Vacinação é eficaz, mas cidadão precisa colaborar assumindo responsabilidades, orientam especialistas

13 de abril de 2021 - 12:45 # # # # # # # # #

Daniel Araújo - Ascom ESP/CE - Texto
Deborah Muniz -Artes Gráficas
Felipe Martins/HGF - Fotos

A vacinação salva vidas. E no enfrentamento à pandemia do coronavírus, ela assume um caráter determinante, principalmente quando consideramos o esforço que a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) tem feito para garantir a imunização de todos os cearenses. Raimundo Caetano, de 81 anos, é um dos cidadãos do grupo prioritário já vacinados contra a Covid-19. Com as duas doses do imunizante aplicadas, ele não duvida. “A vacina é para nossa proteção. Sobre isso, não se discute”, ensina.

Na manutenção de uma rotina ativa e equilibrada, ele não abre mão das atividades físicas realizadas na própria área de serviço da sua residência, dos cochilos após almoço e da leitura no fim do dia. “A gente vive hoje no meio de guerra mesmo. Não é porque eu me vacinei que vou ter de deixar de me cuidar. Por isso, seguir tomando todos os cuidados possíveis agora é o mais importante”, reforça.

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Assim como ele, Rosemeyre de Oliveira, de 69 anos, entende a importância da imunização neste momento. Ela até não esperava ser incluída tão rapidamente na lista, mas comemorou quando soube que já tomaria a 1ª dose no dia 28 de março. “A vacina é muito importante porque ela é o que nos protege. Vou ficar protegida do coronavírus. E estarei devidamente imunizada”. E já projeta: “Até 25 de abril, tomarei minha segunda dose e continuarei tomando todos os cuidados, fazendo uso das máscaras, higienizando as mãos, principalmente”.

A aposentada está dentro do universo de mais de um milhão de cearenses que já receberam ao menos a primeira dose (D1) da vacina. De acordo com dados mais recentes do Vacinômetro da Sesa, 1.383.077 doses foram aplicadas até o momento.

Rosemeyre Oliveira, de 69 anos, tomou a primeira dose do imunizante em 28 de março de 2021

Perspectivas individual e coletiva

O consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), Keny Colares, explica que esse cenário vacinal deve ser visto por dois pontos de vista: um considerando a perspectiva individual e outro, a coletiva.

Individualmente falando, o médico enfatiza a manutenção dos cuidados que cada cidadão deve manter, mesmo após o recebimento das duas doses da vacina. Do ângulo da coletividade, ele ressalta o movimento gradual de imunização dos diferentes grupos sociais. “Quando tivermos cerca de 70% da população vacinada, provavelmente vamos observar diferenças mais gritantes. Até lá, as diferenças são sutis. Porque a doença continua circulando e, mesmo vacinadas, as pessoas ainda têm algum risco de se infectar, de transmitir a doença e até de adoecer”, adverte.

A supervisora do Centro de Vigilância e Educação Permanente em Saúde (Cevig) da ESP/CE, Lígia Lucena, também reforça a manutenção dos cuidados e prevenção contra a doença, além de atenção aos prazos da vacinação. “É importante saber que a questão do intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose serve justamente para estimular a produção de anticorpos no organismo”.

Respeitar o intervalo correto da imunização é essencial para que as vacinas sejam consideradas efetivas. Quem tomou apenas a primeira dose, vale destacar, ainda não se encontra imunizado.

Cada frasco do imunizante contém dez doses

Cronograma de Vacinação

Atualmente, o Ceará está nas Fases 1 e 2 de vacinação, contemplando idosos a partir de 75 anos, profissionais de saúde e das forças de segurança da linha de frente no combate à pandemia e idosos com idade inferior a 75 anos, em ordem decrescente.

“No Ceará, temos as vacinas CoronaVac/Sinovac, cuja segunda dose deve ser tomada entre 14 e 28 dias. E o imunizante da Oxford/AstraZeneca, com intervalo para a 2ª dose de 12 semanas”, orienta Lígia, lembrando que cada frasco do imunizante contém dez doses.

O Estado recebeu no último dia 8 de abril o 13º carregamento de vacinas. Com a chegada do novo lote, os municípios cearenses poderão retomar a vacinação dos públicos prioritários com a aplicação da primeira dose. Em várias cidades, a dosagem inicial havia sido suspensa por terem atingido 100% do estoque reservado. “Estamos avançando, mas não é momento de descuidar das medidas de proteção e sim de cobrar a chegada das vacinas para que mais pessoas se imunizem o mais brevemente possível”, indica Keny.