.

As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

O achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação doença.

A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

O que fazer para não deixar o mosquito nascer?

– Manter a caixa d’água limpa e bem tampada.
– Limpar o quintal, no mínimo uma vez por semana, retirando todo o lixo.
– Não acumular nos quintais móveis velhos, eletrodomésticos ou qualquer objeto que possa acumular água.
– Colocar o lixo em saco. Amarrar o saco. Só colocar na calçada nos dias de coleta.
– Nunca jogar lixo nas ruas. Até numa tampinha de refrigerante o mosquito pode se multiplicar.
– Deixar as calhas sempre limpas.
– Os pneus usados devem ficar em locais cobertos para não juntar água.
– As garrafas devem ficar com a boca para baixo.
– Antes de armazenar água, lavar bem, com sabão e escova, os baldes, bacias e potes. É preciso tampar todos os depósitos de água.
– Evitar cultivo de plantas com água. Água acumulada, por menor que seja a quantidade, é um risco para a criação do mosquito.
– Limpar a bandeja que fica detrás da geladeira.
– Manter os ralos limpos telados, com os aparelhos sanitários sempre fechados.
– Receber o Agente de Endemias em sua residência.

19.01.2016

Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá / Helga Rackel ( selma.oliveira@saude.ce.gov.br / 85 3101.5221 / 3101.5220)
Twitter: @SaudeCeara
www.facebook.com/SaudeCeara

Giselle Dutra
Gestora de Célula / Secretarias

Coordenadoria de imprensa do Governo do Estado
Casa Civil
comunicacao@casacivil.ce.gov.br    / 85 3466.4898