Prevenção e vigilância evitam casos graves da sífilis

20 de outubro de 2017 - 16:57 # # #

Franciane Amaral - Assessoria de Comunicação do Hospital São José
Assessoria de Comunicação do HSJ - Fotos

Na pasta cheia de documentos que está sempre com José Ribeiro (nome fictício), estão também os exames atualizados que o cabeleireiro, de 49 anos, vai mostrar ao infectologista com quem faz acompanhamento no ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Hospital São José, da rede pública de saúde do Governo do Ceará. Entre eles, o de sífilis. “Eu acabei me expondo ao risco e quando apareceram umas feridas e manchas vermelhas eu já fiquei arrasado, pois imaginava que tinha perdido para a sífilis. Fiz o teste e não deu outra”, diz José.

A sífilis, é uma doença transmitida através do contato íntimo sem uso de preservativo. “É uma infecção altamente transmissível. Diferente de outras, como o HIV, apesenta risco em todas as formas de sexo, inclusive no sexo oral”, reforça o infectologista do Hospital São José, Érico Arruda.

O risco de contaminação é ainda maior quando há lesões ou feridas na vagina ou no pênis, pois facilita a passagem da bactéria para o sangue. A sífilis também pode ser transmitida da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis.

Os primeiros sintomas são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses a anos nas suas formas secundária ou terciária, que são mais graves.

Sintomas

Sífilis primária: o primeiro estágio da doença. Surge cerca de 3 semanas após o contágio. O principal sintoma é o cancro duro, um pequeno caroço rosado que evolui para uma úlcera avermelhada e indolor que geralmente surge nos órgãos genitais, mas também pode aparecer na região anal, boca, língua, mamas ou dedos. Neste período, também podem surgir ínguas na virilha ou próximo à região afetada. Essas lesões costumam desaparecer em 4 semanas, mas a infecção continua latente e pode voltar a se manifestar a qualquer momento caso o tratamento não seja feito.

Sífilis secundária: após o período de inatividade, seis a oito semanas, a doença volta a se manifestar na pele e nos órgãos internos com a bactéria espalhada pelo corpo. As novas lesões são caracterizadas como manchas rosadas ou pequenos caroços na pele, na boca, no nariz, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Podem surgir também: ínguas espalhadas pelo corpo, dor de cabeça, dor de garganta, dor muscular, dor nas articulações, mal estar, febre, perda do apetite, emagrecimento.

Sífilis terciária: algumas pessoas, sem o tratamento adequado, passam para o terceiro estágio da doença, que é caracterizado por lesões maiores e endurecidas na pele, boca e nariz. Nessa fase também podem surgir problemas cardíacos, no sistema nervoso, nos ossos, nos músculos e no fígado. Esses sintomas podem surgir entre 10 a 30 anos após a infecção inicial e quando não é feito o tratamento da doença.

Sífilis tem cura

A sífilis tem cura e o seu tratamento é feito através de injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra. O tratamento para a sífilis é feito com o uso de antibióticos como a Penicilina. O número de doses e a duração do tratamento vai depender da gravidade e do tempo de contaminação da doença. “É importante que os cuidados e a vigilância com a sífilis sejam permanentes. Há muitos casos de pessoas que tiveram a doença, foram tratadas, mas não se preveniram e pegaram a doença outras vezes. E o parceiro também deve ser tratado para que acabe a cadeia de transmissão”, alerta o infectologista Érico Arruda.

Para alguns pacientes a luta contra a sífilis foi grande e correr o risco de contrair essa infecção novamente vai ficar longe. É o que diz Marcelo Menezes, de 42 anos, que já concluiu o tratamento contra a sífilis. “A doença é consequência de uma exposição, minha autoestima diminuiu, mas minha consciência não. Depois de tantas injeções nunca mais vou me expor ao risco dessa doença traiçoeira que me deixou fraco e quase me acabou.

É importante testar!

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. “O diagnóstico precoce é importante para o tratamento. Mesmo quem não tem sintomas mais visíveis deve fazer teste para sífilis, reforça Érico Arruda. A detecção da sífilis é feita por meio de testes rápidos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Tratamento especializado

O Hospital São José é referência no tratamento de infecções graves e também disponibiliza atendimento para pacientes com sífilis. O acompanhamento desses pacientes é feito através de agendamento de consultas no ambulatório de Doenças Sexualmente Transmissíveis, pelo telefone: (85) 3101.2343.