Programa Cientista-Chefe tem contribuição da Uece para desenvolver inovação no Ceará

5 de abril de 2021 - 16:49 # # # # # #

Adriana Rodrigues - Ascom Uece - Texto
Ascom Casa Civil - Foto

O programa Cientista-Chefe, coordenado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), atua com equipes de pesquisadores que estão trabalhando nas secretarias ou nos órgãos mais estratégicos do Governo do Estado para identificar soluções de ciência, tecnologia e inovação que podem ser implantadas para melhorar os serviços e, dessa forma, propiciar mais qualidade de vida para a população. A iniciativa conta com a participação da Universidade Estadual do Ceará (Uece), com o Prof. Samuel Façanha, professor do curso de bacharelado em Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) e vice-coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT). Cientista-chefe da área de Inovação, atuando na Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e na própria Funcap, Samuel destaca o pioneirismo da proposta.

“O programa Cientista-chefe é um programa de inovação pública. Não existe nada semelhante no Brasil. Por si só, já é um grande laboratório para a minha área e traz uma contribuição muito forte, porque leva o olhar da academia, da ciência, para dentro das atividades do Governo. A atividade é muito nova, principalmente no atual cenário que o mundo e o Brasil vivenciam, relacionado às questões da ciência que são relevantes para a sociedade”, pontua o professor, ressaltando que a integração entre os órgãos governamentais, as empresas e as universidades se faz necessária para que ocorra inovação. “A nossa grande missão e principal pergunta norteadora é como o Cientista-Chefe pode melhorar os programas de estímulo à inovação do Governo do Estado. O objetivo é que ele tenha cada vez mais impacto no desenvolvimento econômico do nosso Estado, melhorando a qualidade de vida do nosso povo”, destaca.

O Cientista-chefe de Inovação vem atuando, há cerca de um ano, em três frentes principais: os editais de subvenção econômica para estímulo à inovação da Funcap; os Clusters Econômicos de Inovação, da Sedet, e os corredores digitais, da Secitece. No caso dos editais, o trabalho está sendo desenvolvido para avaliar o programa e para a construção de um banco de dados. “Já existia uma equipe da Funcap nessa frente e, com o conhecimento que temos na área de inovação, estamos contribuindo com eles para avaliar o programa de maneiras diferentes e melhores, o que é muito necessário, pois inovação é uma atividade de muitos riscos e incertezas. A perspectiva da avaliação é melhorar os processos, diminuir os riscos e fazer com que as empresas beneficiadas pela Funcap tenham mais impacto na economia cearense”, explica Samuel.

Entre as contribuições, está a participação de estudantes do PPGA da Uece, sendo dois de mestrado e um de doutorado, que desenvolvem dissertações e tese ligadas ao programa Cientista-chefe, contribuindo para alavancar a produção acadêmica da Uece. “Eles conhecem o dia a dia dos projetos de governo, gerando uma troca de informação e de conhecimentos, e vamos aprendendo juntos. A ideia do Cientista-Chefe é não tirar o pesquisador de dentro da academia, de dentro do seu ambiente de pesquisa, de forma que ele continue atuando junto com o governo. Ele continua com suas atividades de orientação e de pesquisa e associa isso a problemas que existem dentro do governo. Isso não diminui a energia do pesquisador e só soma esforços”, avalia.

Já os Clusters Econômicos de Inovação, instituídos em 2019 pelo Governo do Estado, contam com equipe da Sedet, responsável por toda a parte operacional e estratégica. Conforme o Prof. Samuel Façanha, o programa entra como consultor, detectando problemas que podem ser resolvidos com soluções de inovação. O docente destaca que o programa já nasce com um olhar da academia, uma vez que a atuação dos alunos pesquisadores impacta sobre a condução e a implementação do programa. Atualmente, são 38 clusters econômicos distribuídos em nove macrorregiões do Estado. Associado ao projeto dos clusters digitais, entra o programa de corredores digitais, no sentido de acelerar o crescimento e melhorar os processos das propostas de soluções tecnológicas pelas startups ou pelos times de pessoas que poderão virar startups no futuro, buscando resolver problemas de diferentes setores econômicos e em diferentes regiões do Estado, proporcionando a valorização do talento e do capital humano cearense.

Ampliação

Entre os próximos passos do Cientista Chefe de Inovação, está a ampliação da atuação, sobretudo na direção da integração dos diferentes programas de estímulo à inovação e destes com o restante do ecossistema de inovação do Ceará. De acordo com o Prof. Samuel Façanha, já estão sendo desenvolvidas estratégias e conversas nesse sentido. A proposta principal é promover maior integração entre as três frentes que estão em andamento e entre os outros programas do Cientista-Chefe, em especial, nas áreas de ciência, meio ambiente, educação e digitalização.

Samuel Façanha é Graduado em Agronomia pela Universidade Federal da Bahia, mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Ceará, doutor em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco e tem pós-doutorado em Gestão da Inovação pela Fundação Getúlio Vargas. Foi pró-reitor da Universidade Estadual Vale do Acaraú, diretor de articulação institucional do Instituto de Tecnologia da Informação (ITIC), coordenador e vice-coordenador do Programa de Pós-graduação em Administração da Uece, coordenador do Projeto RedeNit – CE (Rede de Inovação composta pelos NIT do Ceará) e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento (GESTIC).