CE Pacífico: Servidores estaduais e egressos do sistema penitenciário recebem certificado de coaching

27 de junho de 2016 - 20:52

O projeto “Coaches por um Ceará Pacífico” certificou 153 pessoas da rede de atendimento do Estado, incluindo 19 egressos do sistema penitenciário

“Eu descobri em mim pensamentos que eu nem sabia que existiam”. As palavras de Rodrigo Moreira, 35 anos, egresso do sistema penitenciário, resumem bem o que significou pra ele o treinamento de coaching, oferecido gratuitamente pelo Pacto por um Ceará Pacífico. Rodrigo está entre as 153 pessoas que receberam a certificação nesta segunda-feira (27), no Centro Administrativo Bárbara de Alencar (Palácio Iracema). Para ele, os encontros fizeram com que ele “abrisse os olhos”. “Posso ter mais oportunidades, uma vida nova. Valorizo mais o que acontece de bom”, diz ele, que trabalha hoje como arquivista no Fórum Clóvis Beviláqua.

O projeto “Coaches por um Ceará Pacífico”, que teve início em fevereiro deste ano, foi composto de 10 encontros e teve como objetivo principal difundir a cultura de paz entre diversos profissionais que fazem parte do quadro do Governo do Estado, além de egressos, agentes e gestores do sistema penitenciário.

Mariano Silva é agente penitenciário e explica que o coaching potencializa o que há de bom no ser humano – seja na área pessoal ou profissional. “É preciso direcionar todos os nossos desejos para um objetivo em comum na sociedade, isso leva ao sucesso em todas as áreas”, diz Mariano. Ele também pontua o maior desafio que enfrentou durante o treinamento: “perdoar”. “Esse foi o processo mais difícil pra mim, mas vejo que hoje tenho melhores condições de contribuir com a minha família e meu trabalho”, diz.

A certificação contou com a presença da vice-governadora do Estado e coordenadora executiva do Pacto por um Ceará Pacífico, Izolda Cela. Para ela, os pilares da autorresponsabilidade e da gratidão, que fazem parte da temática dos treinamentos, são essenciais para construir uma convivência mais pacífica no Ceará. “Conseguimos ouvir a força nos depoimentos, nas histórias de superação, a força dessas ideias. Aprender a não transferir mais a culpa dos nossos problemas e sempre agradecer são ferramentas de real transformação, principalmente dentro do serviço público”, comenta Izolda.

O secretário da Justiça e Cidadania do Estado, Hélio Leitão, também esteve presente na solenidade e reconheceu a importância do treinamento coaching. “Nada mais alinhado com a ideia de humanização do que um treinamento que faça com que as pessoas reconheçam em si o poder de fazer o bem e disseminar a ideia de paz”, pontua o secretário.

Na ocasião, 23 coaches também receberam certificados por terem executado o treinamento de forma voluntária.

Entre os beneficiados pelo curso de coaching estavam médicos, enfermeiros (eixo Saúde), professores (eixo Educação) e 71 pessoas ligadas ao sistema penitenciário do Estado (eixo Justiça), entre eles egressos das unidades prisionais, agentes penitenciários e colaboradores da Secretaria da Justiça e Cidadania, como gestores da pasta e diretores de unidades.

Os egressos que tiveram acesso ao treinamento participaram do projeto por meio da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e Egresso (Cispe), da Sejus, que emprega e capacita detentos para o mercado de trabalho.

O que é coaching

O coaching é um processo de desenvolvimento humano, que utiliza ferramentas voltadas para o alcance de metas e objetivos. O intuito do coach é proporcionar realização e alta performance pessoal, profissional ou mesmo emocional ao atendido, conduzindo-o de seu estado atual (análise da vida que tem levado) até o seu estado desejado (a vida que ele gostaria de ter), trabalhando suas limitações internas e externas, ao mesmo tempo em que um plano de ação é traçado e aos poucos, sendo executado.

O método possui ferramentas voltadas para desenvolver a inteligência emocional, a autoestima, o autoconhecimento, a liderança, a resiliência e a alta performance, entre outros benefícios. O objetivo central do movimento “Coaches pela Paz” é contribuir com a prevenção da violência, a redução da criminalidade, o resgate da sensação de segurança e a construção de uma cultura de paz no Estado.

27.06.2016

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