Ensino profissional no Ceará: Em 10 anos, número de alunos passa de 4 mil para mais de 52 mil jovens

20 de março de 2018 - 15:12 # #

Caio Faheina - Repórter
Davi Pinheiro - Fotos

Em 2008, 25 Escolas de Educação Profissional atuavam no Estado. Atualmente, são 119 unidades em 95 municípios

O número de Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs) saltou de 25, em 2008, para 119 unidades de ensino neste ano. Há dez anos, pouco mais de 4 mil alunos foram contemplados com o modelo de escola nos 20 municípios cearenses atendidos à época. Neste 2018, já são mais de 52 mil alunos espalhados pelos 95 municípios contemplados com as EEEPs. Para celebrar as conquistas da última década no campo da educação, o governador Camilo Santana participou de evento, nesta terça-feira (20), no Centro de Eventos do Ceará, para não só comemorar os bons resultados alcançados até agora, mas para discutir o Ensino Técnico Profissional do futuro.

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A solenidade teve participação de diretores, professores e coordenadores pedagógicos da rede estadual de Educação Profissional. Acompanhado da vice-governadora Izolda Cela e do secretário da Educação, Idilvan Alencar, o governador Camilo Santana explicou o protagonismo do modelo de escola profissional na trajetória dos jovens cearenses. “É um modelo de sucesso. Eu sou um árduo defensor da Escola de Tempo Integral, e a Escola Profissionalizante vai além do tempo integral; ela já deixa o aluno, o jovem, com uma profissão, caso ele queria seguir no mercado de trabalho”, disse.

De acordo com o chefe do Executivo estadual, o número de unidades de modelo profissionalizante deve saltar de 118 para 141 ainda no primeiro semestre deste ano. “A nossa meta é chegar a 140 escolas de ensino profissionalizante e manter o Ceará como o estado com o maior número dessas escolas atendendo os jovens cearenses”. E continuou: “Temos quase 5 mil parcerias com instituições para oferecer estágios aos nossos alunos. A escola reúne, além do espaço físico adequado, moderno, uma grade curricular que oferece opções dentro das vocações regionais do Estado”.

Em 2008, a rede de escolas estaduais de Educação Profissional não apresentava vínculos com instituições parceiras para garantir estágios remunerados aos estudantes. Hoje, mais de 15 mil oportunidades são asseguradas para os jovens. Em 2015, quase 12 mil vagas foram garantidas para inserir os alunos no primeiro contato com o mercado de trabalho. O número de cursos profissionalizantes também foi ampliado. Atualmente, 52 cursos são ofertados. Há dez anos, eram quatro.

Segundo Camilo Santana, os investimentos na educação continuam. Em breve, ele antecipa, o Governo do Ceará vai lançar o projeto Nem Um a Menos na Escola, um programa que pretende combater a evasão escolar no Estado.

Ceará como exemplo

Durante a solenidade, a vice-governadora Izolda Cela relembrou que as políticas públicas voltadas para a Educação Profissional surgiu, à época, pelo Governo Federal, e que o Governo do Ceará sempre esteve na vanguarda para empreender em projetos voltados para esse modelo de ensino. “Temos, nesta experiência, um bom exemplo de uma conjugação de elementos que fazem com que as coisas procedam a bem da sociedade, da juventude. É promissor esse trabalho que vocês empreendem em cada escola”, direcionou para os cerca 200 educadores que estavam presentes no evento.

Para o secretário da Educação, Idilvan Alencar, a trajetória da rede de ensino profissional é um vitória não só para quem faz a educação no Estado, mas para toda a população cearense. “Se a gente fizesse uma enquete para saber qual política pública dos últimos três governos trouxe mais benefício para o Ceará, eu não teria dúvida de que seria a da Educação Profissional”, destacou o gestor.

O germinar de uma política pública do futuro

Os dez anos do sistema de Educação Profissional no Ceará narram, também, a vida de quem viu o projeto nascer e se consolidar. A coordenadora pedagógica Xenia Germana é um exemplo. Dos seus 40 anos de vida, ela conta, 20 foram dedicados à educação – destes,10 anos foram direcionados para o ensino profissionalizante na EEEP Governador Virgílio Távora, no Cariri, uma das primeiras unidades cearenses a adotar o modelo. “A gente pode observar quantas mudanças aconteceram. Isso foi um projeto de visão futura, nada para ser aplicado e terminado agora. Então, está sendo um projeto contínuo. As escolas são grandes oportunidades para os alunos, que saem preparados para tudo, para o vestibular e para o mercado de trabalho”, emocionou-se, segurando a placa de homenagem que recebeu, no evento, pelo trabalho desenvolvido durante uma década.

Os avanços no sistema de ensino também refletiram no futuro da também caririense Hanna Carvalho, de 25 anos. Hanna foi aluna de uma EEEP no primeiro ano de vigência do modelo no Estado, em 2008. Cursou o ensino regular em paralelo com o curso técnico em Informática. Saiu da escola e ingressou, ao mesmo tempo, no mercado de trabalho e na universidade. “Foi muito importante passar por uma educação técnica numa época que, realmente, a educação era carente. As possibilidades no mercado de trabalho e no ensino superior foram significativas para mim”, avaliou. Hanna viu a vida se transformar: atualmente é professora da base técnica de uma Escola de Educação Profissional no Cariri.

Educação Profissional

O currículo desenvolvido é composto por disciplinas da base nacional comum (currículo do Ensino Médio), da formação profissional, além de uma parte diversificada, que abrange componentes curriculares como: Empreendedorismo, Projeto de Vida, Mundo do Trabalho, Formação para a Cidadania, Projetos Interdisciplinares, Horários de Estudo, Língua Estrangeira Aplicada. A carga horária total trabalhada ao longo dos três anos do ensino médio integrado à educação profissional é de 5.400h.

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