Servidores do município e acadêmica de direito estão entre os presos de operação da Polícia Civil em Quixeramobim

18 de dezembro de 2020 - 17:26 # #

Ascom Polícia Civil - Texto

A organização criminosa desarticulada com a operação desencadeada, nessa quinta-feira (17), tinha como chefe, Maria Creusa Teixeira de Lima (33), conhecida como “Nega”. Ela já se encontrava presa e teve um novo mandado de prisão cumprido em seu desfavor. O homem que tinha o papel de braço direito de “Nega” e gerente da organização criminosa foi preso durante a ação. Trata-se de Lucas da Silva Martins (33). Ele é técnico de enfermagem e trabalhava no hospital municipal de Quixeramobim.

A operação que levou à captura dos suspeitos mapeou durante um ano toda a cadeia criminosa da organização. Entre os alvos, servidores do município e uma acadêmica de direito. Durante a ofensiva policial, foram presas as pessoas que exerciam funções de chefias, responsáveis por pontos de comercialização de drogas em bairros distintos, os responsáveis pelas entregas, além dos fornecedores dos entorpecentes para abastecer o grupo criminoso em Quixeramobim.

Também foi presa Joyce Nogueira da Silva (21), acadêmica de direito e namorada de um dos suspeitos de chefiar o tráfico de drogas na região. Com a prisão do namorado, ela assumiu o posto vago deixado por ele, como indicam os levantamentos policiais. Outra prisão de destaque foi a de Elizabely Patrício Barboza (32). Ela trabalhava no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade. Aproveitando-se da condição de educadora social, a mulher é suspeita de realizar o tráfico de drogas, achando que passaria despercebida.

Durante coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (18), o delegado Thiago Salgado, titular da Delegacia Municipal de Quixeramobim e responsável pelas investigações, informou que além das prisões e apreensões, foram bloqueados cerca de R$ 70 mil que estavam depositados nas contas dos alvos. “Isso é só o começo da nossa investigação. Entre os capturados estão onze pessoas que possuem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) que podem ser empresas que serviam para a lavagem de dinheiro. Vamos aprofundar as investigações com as novas provas colhidas com essa operação”, disse Thiago Salgado.

Operação

A ofensiva policial foi deflagrada, por meio da Delegacia Municipal de Quixeramobim, nas primeiras horas da manhã dessa quinta-feira (17). Foram cumpridos 54 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão nas cidades de Quixeramobim, Boa Viagem, Madalena e Quixadá, no Sertão Central, e em Fortaleza. No total, 42 pessoas foram presas, além do cumprimento de 12 mandados de prisão em desfavor de suspeitos que já se encontravam recolhidos no sistema prisional do Estado. Os dois últimos presos foram capturados na manhã de hoje (18) em Fortaleza.

Foram capturados 35 suspeitos em Quixeramobim, dois em Boa Viagem, um em Madalena e três em Fortaleza. Além das prisões, foram apreendidos 20 veículos – sendo 13 motocicletas e sete carros, além de aparelhos celulares, a quantia de R$ 7 mil em espécie e drogas. Também foi realizado o sequestro de bens do grupo criminoso.

Ainda conforme o delegado Thiago Salgado, as investigações, referentes à organização criminosa alvo da operação deflagrada, iniciaram há cerca de um ano. Os policiais civis identificaram o grupo criminoso que era chefiado por uma mulher e que atuava nos bairros Humberto Bezerra, Jardim I, Jardim Norte II, Rodoviária, Pompéia, Monteiro de Moraes, Jaime Lopes, Vila Betânia e Depósito, em Quixeramobim.

Efetivo

No total, 230 policiais civis participaram da ação, que foi coordenada pelos departamentos Técnico Operacional (DTO) e de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI Sul) da PCCE, com o apoio dos departamentos de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI Norte), da Capital (DPJC), Metropolitana (DPJM), Especializada (DPJE), além do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), de Recuperação de Ativos (DRA) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

Também participaram da operação a Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).