Controle de infecção hospitalar garante segurança de pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde

14 de maio de 2021 - 12:11 # # # # # # # # # #

Eduarda Talicy - Ascom do Hias - Texto e fotos

Higienização correta das mãos pode salvar muitas vidas e deve ser feita com água e sabão ou produto alcoólico, como o álcool 70%

A pandemia de Covid-19 e seu alto índice de transmissão evidenciou ainda mais a necessidade do trabalho de controle de infecções em unidades hospitalares. Segundo o Ministério da Saúde (MS), as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, também conhecidas como Infecções Hospitalares, são aquelas adquiridas dentro do serviço de saúde, principalmente em enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e pode ser transmitida de um paciente para outro, para profissionais de saúde e também para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de proteção.

Cuidados simples podem ser fortes aliados neste controle. De acordo com Lohanna Tavares, infectologista pediátrica do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará, o desconhecimento sobre a doença e as constantes mudanças nas literaturas sobre os protocolos de atendimento foram os principais desafios. “Foi bastante desafiador a descoberta da Covid-19; novas adequações tendo de ser feitas a cada nova descoberta. Mas, o mais importante, é que os profissionais tinham que se sentir seguros com nossas recomendações, que sempre eram embasadas na ciência”, reforça a médica, que atua na equipe da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH) do Hias.

Mônica Magela, enfermeira da CCIH, destaca a importância do trabalho do setor. “A CCIH trabalhou firmemente estudando manuais que foram liberados, revisando todas as literaturas, fazendo protocolos, estabelecendo fluxos com o Setor de Qualidade. Nós fomos incansáveis nessa batalha de estabelecer uma norma, uma rotina, um fluxo para garantir segurança para os profissionais e também proteger o paciente, que é o nosso maior foco de proteção”.

Muitas vezes vista como um setor rígido, Lohanna alerta que o trabalho das comissões tem sempre um objetivo comum: o cuidado e a proteção. “A CCIH é vista por muitos como uma vilã dentro de um hospital, como o setor que vai mostrar os defeitos, punir. Mas, na verdade, nós somos uma equipe que estamos trabalhando todos do mesmo lado. Tudo para melhorar a assistência ao paciente, a segurança do profissional e diminuir o risco de infecções relacionadas à assistência à saúde”, explica.

Medidas simples fazem a diferença

Em busca de conscientizar autoridades sanitárias, profissionais da área e toda a população usuária dos serviços de saúde, foi instituído por lei, no dia 15 de maio, o Dia Nacional do Controle de Infecções Hospitalares.

Mônica Magela, enfermeira da CCIH do Hias, em treinamento com equipe de saúde

Medidas simples podem ser bastante eficazes no dia a dia das unidades de saúde, como a higienização correta das mãos e o uso racional de antimicrobianos, que são medicamentos com a capacidade de inibir o crescimento de microorganismos. Seu uso excessivo, no entanto, está associado à alteração da resistência de bactérias que causam doenças.

“Entrelaçada ao controle de infecções está a importância da higienização das mãos e o uso racional de antimicrobianos para evitar a flora descontrolada de microorganismos multirresistentes”, pontua Lohanna Tavares.

A higienização correta das mãos pode salvar muitas vidas e deve ser feita com água e sabão ou produto alcoólico, como o álcool 70%. A enfermeira Mônica Magela argumenta que a recomendação é de higienização, no mínimo, em cinco momentos de maior exposição à contaminação: antes do contato com o pacientes; antes da realização de procedimento asséptico; após a exposição a fluidos corporais; após contato com o paciente e com as áreas próximas a ele.