HM inicia imunização em crianças cardiopatas contra o vírus sincicial respiratório

15 de fevereiro de 2022 - 16:48 # # # #

Jéssica Fortes - Ascom HM Texto e Fotos

Lucas Fernandes, de dez meses, nasceu com uma cardiopatia congênita e recebeu o palivizumabe pela segunda vez
O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), iniciou, nesta terça-feira, (15), a imunização de bebês contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador de uma infecção grave capaz de afetar os pulmões e os brônquios.

Na unidade hospitalar, a imunização é feita em crianças com cardiopatias congênitas, menores de dois anos, mediante encaminhamento médico. A aplicação do medicamento é realizada às terças-feiras, em horários previamente agendados.

De acordo com a cardiologista e coordenadora da Enfermaria Pediátrica do HM, Isabel Cristina Leite, em adultos e crianças com condições normais de saúde, a infecção pelo vírus pode se apresentar apenas com sintomas de um resfriado forte. Nos pequenos que pertencem a grupo de risco, como cardiopatas, com prematuridade extrema ou com doenças pulmonares crônicas, o vírus pode se apresentar da forma grave, trazendo complicações, como quadros de bronquiolite ou de pneumonia, inclusive com a necessidade de internação hospitalar por dificuldade respiratória aguda.

“Algumas crianças têm a imunidade mais baixa, e a medicação vai proteger caso ela tenha contato com o vírus. O palivizumabe diminui o risco de contrair a forma grave da infecção. Por isso, seguir a recomendação médica e concluir o esquema de imunização são fundamentais para este grupo”, orienta Leite.

De caráter sazonal, a circulação do vírus no Brasil varia de acordo com cada região. No Ceará, a transmissão ocorre durante o período de chuvas, recorrente nos meses de fevereiro a junho. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação de até cinco doses, com intervalos de 30 dias.

O palivizumabe é um anticorpo que apresenta atividade neutralizante e inibidora contra o vírus sincicial respiratório

Lucas Fernandes, de dez meses, nasceu com uma cardiopatia congênita e foi imunizado pela segunda vez contra o vírus no HM. Em 2021, ele recebeu duas doses da substância. A mãe do pequeno, Cláudia Vilela, 38, se diz aliviada e grata por ter acesso à medicação e por poder proteger seu bebê.

“Ele nasceu no fim de março e eu só vim saber da imunização depois. Mas, quando soube da importância dessa medicação, trouxe logo. Ele recebeu ainda duas doses. Estou sempre atenta à caderneta de vacinas. Sou muito grata por ter acesso de forma gratuita pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Acho muito importante imunizar”, avalia.

Durante a manhã desta terça-feira (15), 17 crianças foram imunizadas no HM, entre pacientes internados e acompanhados pelos ambulatórios externos. A estimativa é de que cerca de 150 usuários recebam o ciclo da medicação no equipamento.

Medicamento

O palivizumabe é um anticorpo que apresenta atividade neutralizante e inibidora contra o vírus sincicial respiratório. De acordo com o Ministério da Saúde, a profilaxia com a imunoglobulina é indicada para a prevenção de infecções respiratórias em crianças com maior risco de complicação da doença e oferecida gratuitamente pelo SUS aos bebês prematuros e portadores de doenças pulmonares ou cardíacas congênitas.

Em Fortaleza, o medicamento só é ministrado com prescrição médica e pode ser encontrado nos hospitais Infantil Albert Sabin (Hias), Geral Dr. César Cals (HGCC), Geral de Fortaleza (HGF) e Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), além do HM. O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, é Polo de Aplicação do Palivizumabe para a região.

Documentação necessária

Pais e/ou responsáveis pelas crianças com indicação de palivizumabe receberão o encaminhamento do médico e serão orientados sobre o acesso ao serviço nas unidades.

Confira a documentação necessária: certidão de nascimento ou declaração de nascido vivo (DNV); cartão nacional de saúde (CNS); comprovante de endereço atual; cartão do SUS; RG e CPF da mãe; relatório de alta ou último ecocardiograma, além de receituário indicando o uso do palivizumabe.