Isolamento social diminui sobrecarga de unidades de saúde e facilita trabalho de profissionais

16 de abril de 2020 - 10:40 # # # #

Tereza Fernandes - Ascom do HRN

Enquanto milhares de pessoas podem permanecer em casa e trabalhar no conforto do lar, os profissionais de saúde atuam, diariamente, no enfrentamento ao coronavírus (Covid-19). São homens e mulheres que têm a missão de combater a doença e, principalmente, salvar vidas em meio a uma rotina intensa e desafiadora.

Joana (nome fictício) é técnica de enfermagem e colaboradora do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), unidade do Governo do Ceará. Mesmo com anos de experiência, ela conta que não tem sido fácil lidar com a pandemia. “Eu estava me sentindo insegura. Estava muito ansiosa, indo trabalhar muito preocupada, e isso estava me desgastando”, afirmou.

Para cuidar da saúde mental dos profissionais da área da saúde neste momento de dúvidas e incertezas, os dez hospitais da rede estadual disponibilizam aos profissionais atendimento psicológico de forma presencial e online.

Joana aproveitou a oportunidade para fazer um acompanhamento regular no HSJ. “Como o atendimento é por livre demanda, pude ver um horário para mim e elas [psicólogas] me ouviram, me ajudaram. Isso faz com que a gente se sinta melhor”, definiu.

A coordenadora do serviço de psicologia do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), Márcia Lima, ressalta que a escuta é uma maneira de acolher os profissionais em momentos de tensão. “A situação atual é de muito estresse físico e mental. De modo geral, os profissionais sabem lidar com o adoecimento, mas nessa pandemia é tudo muito rápido e desconhecido. Além do cansaço físico, os profissionais também têm consciência da vulnerabilidade a que estão submetidos ao cuidar dos pacientes contaminados. Queremos colaborar e dizer para eles que estamos juntos nessa batalha”, explica.

Isolamento Social

Ao respeitar o isolamento social, a população contribui para amenizar a disseminação do coronavírus e facilita o trabalho dos profissionais de saúde. A diminuição do número de casos faz com que as unidades não fiquem sobrecarregadas. Com isso, as equipes podem oferecer um atendimento cada vez melhor aos pacientes.

“A medida é bastante importante, pois evita a transmissão comunitária, ajudando no trabalho dos hospitais e evitando a exposição dos profissionais ao vírus. Isso ameniza a exaustão de quem está na linha de frente”, afirma a fisioterapeuta do Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, Nayara Caroline Ribeiro.

Medidas de segurança

Os hospitais da rede estadual investem em ações permanentes de capacitação e cuidado com o colaborador. Os profissionais das unidades que fazem parte dos grupos considerados de risco são afastados das atividades de assistência aos pacientes. A atenção especial tem sido dada a idosos a partir de 60 anos, pessoas que nasceram com algum tipo de deficiência imunológica, além de grávidas e lactantes.

“O afastamento de trabalhadores do grupo de risco é importante para garantir a segurança e protegê-los da possibilidade de uma contaminação”, ressalta a coordenadora de Recursos Humanos do HRN, Emanuela Carneiro Tabosa.