Em Fortaleza, Vice-Governadoria do Ceará participa da terceira edição da Escola de Verão

8 de abril de 2022 - 13:17 # # #

Ascom Vice-Governadoria - Texto e Fotos

A equipe da Vice-Governadoria do Ceará participa nesta semana de diversas ações relacionadas à terceira edição da Escola de Verão, que acontece em Fortaleza até o próximo sábado (9). O evento, organizado pelo Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Institut de Recherche pour le Développement (IRD/FR), reúne pesquisadores, estudiosos, professores e demais entusiastas promovendo debates ao redor de todo o mundo. A primeira edição do encontro aconteceu em 2018, na França, com a seguinte sendo realizada na Colômbia. Na Capital, representantes dos bairros Vicente Pinzon, Jangurussu, Bom Jardim e Iracema/Centro puderam mostrar as suas realidades como também compartilhar experiências.

O objetivo da Escola é analisar questões relacionadas à violência territorial, reestruturação urbana e juventude no contexto de Fortaleza, através de trabalho de campo, de entrevistas e da construção de uma reflexão comum com base nessas observações. Essa investigação é enriquecida pelo compartilhamento de experiências e práticas desenvolvidas por pesquisadores, profissionais e atores públicos (municipais, estaduais e federais), bem como pelas comunidades e instituições (locais e nacionais).

Para o gerente da Escola de Arte e Cultura do Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), Joaquim Araújo, receber um evento deste porte é de grande importância e sem dúvidas trará um bom impacto para a comunidade. “Primeiro, é uma experiência de troca não só latino-americana, temos alguns países latino-americanos, mas também europeus. A Escola de Verão traz o processo de pesquisa, de proposição. É algo muito próximo do que a gente faz aqui na Escola de Cultura e Arte. Então, trazer essas trocas, essas metodologias, essas experiências e propor futuramente políticas públicas por recomendações ou estratégias que possam ocorrer, é de fundamental importância. Ao mesmo tempo que somos conectados ao mundo, acabamos nos desconectando de experiências. O que temos aqui é uma troca real, corporal, presente e de grande impacto”, analisa.

Nascido e criado no Bom Jardim, o jovem Diego Furtado também trabalha na Escola de Cultura e Artes do bairro. Animado com a Escola de Verão, o assistente social enxerga nesta oportunidade um excelente momento para mostrar que a sua comunidade é muito mais do que costumeiramente é vista pela sociedade. “Eu acho que dias como hoje enriquecem um debate sobre o que se passa por aqui no dia a dia e sobre todo o contexto e as questões que perpassam nesses territórios. Aqui é um território que muitas vezes carrega a pecha de local violento, mas que ao mesmo tempo é um lugar com experiências e práticas culturais que são riquíssimas”, aponta.

“Aqui podemos tratar de questões que atravessam nosso bairro e também outras cidades, inclusive de fora do Brasil. Essa experiência de troca com todas essas pessoas ajuda a fomentar nossa compreensão por um outro viés. Me deixa feliz que todas essas pessoas possam conhecer o que é o Centro Cultural Bom Jardim, um belo espaço de arte e cultura em plena periferia”, conclui.

Raízes da Praia

Localizada no território do Vicente Pinzon, a comunidade Raízes da Praia nasceu em 2009. O local, que hoje abriga mais de 84 famílias e tem esse nome por reunir moradores de diversos bairros próximos ao mar, foi um dos escolhidos para ser visitado e conhecido pelos participantes da Escola de Verão. Por lá, pesquisadores e estudantes conversaram com a população local para saber melhor acerca da realidade e dos contextos vivenciados pelos moradores.

Angela Maria Sousa Almeida, a Tia Rosa, é como uma verdadeira matriarca para a comunidade. Conhecendo todos pelo nome, ela aproveitou o encontro realizado nesta quinta-feira (7) para falar de sua felicidade por receber tantas pessoas, de vários lugares do mundo, no quintal de sua casa. “Nossa comunidade acolhe vocês com muito prazer. Já há algum tempo que recebemos estudantes e outras pessoas por aqui. Ficamos felizes com esse interesse”, comenta.

Na comunidade desde os primeiros dias, a dona de casa, que atualmente vende marmitas para conseguir seu sustento, ressalta os valores ali criados mesmo em momentos de dificuldade. “No começo era aquele sofrimento, mas a gente se segurava. Todo mundo junto, se ajudando, com água, comida, na luta. Hoje seguimos buscando melhores condições para a nossa comunidade, mas sem deixar o sorriso de lado”, finaliza de forma simpática.