Hospitais São José e de Messejana são referência no tratamento de casos complexos de tuberculose no Ceará

23 de março de 2022 - 17:55 # # # #

Diego Sombra e Jéssica Fortes - Ascom do HSJ e do HM Texto e Fotos

Ambulatório de Tuberculose do HSJ atende, em média, cem pacientes por mês

O Hospital São José (HSJ) e o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), ambos da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), prestam assistência a pacientes com tuberculose de maior complexidade. Especialistas das unidades chamam atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto da doença, que afeta principalmente os pulmões, podendo também comprometer ossos, rins e membranas que envolvem o cérebro.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infecção atinge 8,8 milhões de pessoas em todo o planeta. A OMS instituiu, em 24 de março, o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data foi criada em alusão à descoberta do bacilo causador da doença pelo médico Robert Koch, em 1882.

Considerada infectocontagiosa, a tuberculose é transmitida por meio de gotículas expelidas durante a fala, a tosse ou via espirro. Dentre os diferentes tipos de tuberculose, os únicos transmissíveis são a pulmonar e a laríngea, que ocorre, geralmente, quando a infecção nos pulmões também compromete a laringe e a faringe (garganta).

Uma vez infectada, a pessoa pode ou não apresentar sintomas. Os sinais mais comuns são tosse seca por mais de três semanas; cansaço excessivo; febre baixa, normalmente no período da tarde; suor noturno; falta de apetite; emagrecimento acentuado e rouquidão. Após a confirmação do diagnóstico, o paciente deve iniciar o tratamento o quanto antes para ser curado e evitar o surgimento de complicações.

Referência em Infectologia, o HSJ tem como foco a assistência a pessoas com HIV e coinfecção por tuberculose, devidamente referenciadas por outras unidades de saúde. A unidade conta com ambulatório, emergência 24h e leitos destinados à internação dos usuários do Serviço Único de Saúde (SUS). “O risco de uma pessoa com HIV adoecer de tuberculose é muito mais alto, pois se trata de um paciente imunossuprimido, ou seja, com a imunidade comprometida”, explica a infectologista Liliane Granjeiro, médica do Ambulatório de Tuberculose do São José.

Criado há 19 anos, o serviço conta com uma equipe multiprofissional e atende, em média, cem pessoas por mês. “O ambulatório funciona às sextas-feiras pela manhã. Os pacientes são acompanhados por três médicos preceptores, residentes em Medicina e profissionais de outras áreas da Saúde”, complementa Granjeiro.

Assistência farmacêutica

O HSJ e o HM integram o Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITETB), no qual são notificados casos da doença que têm indicação de assistência alternativa, fora do esquema básico medicamentoso. No São José, a equipe da Farmácia é responsável por cadastrar os pacientes no sistema, acompanhar a gestão de medicamentos e registrar as evoluções clínicas.

Farmácia do HSJ é responsável por acompanhar a gestão de medicamentos e registrar as evoluções clínicas dos pacientes atendidos na unidade

“Nós acompanhamos todo o tratamento do paciente, que, a depender do caso, pode durar de 18 a 24 meses. O objetivo é garantir a regularidade da entrega das medicações, realizar busca ativa de pessoas que abandonam o tratamento e prestar todas as orientações necessárias sobre o uso das substâncias”, explica Gardênia Monteiro, farmacêutica hospitalar do HSJ.

Tratamento de tuberculose multirresistente

O HM possui o Ambulatório de Tuberculose Multirresistente. A médica pneumologista e coordenadora do serviço, Tânia Brígido, ressalta que a unidade atende casos mais complexos da doença e pacientes que necessitam de esquema especial, com o uso de medicações mais potentes.

“Geralmente, são encaminhados para o HM as ocorrências que não foram curadas no primeiro tratamento por causa da irregularidade no uso dos medicamentos ou pela falência no esquema inicial da terapia. Esses pacientes desenvolvem resistência à medicação e necessitam de um acompanhamento mais especializado, podendo durar de 18 a 24 meses”, detalha a especialista.

O HM acompanha 153 pessoas em consultas mensais com pneumologistas e enfermeiras. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram realizados 859 atendimentos. O ambulatório também conta com farmacêutico, técnico em Enfermagem e assistente social. Além de orientar sobre as medicações, a equipe auxilia pacientes em situação de vulnerabilidade social.

Hospital de Messejana acompanha 153 pacientes em consultas mensais com pneumologistas e enfermeiras

A Associação Herbert de Souza, instituição filantrópica criada por um grupo de funcionários do Hospital de Messejana, fornece cestas básicas e vale-transporte para que as pessoas atendidas não deixem de comparecer às consultas.

Atendimento

O Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do HM funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Para ter acesso à consulta, o paciente deve ser encaminhado por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A população pode obter outras informações sobre o serviço pelo número (85) 3101-4068.

A médica Tânia Brígido informa que casos mais simples da doença são tratados na Atenção Primária e levam, em média, seis meses de tratamento. “A primeira abordagem precisa ser feita da forma correta, sem interrupções. Mesmo que os sintomas desapareçam, o tratamento deve ser feito até o fim. A interrupção das medicações pode agravar o caso, tornando-o mais severo, levando a internações, ao distanciamento social e familiar ou até a morte”, alerta.