Maloca Cinema apresenta filmes que trazem à tona debates sobre cidade, política e insubordinação

26 de abril de 2018 - 15:55 # # #

Até o dia 29 de abril, o Cinema do Dragão exibirá nove filmes, divididos em três pequenas mostras: “No Coração de Maio de 68”; “Maloca Apresenta”, que traz filmes inéditos ou pré-estreias; e “Hub Chileno”, com produções da província chilena de Valparaíso, trazidas por meio do hub cultural do Ceará. Na tela, retratos e olhares sobre maio de 68, cidades, políticas e insubordinação. Em destaque, o lançamento nacional de “Ex-Pajé”, de Luis Bolognesi, seguido de debate com o diretor, no dia 27 de abril. A programação é toda gratuita com retirada de ingressos, na bilheteria do Cinema, a partir das 14h do dia da exibição.

A mostra “No Coração de Maio de 68” faz um recorte de filmes significativos da produção francesa da época. São filmes de ficção e documentários que trazem à tona a questão do momento histórico e seus desdobramentos. “A seleção foi feita a partir de uma parceria importante com a Cinemateca da Embaixada da França”, afirma Pedro Azevedo, programador do Cinema do Dragão.

Um outro olhar vem com o “Hub chileno”, em curadoria conjunta com a Prefeitura de Valparaíso. “Aí, destaco o curta Valparaíso, que tem roteiro de Chris Marker, um importante cineasta francês que inclusive está com o filme O fundo do ar é vermelho, na mostra No Coração de maio de 68”, diz Pedro. Já a mostra “Maloca Apresenta” traz um recorte do cinema brasileiro contemporâneo, com produções que se destacaram nos últimos festivais internacionais. “No caso, como estamos tratando do maio de 68, queria uma produção documental que tivesse articulação com política, uma relação clara com a questão social, insubordinação”, define. A mostra é composta pelos filmes “Ex-Pajé”, “ABC da Greve” e “Rogério Duarte o Tropikaoslista”.

Programação Maloca Cinema

Dia 26 de abril | Quinta-feira

16h30 | Sala 2 | Mostra No coração do maio de 68
LE FOND DE L’AIR EST ROUGE (O fundo do ar é vermelho) | 1977, de Chris Marker
As esperanças e as decepções suscitadas pelos movimentos revolucionários de 1968 no mundo inteiro. Do regime chinês ao cubano, passando pela Primavera de Praga, até os movimentos estudantis e operários franceses. Chris Marker ressalta que não se pode simplificar o que nada tem de simples: as manifestações populares, os movimentos da política, os rumos incertos da História e da sociedade.

20h | Sala 2 | Maloca Apresenta
ABC DA GREVE | 1990, de Leon Hirszman
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.

Dia 27 de abril | Sexta-feira

17h30 | Sala 2 | Hub Chileno
VALPARAÍSO | 29 min, 1962, de Joris Ivens
Valparaíso: Um documentário de curta-metragem sobre Valparaíso, Chile. Uma cidade construída em cima de colinas, onde a vida é uma constante luta contra a geografia.

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VALPARAÍSO MI AMOR (89 min, 1969, de Algo Francia)
O filme conta a história de quatro irmãos órfãos, seu pai é preso por roubo na tentativa de encontrar comida para a família. Quando as crianças são deixadas sozinhas, bruscamente lhes é apresentada uma nova realidade: a rua. Então, eles são forçados a encontrar o seu próprio meio de sobrevivência. Ao longo da obra, vemos como os personagens evoluem, uma das crianças morre, uma menina acaba por torna-se prostituta e os outros dois entram para a vida do crime.

19h30 | Sala 2 | Maloca Apresenta
EX PAJÉ | 2018, de Luis Bolognesi + debate com o diretor após exibição
Um poderoso pajé passa a questionar sua fé depois de seu primeiro contato com brancos que julgam sua religião como demoníaca. No entanto, a missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é posta em cheque quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta mostra-se indispensável.

Dia 28 de abril | Sábado

17h30 | Sala 2 | Mostra No coração do maio de 68
MILOU EN MAI (Loucuras de uma Primavera) | 1990, de Louis Malle
Em um casarão do sudoeste da França, cercado de vinhedos, a avó acaba de falecer. Estamos em maio de 1968. Apesar das greves, a família virá par o enterro. Milou, o neto da falecida, vai contra o resto da família que deseja vender a propriedade.

19h30 | Sala 2 | Maloca Apresenta |
ROGÉRIO DUARTE O TROPIKAOSLISTA | 2018, de Walter Lima Jr.
Rogério Duarte é um dos nomes mais importantes da Tropicália, movimento cultural brasileiro da década de 60. O artista plástico foi um dos primeiros a denunciar publicamente as torturas cometidas no regime militar. Durante a ditadura, a sua atuação política e seus feitos culturais mobilizaram muitos artistas e inspiraram toda uma geração.

Dia 29 de abril | Domingo

17h30 | Sala 2 | Mostra No coração do maio de 68
MOURIR À TRENTE ANS (Morrer aos 30 anos) | 1982, de RomainGoupil
O filme é um documentário biográfico em preto e branco sobre Michel Racanati, um lider militante durante os protestos de maio de 68 em Paris

19h30 | Sala 2 | Mostra No coração do maio de 68
MAI 68: UN ÉTRANGE PRINTEMPS (Maio de 68: uma Estranha Primavera) | 2018, de Dominique Beaux
Maio de 1968: A França está em meio a uma revolução. Este documentário entrevista pessoas que participaram ativamente desse momento histórico e remonta alguns dos seus acontecimentos mais importantes, assim como seus desdobramentos nos dias de hoje.