Parceria entre Pefoce e Banco de Olhos diminui fila de transplante de córnea

22 de setembro de 2016 - 20:09

 

A alegria de poder enxergar pela primeira vez ou voltar a ver é uma das sensações que poucas pessoas conseguem sentir, mas é desejada por pessoas no país inteiro que aguardam por um doador de córnea. A doação é um ato de solidariedade que traz benefício não só para quem precisa mas também aos familiares que sofrem junto. O mês de setembro é dedicado a alertar a população sobre a importância de doar órgãos e salvar vidas, além de conscientizar os familiares dos doadores sobre o processo de doação. A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), órgão vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), aderiu à campanha iluminando de verde a fachada da sua sede.

A dor de uma família que perde um ente querido pode se transformar e se converter na possibilidade de que outra pessoa ganhe uma nova chance de viver. Para que isso aconteça, a Central Estadual de Transplantes atua na captação de órgãos e tecidos para centenas de pessoas que aguardam serem contemplados em todo o Estado. O sofrimento de familiares, transformado em solidariedade, estimula os profissionais de saúde cearenses a agir rápido e com o máximo de respeito, pois cada minuto que passa pode ser crucial para que alguém possa receber um órgão.

Desde fevereiro deste ano, a Pefoce, por meio da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel), se uniu ao Banco de Olhos do Ceará para acelerar a captação de córneas no Estado. Uma equipe de acolhimento atua na sensibilização das famílias para que as córneas sejam captadas e levadas para os pacientes receptores. Caso haja autorização dos familiares, um profissional do Banco de Olhos faz a captação das córneas durante necropsia na sede da Pefoce. Em apenas seis meses de existência, a parceria já vem colhendo frutos. Hoje, a fila de espera para receber uma córnea caiu de oito meses (aproximadamente 880 pacientes) para cerca de três meses (301 pacientes).

Para a diretora do Banco de Olhos do Ceará, Dra. Marineuza Rocha Memória, a colaboração foi fundamental para a diminuição da fila de espera. “Com a implantação do núcleo de captação do Banco de Olhos na Pefoce, conseguimos reduzir o número de paciente que aguardavam na fila em cinco meses. Antes, só fazíamos a coleta no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Hoje, ela também é feita na Pefoce e na Santa Casa da Misericórdia de Sobral. Esse dado é uma grande conquista para toda a nossa sociedade. É um alívio também para os pacientes e suas famílias, pois agora aumentam as chances de serem chamados”, conta.

No Ceará, a Pefoce conta também com uma equipe de prontidão para realização de necropsia em pessoas vítimas de mortes violentas no IJF. “Esse procedimento dentro do centro cirúrgico acelera a coleta de múltiplos órgãos para serem disponibilizados na Central de Transplantes do Estado, além de agilizar a liberação do corpo para os familiares”, explica o coordenador de Medicina Legal da Pefoce, Renato Evando Moreira Filho.

Sistema de transplante

O Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, com cerca de 95% dos procedimentos e cirurgias realizados com recursos públicos. Ao todo, o Estado conta com 62 hospitais que notificam potenciais doadores nas redes pública, privada e filantrópica, cadastrados no Ministério da Saúde. Até agosto deste ano, foram realizados 1.047 transplantes em todo o Estado. Ano passado, o Estado registrou uma marca recorde de 1.433 transplantes. Em sequência, os órgãos e tecidos mais transplantados deste ano foram: córnea, rim, fígado, medula óssea e coração.

Entenda

A doação de órgão é regulamentada pela Lei nº 9.434/1997. Ela define, entre outras coisas, que a retirada de órgãos e tecidos de pessoas mortas só pode ser realizada se houver diagnóstico de morte cerebral constatada e registrada por dois médicos e com a autorização de cônjuge ou parente até o segundo grau, maior de idade. Para se tornar um doador de órgão, o cidadão não precisa deixar nenhum documento por escrito. Basta comunicar sua intenção a um familiar para se tornar um doador de órgão.

Os órgãos que podem ser doados são: coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e válvulas cardíacas. A maior parte destes órgãos deve ser retirada assim que for diagnosticada a morte encefálica do paciente, assim como, o transporte deverá ser feito imediatamente, pois o prazo para manter o órgão em condições para a doação, em muitos casos, é inferior a 24 horas. Já para os tecidos, são passíveis de doação, as córneas, medula óssea, pele, cartilagem, ossos e sangue.

22.09.2016

Kélia Jácome
Assessora de Comunicação
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)
Governo do Estado do Ceará
(85) 3101.6518 e 8766.0028

Expediente imprensa2-01