Especialista orienta mães sobre prevenção à sífilis congênita

18 de outubro de 2017 - 17:19 # #

Franciane Amaral - Assessoria de Comunicação do Hospital São José
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O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue que é pedido, no mínimo, três vezes durante a gravidez (no pré-natal) e após o parto.

Maria (nome fictício) teve sífilis há 30 anos. Na época ficou grávida e acabou perdendo o bebê no oitavo mês de gestação. “Eu nem imaginava que tinha a doença e comecei meu pré-natal muito tarde. O médico disse que por causa da sífilis perdi meu filhinho”, lembra a dona de casa de 58 anos, atendida no Hospital São José, do Governo do Ceará. O pré-natal é a principal forma de prevenir a sífilis congênita, quando a doença é transmitida de mãe para filho. Uma infecção grave que pode causar malformação do feto, aborto e outros problemas sérios no bebê ao nascer.

O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue que é pedido, no mínimo, três vezes durante a gravidez (no pré-natal) e após o parto. A recomendação do Ministério da Saúde é que a primeira testagem para sífilis seja realizada ainda no 1º trimestre da gestação, para que o diagnóstico da infecção ocorra precocemente e com o tratamento eficaz a sífilis congênita seja evitada.

“O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada, por isso os exames no pré-natal são fundamentais. A gestante faz teste para detectar a sífilis durante o pré-natal, quando o resultado é positivo são tratados a mãe e o parceiro para que seja quebrada a cadeia de transmissão. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença para o bebê”, diz a infectologista pediátrica Gláucia Ferreira, chefe da unidade pediátrica do Hospital São José.

Segundo a especialista, o ideal é que o tratamento da mãe termine um mês antes do parto. Se o tratamento da mãe não for eficaz, a sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal. Logo após o nascimento, o bebê é testado e, se for constatada sífilis congênita, será acompanhado para tratamento na maternidade mesmo.