“Um Artista da Luz Vermelha”: Solo de Murillo Ramos chega ao Theatro José de Alencar

19 de abril de 2022 - 17:00 # # # # # # # #

Teresa Monteiro - Ascom TJA - Texto
Tim Oliveira - Fotos

O solo, com classificação indicativa de 18 anos, debruça sobre a vida de João Acácio Pereira da Costa, o “Bandido da Luz Vermelha”

O Theatro José de Alencar (TJA), equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), recebe “Murillo João Ramos Acácio Pereira da Costa – Um Artista Da Luz Vermelha”, trabalho solo do ator e diretor Murillo Ramos, em curta temporada nos dias 22 e 23 de abril, às 19h, no Palco Principal.

Com classificação indicativa de 18 anos, os ingressos – limitados somente a 100 pessoas (com o público em cima do palco) – estarão à venda na bilheteria do TJA uma hora antes de cada apresentação (forma de pagamento: somente em espécie).

Nele, o intérprete se debruça sobre a vida de João Acácio Pereira da Costa, o “Bandido da Luz Vermelha”, para falar sobre o sucesso e o fracasso dentro de uma narrativa limítrofe entre a loucura e a sanidade. Uma peça perturbadora, crítica, atravessada de temas ranhentos, mostrados de uma maneira avassaladora. Um manifesto audacioso sobre a fama e a “sociedade do espetáculo”. Tudo é desejo. Tudo é fetiche.

Sinopse

“Murillo João Ramos Acácio Pereira Da Costa – Um Artista Da Luz Vermelha” é o novo trabalho da MANADA Teatro e o primeiro do selo/grupo Museu Escafandro de Novidades. Trata-se do trabalho solo do ator e diretor Murillo Ramos, com dramaturgia assinada por Yuri Marrocos.

Nesse trabalho audacioso, o intérprete reconta a história de João Acácio Pereira da Costa, o “Bandido da Luz Vermelha”, serial killer brasileiro que chocou o Brasil em meados da década de 1960. Transformado pela mídia em um ídolo pop, “Luz Vermelha” foi preso por trinta anos em um manicômio judicial e, logo que solto, em 1997, foi assassinado. O espetáculo midiático que foi sua vida e morte é pano de fundo para uma narrativa em formato de trailer. Dentro do imbricamento de personagens e vozes, o ator discursa sobre a noção de sucesso e sua própria existência.

Fala sobre o fracasso. Fracasso de uma sociedade que produz criminosos, fracasso do sistema judicial que não dá conta, fracasso do eterno “vigiar e punir” dentro de uma rede de notícias e a criação de narrativas espetacularizantes para saciar a ânsia dos olhares fixos nos programas policialescos assistidos enquanto almoçamos. Tudo isso dito através do olhar de um artista frustrado que almeja, minimamente, a mesma mídia do bandido. Buscando o sucesso que não chega nunca e lutando pela sobrevivência diária.

Nesse momento de crises éticas, pandemias, guerras e uma alucinação coletiva em torno de notícias prontas e rápidas, esse solo mete os dois dedos nas feridas da sociedade, aquilo que silenciamos e colocamos para baixo do tapete por não termos coragem de assumirmos coletivamente os erros e tratarmos de maneira lúcida. Um trabalho que bebe dos pensamentos do teatro de Antonin Artaud, na crueldade e forma. Um manifesto onde Murillo Ramos entrega seu próprio corpo e suas sombras. Um grito de apelo e ajuda corajoso. Uma busca de paz. E, para que haja paz, é necessário alinharmos o nosso caos.

É importante citar que a vida do “Bandido da Luz Vermelha” já foi contada na obra-prima de Rogério Sganzerla, sendo um clássico do cinema brasileiro, fundamental ao movimento depois chamado de “cinema da boca do lixo”, e mais recente uma versão com a participação de Ney Matogrosso no papel principal.

Esse projeto já conta com uma vídeo-leitura feita dentro do projeto Zona de Criação (2020), do Centro Cultural Porto Dragão, durante a pandemia. Assim como a publicação da dramaturgia de Yuri Marrocos (2021), em livro físico e E-book, pela editora Substânsia. Agora, em 2022, esse projeto gestado em passos lentos, mas firmes de ideia, conteúdo e forma, ganha materialidade no contato presencial com o público.

Dessa maneira, “Um Artista Da Luz Vermelha” é um espetáculo de coragem, onde o artista desnuda-se para falar de si sobre o prisma da sua própria frustração. De tão cruel e amargo, torna-se lindamente delicado.

Ficha Técnica

Direção e atuação: Murillo Ramos

Dramaturgia: Yuri Marrocos

Coordenação de produção: Monique Cardoso

Produção executiva: Murillo Ramos e Samuel Siebra

Desenho de Luz e Direção Técnica: Wallace Rios

Figurino: Ruth Aragão.

Cenário: Murillo Ramos

Cenotécnica: Murillo Ramos e Samuel Siebra

Assistência de ensaio: Samuel Siebra

Preparação vocal: Juliana Veras.

Identidade visual e fotografias: Tim Oliveira

Vídeos: Tim Oliveira e Romulo Santos

Realização: MANADA Teatro e Museu Escafandro de Novidades

Serviço

“Murillo João Ramos Acácio Pereira da Costa – Um Artista da Luz Vermelha”, solo de Murillo Ramos (MANADA Teatro)

Quando: 22 e 23 de abril (sexta e sábado), às 19h

Onde: Palco Principal do Theatro José de Alencar (rua Liberato Barroso, 525 – Centro)

Ingressos (limitados a 100 pessoas): R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Vendas: na bilheteria do TJA, uma hora antes de cada apresentação

Forma de pagamento: somente em espécie

Classificação indicativa: 18 anos

*Obrigatória a apresentação de comprovante com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 (três doses para pessoas com 18 anos ou mais), acompanhado de RG ou outro documento oficial com foto