Ceará tem a maior participação das remunerações no PIB entre 2010/2015

20 de novembro de 2017 - 17:34 # # #

O Ceará apresenta maior participação das remunerações no Produto Interno Bruto (PIB), sob a Ótica da Renda, para o período de 2010-2015 com relação ao Brasil e ao Nordeste. No Estado, de 2014 para 2015, houve crescimento de 2,2 pontos percentuais da participação do componente, saltando de 47,3 por cento para 49,5 por cento. A constatação foi realizada mediante o cálculo do PIB sob a Ótica da Renda, que apresenta três componentes: remunerações; impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação; Excedente Operacional Bruto (EOB) e Rendimento Misto Bruto (RMB), e consta do Enfoque Econômico (Nº 169) – Resultado do PIB Cearense – Ótica da Renda/2015.

Os números, tendo como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também destacam que a região Nordeste é onde o “componente remunerações” apresenta a maior participação entre as regiões, com 47,8 por cento, em 2015. Para o Brasil, em 2015, as remunerações dos empregados foi responsável por 44,6 por cento do PIB do país, com aumento de 1,1 ponto percentual em relação a 2014. O cálculo do PIB sob a Ótica da Renda apresenta três componentes: remunerações; impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação; Excedente Operacional Bruto (EOB) e Rendimento Misto Bruto (RMB).

Já a evolução da participação dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação, novamente para o Brasil, Nordeste e Ceará, se manteve praticamente estável em 2015, quando comparado com 2014, em todas as áreas geográficas. No Ceará, especificamente, em 2014 a participação deste componente era de 12,8 por cento, saltando para 13 por cento em 2015. No que diz respeito ao Excedente Operacional Bruto (EOB) e Rendimento Misto Bruto (RMB), o principal destaque é a queda de participação deste componente de 2,4 pontos percentuais do ano de 2014 para o ano de 2015, ao sair de 39,9 por cento para 37,5 por cento no PIB do estado do Ceará. O documento observa que essa queda é próxima ao ganho de 2,2 pontos percentuais da participação das remunerações.

Outro ponto a ser a ser ressaltado na estrutura de participação destes componentes quando se considera o cálculo do PIB sob a ótica da renda, de acordo com os documentos, são os resultados destacados pelo IBGE. Na região Norte, com remuneração dos empregados tendo 44,9 por cento de participação no PIB da região, encontram-se dois estados onde esse componente tem mais peso: Roraima (58,5 por cento) e Amapá (57,1 por cento). O IBGE destaca que o Sudeste concentra 54 por cento da economia brasileira, tendo, por outro lado, 44,1 por cento do seu PIB sendo resultante da remuneração dos empregados. A região Nordeste no ano de 2015 é a que tem maior participação das remunerações com 47,8 por cento, seguida da região Centro–Oeste, com 46,2 por cento. A participação das remunerações na região Sul é de 42,4 por cento.

Estudo

O trabalho, elaborado por Daniel Suliano; Alexsandre Lira Cavalcante; Nicolino Trompieri Neto e Witalo Paiva, analistas de Políticas Públicas, e Ana Cristina Lima Mais, assessora Técnica, todos do Ipece, explica que, no caso do componente remunerações, consideram-se as despesas efetuadas pelos empregadores, subdivididas em salários e contribuições sociais, com seus empregados, em contrapartida ao trabalho realizado. Já os impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação são os impostos, taxas e contribuições pagos pelas unidades de produção e que incidem sobre a produção, a comercialização, a importação e a exportação de bens e serviços e sobre a utilização dos fatores de produção.

Por sua vez, o componente Excedente Operacional Bruto (EOB) e Rendimento Misto Bruto (RMB) no cálculo do PIB sob a ótica da Renda são obtidos conjuntamente na metodologia usual, mas são conceitos distintos. Assim, o Excedente Operacional Bruto (EOB) é o saldo resultante do Valor Adicionado deduzido das remunerações pagas aos empregados, do Rendimento Misto e dos Impostos líquidos de subsídios incidentes sobre a Produção, enquanto que o Rendimento Misto Bruto (RMB) é a remuneração recebida pelos proprietários de empresa não constituídas em sociedade (autônomos), que não pode ser identificada separadamente se proveniente do capital ou do trabalho.