Desafios e perspectivas da luta antimanicomial são tema do Papo SUS desta terça-feira (25)

24 de maio de 2021 - 17:02 # # # # # # # #

Daniel Araújo - Ascom ESP/CE

Você sabe quais são as principais diretrizes das políticas públicas voltadas às pessoas com doenças que envolvem a saúde mental? O contexto das principais ações neste campo realizadas no Brasil e, principalmente, no Ceará serão alguns dos pontos abordados pelo Papo SUS desta terça-feira (25). Com o tema “Luta Antimanicomial: Desafios e Perspectivas”, a live será transmitida a partir das 19 horas pelo canal do Instagram @espceara, mantido pela Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado do Estado (Sesa).

O evento contará com a participação de Lídia Dias Costa, médica da Estratégia Saúde da Família e psiquiatra, e das residentes em Saúde Mental Coletiva do Programa de Residência Multiprofissional e Uniprofissional em Saúde da ESP/CE, Tamires Sousa e Uly Azevedo. A mediação será da supervisora do Centro de Extensão em Saúde da ESP/CE, Luciana Lopes.

Lídia Costa relembra o Movimento da Luta Antimanicomial brasileira, lançado há 34 anos, como um esforço conjunto de pessoas que se organizaram politicamente como movimento social e se dirigiram à sociedade brasileira para negar a concepção do manicômio enquanto lugar da loucura e da exclusão social de pessoas com problemas de saúde mental. “O movimento da luta antimanicomial se constitui a partir da defesa de uma mudança na sociedade para além da Reforma Psiquiátrica em si, para além das reformas no setor da saúde brasileira”, ressalta.

Enquanto profissionais que também atuam diretamente no Sistema Único de Saúde (SUS), Tamires Sousa e Uly Azevedo afirmam que a luta antimanicomial é uma dever diário que precisa ser exercido tanto dentro do sistema quanto fora dele. “É necessário que, no dia a dia do nosso trabalho, nós busquemos cuidar e tratar dos pacientes que têm transtorno mental junto ao seu território e da sua família”, destaca Uly, refletindo sobre o caráter de humanização da abordagem no tema.

Do mesmo modo, Tamires chama atenção para o debate sobre a lógica que persiste em nossa sociedade de estigmatizar e segregar grupos sociais. Para ela, é imprescindível debater as políticas de saúde mental brasileiras na perspectiva interseccional de raça, gênero e classe social. “Não há como pensar na luta antimanicomial sem lembrar do encarceramento em massa no nosso País, sobre a política de drogas e os investimentos para o funcionamento das comunidades terapêuticas”, diz a residente.

Desafios

Na visão da médica Lídia Costa, um dos principais desafios atuais – no Brasil e no Ceará –, em relação a temas ligados à saúde mental e à luta antimanicomial, passa pela ampliação de serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos e suas respectivas equipes de trabalho. “O que é hoje de extrema necessidade, principalmente na realidade atual de isolamento social determinado pela pandemia em curso. É um risco de retrocesso muito grande que os serviços substitutivos sejam sucateados, com seu funcionamento comprometido”, complementa.

Papo SUS

A ideia do Papo SUS é destacar a atuação do sistema público de saúde nas políticas da área, na qualificação de trabalhadores e gestores e na assistência ao cidadão. As lives são conduzidas pela supervisora do Centro de Extensão em Saúde da ESP/CE, Luciana Lopes. As transmissões ao vivo acontecem quinzenalmente, sempre às terças-feiras.

Serviço

Uso racional de medicamentos na pandemia
Quando: terça-feira (25), às 19h
Convidadas: Lídia Dias Costa (médica da Estratégia Saúde da Família e psiquiatra); Uly Castro de Azevedo (assistente social residente em Saúde Mental Coletiva pela ESP/CE); Tamires da Silva Sousa (psicóloga e residente em Saúde Mental Coletiva pela ESP/CE).
Acesse: @espceara no Instagram