Retinopatia da Prematuridade é tratada no Hospital César Cals

9 de abril de 2018 - 15:30 # # #

Wescley Jorge - Assessoria de Comunicação do HGCC
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A manhã de quinta-feira, 5, foi só de boas notícias para a Liliane Abreu Mendes e a sua filha Yara Emanuelle, após a primeira consulta de retorno no ambulatório do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), da rede pública do Governo do Ceará. “A médica disse que está tudo bem com a minha filha. Apenas orientou a lavagem com soro por conta de uma secreção, mas está tudo bem mesmo”, disse, feliz a recompensada a mãe.

Assim como Yara, toda criança que nasce no HGCC tem garantido o acesso aos testes da orelhinha, do olhinho, do coraçãozinho e do pezinho, como recomenda o Ministério da Saúde, bem como a todas as vacinas, e saem do hospital com as consultas de retorno marcadas. Yara, por exemplo, já vai retornar no dia 11 de maio, para mais uma consulta de acompanhamento. Em dias agendados, ela ainda retornará ao hospital para tomar as vacinas que estão relacionadas à sua prematuridade.

E é por conta disso que alguns bebês precisam de exames mais detalhados e específicos, como o teste de fundo de olho ou mapeamento da retina, voltado para detectar e tratar a Retinopatia da Prematuridade (ROP). Conforme explica a média oftalmologista Marília Macedo Rebouças, a retinopatia “é uma doença vasoproliferativa da retina, considerada uma das principais causas de cegueira evitável na infância. O recém-nascido prematuro possui uma retina imatura. Que fora do útero materno, pode se desenvolver de forma anormal com proliferação de neovasos , hemorragias e deslocamento de retina, levando à cegueira”.

E para que esse problema seja detectado e tratado, o Hospital César Cals garante a realização dos exames, acompanhamento e tratamento cirúrgico a laser nos casos em que é necessário. “É fundamental que o bebê faça o primeiro exame de fundo do olho (mapeamento da retina) no primeiro mês de vida, entre 4 a 6 semanas de vida. O diagnóstico e o tratamento correto e precoce ajudam na redução da incidência de cegueira e outras complicações oftalmológicas devido à extrema prematuridade”, esclarece a médica.

Por ter nascido com apenas 25 semanas e quatro dias, Yara Emanuelle permaneceu internada no HGCC durante quatro meses e cinco dias. Ela também precisou desse acompanhamento e tratamento em relação à retinopatia da prematuridade. A mãe dela conta que foi feito o primeiro teste, que detectou a alteração. Iniciou em seguida o processo de acompanhamento e monitoramento e, por fim, após nova avaliação, foi encaminhada para a cirurgia. Após a primeira consulta no hospital depois da alta, elas retornam para casa só com boas notícias: Yara está mamando e já está pesando 2,5kg, além de ter respondido bem ao tratamento a laser para tratar da retinopatia. “O hospital fez tudo e mais um pouco pela minha filha. Eu fiquei tranquila porque fui orientada e eu sempre a acompanhei, desde o início, e sabia que era uma medida preventiva para que ela não apresentasse problemas no futuro. Ela reagiu bem ao procedimento. Teve alta com menos de 24 horas após a cirurgia.”, conta a mãe agradecida.

O tratamento no HGCC segue o protocolo elaborado pela médica Islane Castro Verçosa, de acordo com os protocolos estabelecidos pela Academia Americana de Oftalmologia e Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica. Passam pelas avaliações todo recém-nascido com peso no nascimento igual ou menor que 1.500g; com idade gestacional menor ou igual a 32 semanas e peso ao nascimento entre 1500g e 2000g, com presença de fator de risco, ou seja oxigênio por mais de 30 dias, septicemia e transfusão. Há duas maneiras de conduzir o tratamento: a conduta clínica e a conduta cirúrgica.

Na conduta clínica, o primeiro exame deve ser realizado entre a quarta e a sexta semana de vida do bebê, com uso do oftalmoscópio indireto, que é o mapeamento. Se o resultado for normal, o recém-nascido deve ser examinado a cada duas ou três semanas de vida, até que haja a completa vascularização da retina, que ocorre até 42ª sema a de vida. Já para a conduta cirúrgica, os bebês são encaminhados para o tratamento de fotocoagulação a laser, no centro cirúrgico do HGCC. De acordo com a médica Marília Rebouças, “80 % da doença regride de forma espontânea, 5% dos bebês acometidos acabam ficando cegos. Com o diagnóstico e tratamento precoce, é possível reduzir esse índice para 0,5% dos bebês ficarem com sequelas das doenças”, declara. Esse ano, o HGCC realizou cinco cirurgias e mais de 100 exames. Em relação ao retorno, já foram realizados 133 exames.