Luta contra a violência doméstica ganha reforço com a inauguração da terceira unidade da Casa da Mulher Cearense

29 de dezembro de 2022 - 10:48 # # # # #

Larissa Falcão - Ascom Casa Civil Texto
Helene Santos Fotos

Em Quixadá, a governadora Izolda Cela entregou uma unidade do equipamento e a pavimentação da CE-443

“Sentimos que a proteção às mulheres está adentrando nossos sertões”. A fala da professora Daniela Borges revela o impacto da implantação da Casa da Mulher Cearense do Sertão Central, localizada em Quixadá. Inaugurada pela governadora Izolda Cela na tarde dessa quarta-feira (28), a Casa reforça a luta pela igualdade de gênero e políticas públicas de combate à violência doméstica e familiar no Ceará.

A governadora destacou o compromisso para interiorizar as políticas de proteção às mulheres. “Fazemos isso para dar segurança, apoio e incentivo às mulheres, para que busquem ajuda e saiam do isolamento perigoso que configura a situação de violência. Situação que afeta também as crianças e os jovens, interferindo nas próximas gerações. Essa Casa vai prestar os serviços relacionados à segurança, mas também se empenhará em contribuir para a emancipação das mulheres. É uma mudança de cultura”, defendeu Izolda Cela.

Também estiveram presentes a secretária da da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Onélia Santana; o superintendente de Obras Públicas, Quintino Vieira; a defensora pública geral do Ceará; Elisabeth Chagas; representando o prefeito Ricardo Silveira, a secretária do Desenvolvimento Social, Izaura Gomes; e outras autoridades.

Acolhimento no Sertão Central

A terceira unidade da Casa da Mulher Cearense, que homenageia a professora quixadaense Rosa da Fonseca, ofertará atendimento especializado e humanizado para mulheres de 18 municípios: Banabuiú, Choró, Quixadá, Quixeramobim, Deputado Irapuan Pinheiro, Ibaretama, Milhã, Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Senador Pompeu, Solonópole, Canindé, Caridade, Paramoti, Itatira, Madalena e Boa Viagem.

Com mais de R$ 5 milhões em investimento, a unidade se soma às outras duas Casas já em funcionamento; uma em Juazeiro do Norte, no Cariri, e outra em Sobral, na Região Norte.

Com inspiração na Casa da Mulher Brasileira, e sob a coordenação da SPS, o equipamento concentra serviços especializados e integrados para atender diversos tipos de situações e auxiliar as mulheres no rompimento do ciclo da violência.

A CMC reúne Administrativo, Delegacia de Defesa da Mulher, Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, Atendimento Psicossocial e Brinquedoteca, além de Autonomia Econômica — setor que trabalha a independência financeira das mulheres em situação de violência.

Outro diferencial é que, além de concentrar os órgãos da rede de atendimento às mulheres, o espaço dispõe de equipe composta integralmente por mulheres; todas capacitadas dentro do programa de formação voltado ao atendimento humanizado às mulheres em situação de violência da Casa da Mulher Brasileira.

A titular da SPS, Onélia Santana, explicou a importância de oferecer escuta qualificada aliada à qualificação profissional. “As mulheres participarão de cursos e, após conclusão, vão receber kits para iniciar o primeiro negócio. O acolhimento não é somente para casos de violência, mas também para dar suporte em outras áreas da vida delas”, afirmou.

Bruna Freitas é outra professora quixadaense que conhece a difícil realidade que, muitas vezes, atrapalha o desempenho dos estudantes. “Muitas mulheres que denunciam são desacreditadas, revivem as violências durante o processo. Ficar em casa com o agressor também é difícil para os filhos. A gente sente o reflexo disso em sala de aula. Tentamos ficar atentas para identificar e encaminhar mães e filhos para o atendimento especializado. Agora, sabemos que a Casa da Mulher Cearense dará todo o apoio que eles precisam”, disse.

Até o momento, as Casas de Juazeiro do Norte e Sobral receberam mais de dez mil mulheres, entre primeiros atendimentos e retornos. Outras três Casas serão construídas nos municípios de Tauá, Iguatu e Crateús. As obras são gerenciadas pela Superintendência de Obras Públicas (SOP).

Rosa vive

Mulher revolucionária, Rosa Ferreira da Fonseca foi militante do movimento estudantil na época do regime militar. Era estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), quando foi presa política.

Na redemocratização, foi eleita vereadora de Fortaleza em 1992, sendo a segunda mais votada no pleito municipal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Rosa também foi fundadora do grupo Crítica Radial e contribuiu para a reorganização dos movimentos sociais no Ceará.

Conexão e segurança viária

E a população de Quixadá também foi contemplada com a entrega de mais uma importante obra para a região. Mais de 88 mil pessoas serão beneficiadas com a entrega dos 18 km pavimentados da CE-443, que liga a sede de Quixadá até o distrito de Custódio. A obra faz parte do programa Ceará de Ponta a Ponta, executado por meio da SOP.

O trecho passou por movimentação de terra, pavimentação, revestimento asfáltico, bueiros, drenagem e proteção ambiental. O investimento foi de R$ 12 milhões, com recursos do Tesouro do Estado.

A ação melhora a condição de trafegabilidade para os usuários que se deslocam do distrito para demais localidades da região, incentivando a economia local.