CE Pacífico: as cores e os sabores do alto do morro

9 de março de 2016 - 17:24



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Pelos botecos, botequins, mercearias, feiras, bares e restaurantes do Vicente Pinzon e região estão diversos personagens com suas histórias, temperos e receitas encantadoras.

Ao andar pelas ruas, encostas e ladeiras íngremes do território do Vicente Pinzon, bem como suas cercanias, pode-se perceber uma urbe com hábitos e rotina do Interior. O sentimento de pertencimento e apropriação àquele lugar é observado na medida em que todos sabem os nomes uns dos outros, dos restaurantes mais  MVS9047 webfamosos, das lojas, das feiras e seus feirantes. Ainda mais quando, por seus diversos pontos, a bela vista da nossa Capital é desenhada na janela da varanda ou sala de muitos dos moradores da região, cercados pelos arranha-céus imponentes e abraçados pelo mar.

Tanta característica própria não poderia deixar de inspirar artistas, esportistas, educadores, mestres em culinária, donas de casa, crianças e jovens. Principalmente as cores e sabores que só uma comunidade tão unida e hospitaleira pode ter. Assim, a cultura local se faz ainda mais presente na comunidade através de sua gastronomia. Por seus botecos, botequins, mercearias, feiras, bares e restaurantes estão diversos personagens com suas histórias, temperos e receitas que fazem lotar os estabelecimentos.

Um lar e dois amores

 MVS9316 webEntre esses personagens ilustres está um homem que fez o seu negócio crescer após conhecer o seu grande amor no alto do morro. Trata-se de Gelson Gonçalves de Freitas, de 58 anos, morador do bairro Vicente Pinzon há 12 anos. Quando trabalhava como garçom, Gelson caminhava diariamente da Varjota, onde morava anteriormente, para o seu antigo ofício, no Vicente Pinzon.

Em meio a tantas caminhadas, encontrou o seu maior motivo para se mudar de vez para o local. Apaixonou-se por sua atual esposa, Solange de Freitas, moradora do Vicente Pinzon há 30 anos. O casal passou por diversos percalços, mas atualmente  MVS9276 webos dois são donos de um dos restaurantes mais conhecidos e disputados da região: o “Ponto da Muqueca”.

“Tenho orgulho de dizer que sou do Vicente Pinzon e do grande Mucuripe. Sinto que sou parte dessa história que já tem nos dado tantas alegrias”, declara Gelson, com sua simpatia que conquista.

Quando perguntado, o dono do “Ponto da Muqueca” comenta o motivo de tanta fama dos seus pratos. “Acho que temos de fazer tudo com muito amor e prazer. Foi o amor que me trouxe até aqui – desde que conheci minha esposa, formei minha família e ganhei amigos – e é com ele que vou seguir. Todos  MVS9340 webperguntam, por exemplo, qual é o segredo para uma moqueca tão comentada. E digo: ‘nosso tempero aqui é o amor’. Isso é o que faz nosso prato ser tão especial”, comentou entusiasmado.

No alto do morro, o restaurante do ex-garçom Gelson de Freitas oferece uma linda vista de um bairro alegre e arejado pelos ventos que sopram ao mar. E como se não bastassem esses atrativos naturais, ainda há o cheiro e o sabor dos quitutes feitos pela equipe de Gelson. “Trabalham comigo 16 funcionários, todos moradores do bairro. São pais, mães, estudantes, além da minha própria família envolvida, que sustentam suas famílias, através de um sonho que é compartilhado”, finaliza.

A cores e costumes das feiras populares

 MVS9049 webAndando um pouco mais pelas ruas do bairro, pode-se avistar uma boa feira acontecendo – dessas com frutas e verduras frescas, plantas (ornamentais ou medicinais), temperos, brinquedos artesanais, tudo junto em um mesmo local. A popularidade das feiras é tão grande que na região há, pelo menos, uma por dia.

Foi em uma delas, na Avenida dos Jangadeiros, no Castelo Encantado, que um simpático e eloquente feirante resolveu se instalar naquele dia. Antônio Félix, de 60 anos, ou “Louro”, como é popularmente conhecido, é um dos cerca de 20 feirantes que  MVS9042 webvendem suas mercadorias na feira do Castelo Encantado. Ele, que chama a atenção por suas muitas histórias e espontaneidade, já trabalha no ramo há 13 anos. Anteriormente, Antônio Félix, natural de Lavras da Mangabera, tinha sido motorista de ônibus, percorrendo as principais cidades do Brasil, o que lhe rendeu parte de suas grandes e boas histórias.

