Setembro verde: jovem transplantado comemora oportunidade de voltar a enxergar

19 de setembro de 2017 - 15:44 # # #

Débora Morais - Assessoria de Comunicação do HGF
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“Quando recebi o transplante de córnea, fiquei muito aliviado, pois a minha visão já estava muito ruim e eu não sabia mais o que fazer. Se eu pudesse encontrar a família do meu doador, eu iria agradecer muito pelo que eles fizeram por mim”, declara o estudante Kauê Bandeira Campos, 23, que há 20 dias fez o transplante de córnea no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública do Governo do Ceará.

Há dois anos, Kauê foi diagnosticado com ceratocone, uma doença inflamatória que altera o formato da córnea. Atualmente, ele já está em casa e se recupera bem da cirurgia do transplante. “Acredito que campanhas desse tipo são muito importantes não só para conscientizar, mas também para estimular e fazer o alerta para a doação de órgãos”, ressalta sobre a importância do Setembro Verde, campanha que faz referência à cor do laço símbolo mundial da doação de órgãos e tecidos para transplantes.

O HGF é um hospital terciário de referência em atendimento a casos de alta complexidade e é um dos principais centros transplantadores do Brasil. Neste ano, até este domingo, 17 de setembro, 419 transplantes foram realizados no Hospital Geral de Fortaleza. Destes, 100 de rim, 40 de fígado e 288 de córnea. No mesmo período, o Banco de Olhos do HGF recebeu 244 doações de córneas, das quais 53 foram captadas no próprio HGF.

Em 2016, o Ceará zerou a fila de espera de transplantes de córnea, depois de 34 anos realizando esse procedimento, iniciado em 1982. “Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela ABTO e indica a situação em que o paciente que precisa de um transplante não necessita esperar pelo tecido porque ele já está disponível para a cirurgia.

Saúde ocular

A córnea localiza-se na parte anterior do globo ocular e, com a esclera, compõe a parte fibrosa e protetora do olho. A boa visão é consequência da transparência dessa estrutura. Alterações no formato e na transparência da córnea podem comprometer seriamente a visão. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende exclusivamente da doação de córnea.

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O oftalmologista e diretor técnico do Banco de Olhos do HGF, Sisley Jean Viana, alerta que as pessoas devem ficar atentas a doenças da visão e fazer prevenção. “As pessoas só procuram o médico quando tem problemas na visão e existem vários problemas oculares que não se manifestam na visão. Quando eles aparecem é porque já estão muito avançados e dão problemas na qualidade visual. O ideal é que as pessoas fossem ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano”, afirma.

Banco de Olhos

O Banco de Olhos do HGF funciona de acordo coma as normas do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, garantindo os padrões técnicos e de qualidade, que a complexidade dos procedimentos requer.

Todas as córneas recebidas no Banco de Olhos passam por um processo de preparo e preservação em uma solução específica de antibióticos e nutrientes que mantêm os tecidos vivos e aptos para a doação por até 14 dias. As córneas passam também por exames sorológicos, para descartar possíveis doenças infectocontagiosas, e por uma análise biomicroscópica, onde são avaliados diversos aspectos como boa vitalidade e transparência, sequelas de traumas ou procedimentos cirúrgicos, neoplasias (cânceres), anormalidades congênitas ou adquiridas, cicatrizes, entre outros. Após essa criteriosa avaliação, as córneas são armazenadas em câmaras frias onde ficam submetidas a uma temperatura de 4° C até a data da cirurgia do transplante.

Qualquer pessoa com mais de dois e menos de 70 anos de idade pode ser um doador de córneas. A doação pode ser realizada até seis horas após o óbito, caso o doador não esteja em unidade hospitalar. Em unidades hospitalares, a doação pode ser feita em até 12 horas após o óbito. O Banco de Olhos do HGF funciona 24 horas.