Profissionais de saúde criam passatempo para pacientes se entreterem durante recuperação

12 de maio de 2021 - 17:30 # # # # # #

Bruno Brandão - Ascom HGWA - Texto e Fotos

Palavras cruzadas, desenhos para colorir, jogos de lógica e até espaço em branco para quem desejar escrever os próprios pensamentos compõem o material

Com os dias de internação por Covid-19, o isolamento e a distância dos familiares trazem momentos de ociosidade. Pensando nessa espera, a equipe de Psicologia do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), criou passatempos para pacientes aguardarem a recuperação total da doença de uma forma menos dolorosa. Em formato de livros, as atividades são distribuídas gratuitamente nas Enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Covid da unidade.

Com apoio da equipe assistencial, os livrinhos são entregues acompanhados de lápis e caixinha de giz. Palavras cruzadas, desenhos para colorir, jogos de lógica e até espaço em branco para quem desejar escrever os próprios pensamentos compõem o material. O intuito é entreter os pacientes que estão em recuperação.

Para a psicóloga das UTIs Covid do HGWA, Sara Mascarenhas Crispim, responsável por distribuir o conteúdo, a ação dá mais qualidade durante a internação. “Queremos ofertar um material lúdico aos pacientes hospitalizados com restrições, por causa da pandemia, como a limitações do uso de celular, TV, visitas de acompanhantes. São exercícios que se enquadram para o uso pessoal e individual, diminuindo, assim, a ociosidade e inquietação”, afirma.

Os livrinhos são entregues acompanhados de lápis e caixinha de giz

Ela lembra que o ócio pode despertar muitas sensações negativas. Por isso, a importância do passatempo como um auxílio para aqueles pacientes que são absorvidos psicologicamente pela internação. “Essa iniciativa contribui para que essa ociosidade seja sanada, diminuindo quadros que podem chegar até a ansiedade e a dificuldade de adaptação ao ambiente hospitalar e ao tratamento, proporcionando o alívio de sensações negativas”, argumenta.

Fabricia Sousa, de 32 anos, foi uma das pacientes que receberam o material. Para ela, preencher as horas entre o uso de medicamentos e os cuidados diários faz muita diferença. “Me distraio bastante. Me ajuda a não ficar pensando besteiras e passar o tempo. Gosto bastante da parte de colorir”, conta.

A coordenadora de Enfermagem do hospital, Karlla Leite, auxiliou na distribuição dos livros. Ela recebeu com alegria o item, já que acompanha diariamente as falas dos pacientes sobre a impaciência da espera pelo fim do tratamento. “O paciente que está consciente e sem o familiar tem a possibilidade de, por meio deste material, registrar suas emoções, sua gratidão. Fazer relatos e desenhos que trazem na memória alguma saudade. É uma forma de expressar os sentimentos. Como eles não podem entrar com nenhum material, esse recurso possibilita essa interpretação e distração”, detalha.