Hospital São José orienta sobre prevenção a hepatites virais

12 de setembro de 2017 - 11:22 # # #

Franciane Amaral - Assessoria de Comunicação do Hospital São José
(85) 3101.2324/ 98961.3880

Segundo o autônomo Leonardo (nome fictício), de 52 anos, foi em uma “época muito conturbada” que ele contraiu hepatite. Ele ainda morava em São Luís, no Maranhão. “Eu bebia muito, era a minha diversão. Não me cuidava. Tinha uma vida muito bagunçada. Acabei pegando hepatite e ainda levei o vírus para a minha esposa”, desabafa. Hoje, ele e a esposa fazem tratamento no Hospital São José, da rede pública do Governo do Ceará.

Devido às sequelas da hepatite, mesmo curado, Leonardo continua tomando medicamentos. “Por pouco minha doença não agravou. A médica disse que eu quase me tornei um candidato a transplante de fígado. Tive muito medo”, diz. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, 50% das indicações de transplantes de fígado no Brasil são em pacientes com hepatites virais. Em todo o país, a hepatite C é a maior responsável pela cirrose hepática e, por consequência, pelos transplantes hepáticos. “A prevenção dos transplantes de fígado passa pela prevenção da hepatite”, afirma a hepatologista do HSJ, Elodie Bonfim.

Atualmente, o ambulatório de hepatites virais do Hospital São José acompanha 1.200 pacientes da capital e do interior. “Somos pioneiros. Fazemos o ambulatório que mais acompanha pacientes com hepatites virais em todo o Ceará”, ressalta. Nesse acompanhamento, estão as consultas especializadas, que são agendadas, exames e distribuição de medicamentos.

Cerca de 2% da população do Ceará tem hepatite tipo B ou C, segundo o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. As últimas estatísticas indicam 3 milhões de brasileiros estão com o vírus da hepatite C e não sabem, enquanto outros 3 milhões convivem com o vírus da hepatite B. Neste ano, de acordo com dados obtidos na Planilha de Notificação Semanal da Secretaria da Saúde do Ceará, até a semana epidemiológica (SE) Nº 35, foram notificados 113 casos de hepatite B e 127 de hepatite C, com dois óbitos, no estado.

Desde 2015, o Hospital São José, seguindo a orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Ceará, distribui medicamentos mais modernos e mais eficazes para o tratamento das hepatites virais. A medicação para hepatite C utilizada até 2015 tinha de 30 a 40% de eficácia. Agora, a chance de cura passa de 95%. São remédios mais modernos e com menos efeitos colaterais para o paciente.

Prevenção

Como não existe vacina contra a hepatite C, a prevenção depende de conhecer as formas de transmissão do vírus e evitá-las. Para isso, é necessário não utilizar drogas injetáveis nem compartilhar objetos de higiene pessoal, como escova de dente e lâminas de barbear e de depilar, por exemplo, nem acessórios de manicure e pedicure, como alicates, lixas, tesouras e espátulas. Não se deve também usar instrumentos para tatuagem que possam conter sangue, porque o vírus chega a sobreviver quatro dias fora do corpo humano. Verificar, quando for fazer exames, se agulhas ou quaisquer outros objetos que entrem em contato com sangue são descartáveis ou se estão devidamente esterilizados. No caso da hepatite B, que também pode levar o paciente a indicação de transplante de fígado, a transmissão pode ocorrer através de pequenos ferimentos na pele e nas mucosas; pelo uso de drogas injetáveis e por relações sexuais sem proteção. Contra a hepatite B há vacinas disponíveis.

Diagnóstico e tratamento

A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.

Por ser uma doença silenciosa, o período de incubação varia entre 10 e 30 anos. As pessoas demoram a saber que têm o vírus. O diagnóstico precoce ajuda no tratamento e aumenta muito a chance de cura. Todas as pessoas com mais de 40 anos podem fazer o teste para hepatite B e C, que está disponível nas Unidades Básicas de Saúde da capital e do interior. Ana Maria (nome fictício), de 39 anos, estava grávida da terceira filha quando descobriu, durante o pré-natal, que tinha hepatite C. “Foi um susto. Nem acreditei”, fala a dona de casa, que já chegou à fase grave da doença e conseguiu a cura da hepatite depois do tratamento no ambulatório do Hospital São José.

Para primeira consulta no Hospital São José, é necessário que o paciente procure antes um posto de saúde para o agendamento e encaminhamento. Já as consultas de retorno, a marcação é feita diretamente Ambulatório de Hepatites Virais HSJ. A consulta com o especialista acontece todas as segundas, das 13 às 18 horas, quartas, das 8 às 13 horas, e sextas-feiras, das 13 às 18 horas.

Serviço
Ambulatório de Hepatites Virais do Hospital São José
(85) 3101.2343