Atendimento a migrantes internacionais possibilita alternativas de capacitação

11 de fevereiro de 2021 - 16:53 # # # # #

Ascom SPS

Em 2020, o Programa Estadual de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que integra a Coordenadoria de Cidadania da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), atendeu 1.390 migrantes internacionais, com destaque para venezuelanos, colombianos, cubanos, haitianos, cabo-verdianos, guineenses e senegaleses. Encaminhamento de documentações; orientação sobre pendências com a Receita Federal e processos em tramitação no Ministério da Justiça; além de acompanhamento de decisões no Diário Oficial, tudo através do próprio whatsapp do programa, foram os principais destaques. O público interessado pode entrar em contato através do número (85) 98439.3462.

A secretária-executiva de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Lia Gomes, observa que dar condições de acesso às políticas públicas aos migrantes estrangeiros é fundamental. “Essas pessoas vêm ao Estado e busca de melhores condições de vida que as que contavam em seus países. Possibilitar o acesso às políticas públicas é fundamental para eles e para o desenvolvimento do nosso Estado”, pontua Lia Gomes.

A supervisora do programa, Lívia Xerez, destaca que além das atividades de capacitação, o programa tem fortalecido o eixo do atendimento através das parcerias com a Pastoral dos Migrantes, da Arquidiocese de Fortaleza, e da Associação de Estudantes de Guiné-Bissau. “A partir das demandas apresentadas, buscamos os parceiros da rede local. A parceria com os equipamentos de cultura é bastante importante neste sentido, pois proporciona essa troca de experiências que repercute ativamente no processo de integração local e consequentemente na empregabilidade deste público”, frisa

O interesse pela tecnologia e robótica acompanha Viviano Soares (15) desde a infância. Ainda bem pequeno, ele conta que já gostava de reciclar material eletrônico. Natural de Guiné-Bissau, o adolescente chegou ao Ceará há dois anos e junto com o pai procurou apoio no Programa, que o encaminhou para o Centro Cultural Bom Jardim, onde ele fez os cursos de Programação e Robótica. Viviano conseguiu também uma bolsa de estudos no Centro e hoje sonha com uma profissão ligada à tecnologia. “Essa oportunidade que recebi me fez perceber ainda mais o quanto eu gosto dessa área de tecnologia e da possibilidade de criar coisas que ainda não existem e que podem facilitar a vida das pessoas”, explica o adolescente.

Samuel Soares é pai do Viviano e está à frente da Associação de Estudantes de Guiné-Bissau. Para ele, viver como migrante é um desafio permanente. “Cheguei aqui em Fortaleza em 2009. Vim estudar enfermagem e tentar uma melhoria de vida para ajudar minha família. Trabalhei um período na minha área e depois, mesmo com dificuldades, montei minha própria empresa de exportação e consegui trazer meu filho para morar comigo”, conta orgulhoso o homem que ha alguns anos transformou a ajuda a outros estudantes estrangeiros em missão de vida.