“Acordo todos os dias com toda a disposição para por minha barraquinha nos principais pontos do meu bairro. Tenho filhos adultos e já bem criados. Fruto de muitas das felicidades que essas minhas vendas me trouxeram. Moro há 27 anos no bairro e sou muito feliz, graças a Deus. Não há nada melhor do que esse chão e esse vento daqui”, declamou o feirante quase poeta.

Da alta culinária à simplicidade do sabor

 MVS9141 webMuitos são os estabelecimentos especializados em frutos do mar, na região conhecida popularmente como “Grande Mucuripe”. Porém, um dos lugares bastante frequentados e comentados é, certamente, o restaurante “La Villany”. Extensão da residência da dona Maria Vilani Rodrigues, 60 anos, a cozinha foge muito ao circuito turístico gastronômico de Fortaleza, mas é muito apreciada pelos clientes.

A casa discreta, por trás da Via Expressa, convida a entrar pelo cheiro. O La Villany é um ambiente simples e aconchegante, a comida é farta e deliciosa, sendo apreciada por anônimos e artistas como Wagner Moura, Gal Costa, Ney Latorraca, Paula  MVS9231 webBurlamaqui, Marcelo Rosenbaum, entre outros. “Saber que meu restaurante está sendo tão comentando dá ainda mais responsabilidades para que esteja sempre à altura do nosso cliente. Sinto-me bem porque estou em minha casa, no meu bairro e com as minhas pessoas. Gosto de onde moro e sou feliz aqui. Não nasci, mas moro no Mucuripe há 44 anos exatamente no mesmo lugar. Formei minha família, criei meu filho, e é a moradia do meu neto”, ressaltou a dona do restaurante.

Vilani Rodrigues nasceu em Parajuru, localidade conhecida por sua vila de pescadores. Logo cedo, seu pai chegou à Capital para tentar a vida como construtor de barcos. Em seguida, toda a família foi residir próximo à orla da cidade. Durante muitos  MVS9226 webanos, Vilani foi bancária e não tinha qualquer prática com a culinária. Tentou diversos negócios, mas logo passou a pesquisar sobre frutos do mar e começou a praticar.

“O meu sonho é poder ver todos os sonhos do meu filho e do meu neto sendo realizados. Já não trabalho mais para viver. Quero qualidade de vida para viver bem e trabalhar com ânimo, felicidade e orgulho. E essa satisfação eu tenho aqui na minha casa e no meu bairro. Convido a todos para que venham e conheçam um pouco mais das coisas belas do nosso Mucuripe”, disse animada.

Serviço:

– Ponto da Muqueca

Local: Rua Pescador Chico Bindá, 223 – Vicente Pinzon (Próximo ao Mirante)
Horário de funcionamento:
Terça a sexta, das 11h às14:00 / 18h às 23h
Sábados e domingos, das 11h às 23h
Telefone: (85) 3263 – 3867 (aceitam encomendas e entregas)

– La Villany

Local: Rua Olga Barroso, 331 (próximo a Igreja Nossa Senhora da Saúde)
Horário de funcionamento:
Terça a sexta, das 11h às15:00
Sábado, das 11h às 22h
Domingo, das 11h às 17h
Telefone: (85) 3263-5056 (aceitam encomendas)

– Feiras populares

*Santa Teresinha
Dia: terças e domingos (das 6h às 13h)                                          
Local: avenida Dolor Barreira, S/N (entre as ruas Veneza e Álvaro Costa)

*Bairro do Mucuripe
Dia: quinta-feira (das 6h às 13h)
Local: rua Senador Machado, S/N (na Praça da Igreja Nossa Senhora da Saúde)

*Castelo Encantado
Dia: segunda-feira e quarta-feira  (das 6h às 13h)
Local: avenida Dos Jangadeiros, S/N (entre as ruas Francisco Alves Pereira e São Bernardo do Campo)

*Praia do Futuro

Dia: segunda-feira (das 6h às 13h
Local: Rua Edmundo Falcão, S/N (esquina com a Rua Ipaumirim)

Dia: sábado (das 6h às 13h)
Local: ruas Murilo da Silveira e Pintor Antônio Bandeira, S/N (Esquina com a Av. Dioguinho)

 

– Confira o conteúdo completo sobre o Vicente Pinzon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

09.03.2016

Fotos: Marcos Studart / Governo do Ceará

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