Índice de desigualdade no Ceará em 2011 é o menor dos últimos 30 anos

28 de setembro de 2012 - 18:04

A desigualdade de renda no Ceará, em 2011, atingiu o valor de 0,5397 do Índice Geni, resultado mais baixo alcançado tanto nos últimos dez anos (2001 a 2011), como nos últimos 30 anos. A mensuração da desigualdade de renda é realizada com o cálculo de alguns indicadores, dos quais se destaca o Índice de Gini, cujo valor se limita no intervalo entre zero – que corresponde a total igualdade – e um (1), que representa a completa desigualdade.

 

A constatação está no Enfoque Econômico nº 48 (setembro) – Desigualdade de Renda no Ceará Atinge Nível Mais Baixo das Últimas Décadas, que acaba de ser divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Os dados  para o cálculo do Índice de Gini do Ceará foram obtidos a partir das últimas edições da Pesquisa por Amostra de Domicílios ( PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Nas últimas duas décadas do século XX, a desigualdade de renda no Ceará mensurada pelo índice de Gini ficou em valores quase sempre maiores que 0,6. Ao longo da década de 80, o índice mostrou valores entre 0,59 (em 1981) e 0,65 e 0,66 (entre 1988 e 1989). Durante os anos de 1990, em nenhum momento o índice ficou abaixo de 0,61. Na década de 2000 o índice de Gini mostra uma redução histórica da desigualdade de rendimentos.

 

De acordo com o professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Ipece, no Ceará a desigualdade de renda apresentou uma forte queda de 0,61 em 2001 para 0,567 em 2003; e entre 2005 e 2006, quando caiu de 0,58 para 0,548. Desde então vem mantendo uma tendência de queda mais lenta. Mesmo com a desaceleração na redução na desigualdade de renda nos últimos cinco anos, o Índice de Gini calculado para o Ceará atingiu, em 2011, o valor de 0,539, o menor da série histórica.

 

 

DÉCADAS

Após duas décadas (anos 80 e 90) em que os indicadores de desigualdade de renda apontavam a grande discrepância da distribuição de riquezas no país, a década de 2000, de acordo com o professor Flávio Ataliba, apresentou uma nova trajetória com a redução das disparidades de rendimentos. No estado do Ceará, que já foi reconhecido como um dos mais desiguais, a distribuição da renda apresentou uma melhora significativa na última década.

 

Ele observa a desigualdade tem um impacto direto sobre o bem-estar social de uma população, uma vez que as sociedades têm preferência por equidade considerando-a como um traço de justiça social. Um nível de desigualdade muito elevado impõe uma série de custos sociais e econômicos à atividade produtiva e à sociedade.

 

Para Vitor Hugo Miro, que coordenou a elaboração do estudo, a composição da renda das famílias cearenses não sofreu tantas alterações entre 2001 e 2010.  Os rendimentos do trabalho diminuíram a sua participação em 1 por cento nos 10 anos considerados, em detrimento do ganho em mesma proporção dos outros rendimentos. Essa elevada participação dos rendimentos do trabalho é um ponto chave para a compreensão da dinâmica da redução da desigualdade.

 

Mas se  a composição não mudou muito a ponto de provocar grandes mudanças no Índice de Gini – explica Vitor Hugo -, a concentração dos rendimentos que compõem a renda avançou significativamente. É possível observar que a medida de concentração dos rendimentos do trabalho e de outras fontes diminuiu ao longo da década de 2000. O trabalho completo pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.

 

28.09.2012

 

Assessoria de Imprensa do Ipece

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