Com apoio da Funcap, pesquisador produz equipamento de baixo custo para tratamento de água

13 de julho de 2016 - 13:27 # # # #

Os pesquisadores Carlos Pestana e Samylla Oliveira participaram do projeto ajudando a, por  exemplo, solucionar alguns obstáculos em relação à qualidade da água. Crédito: José Capelo/Acervo pessoal

O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Capelo Neto, está desenvolvendo um método de tratamento de água para comunidades rurais de até 20 famílias que atenda à qualidade da água recomendada para o consumo humano. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

O projeto “Filtração Rápida em Múltiplas Etapas Aplicada a Pequenas Comunidades do Semiárido” está sendo desenvolvido no centro de pesquisa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), na Estação de Tratamento de Água (ETA)  Gavião, em Itaitinga.

Para a execução da pesquisa, filtros de pressão de piscinas de baixo custo foram comprados e conectados em série para promover o tratamento de água de açudes ou lagoas. Resultados preliminares indicam que o equipamento deve ser eficiente tanto referente à qualidade da água tratada quanto ao baixo uso dela para lavagem e manutenção.

“O objetivo foi utilizar a tecnologia e o conhecimento científico para chegar a uma configuração construtiva simples, ou seja, apesar de termos usado ciência e tecnologia complexas no desenvolvimento do projeto, o equipamento resultante é de extrema simplicidade e funcionalidade. O mais interessante é que procuramos desenvolver o equipamento utilizando materiais simples, produzidos nacionalmente, e técnicas construtivas locais.”, explica o professor. “A grande genialidade do equipamento é o arranjo e a sequência de peças simples encontradas em qualquer loja de construção do bairro”, complementa.

De acordo com o pesquisador, estações de tratamento de água convencionais costumam utilizar até 30 % da água produzida para limpeza da própria estação, sobrando apenas 70% para o consumo. Os resultados preliminares indicam que o novo equipamento utilizaria apenas entre 4 a 7 % da água produzida, dependendo da qualidade da água bruta.

Segundo José Capelo, o projeto será concluído até o fim deste ano. O pesquisador cogitou patentear o equipamento, em conjunto com Funcap e Cagece, para garantir a permanência dele sob domínio público, tornado possível entregá-lo à sociedade.

No entanto, o mecanismo para fazer o equipamento chegar realmente às comunidades rurais ainda não foi definido. “Uma ideia inicial seria capacitar e treinar pequenas indústrias em municípios do interior do estado para a fabricação destes equipamentos, criando, assim, uma rede construtiva e de manutenção sustentável, aliando a isso à disseminação tecnológica, a geração de empregos e de riqueza no estado”, explica o professor da UFC.

Apoio da Funcap

O projeto conta com o apoio da Funcap por meio do Edital 12/2013 – Programa Infraestrutura Laboratorial – Áreas Estratégicas: Semiárido. Para o pesquisador, a Funcap “sabe como ninguém as necessidades da nossa terra e foca na solução das nossas particularidades. Este projeto teria chances exíguas de ser aprovado em chamadas nacionais, por exemplo, do CNPq ou da Capes, exatamente porque trata de um assunto extremamente localizado. Dessa forma, a Funcap enxerga melhor nossas necessidades e realidade”, destaca José Capelo.

Também participam da pesquisa o engenheiro do Sistema de Saneamento Rural (SISAR/CAGECE) Fernando Victor Galdino Ponte, mestre em Engenharia Hidráulica e Ambiental pela UFC, e Helísia Pessoa Linhares, estudante do curso de Engenharia Ambiental e bolsista de Extensão. Com bolsa de extensão da UFC, Helísia está trabalhando na contagem das cianobactérias e verificando a eficiência dos filtros em função da remoção das mesmas ao longo do processo de tratamento.

Pesquisador da Robert Gordon University, na Escócia, o professor Carlos J. Pestana participou do projeto ajudando a solucionar alguns obstáculos em relação à remoção de cianobactérias e toxinas da água tratada. “Uma ajuda internacional que vem a fortalecer a tecnologia e propagar nossa capacidade técnica e científica pelo mundo”, pontua o professor da UFC. Samylla Oliveira, mestre em Engenharia Ambiental pela UFC, com experiência profissional na Cagece e na área de tratamento de água, está contribuindo com a pesquisa por meio de uma bolsa do CNPq.

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13.07.2016

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