Pediatra do Albert Sabin dá dicas de proteção das alergias

24 de abril de 2014 - 13:41

Vômitos, cólicas e diarreia quando ingerido alimentos, como leite e ovo ou medicamentos como penicilina e sulfa podem significar uma reação alérgica. A predisposição genética e a introdução de componentes alergênicos podem provocar reações como rinite, asma brônquica ou sintomas de alergia alimentar. Em média, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) atende a 300 crianças por mês com suspeita de alergias. De acordo com a pediatra Janaira Fernandes, especialista em alergia e imunologia, a alergia alimentar é a mais comum. “Em crianças é muito comum alergias a leite, ovo, trigo e soja. Os sintomas são muito variados”, diz.

 

Estima-se que a alergia alimentar alcance aproximadamente seis de cada cem crianças, sendo que a desencadeada pela proteína do leite de vaca é a mais frequente, alcançando cerca de 80% dos casos infantis. Provoca manifestações digestivas (como vômitos, diarreia crônica, refluxo e perda de sangue nas fezes), cutâneas (como urticária, inchaço e lesões na pele) e respiratórias (como rinite, asma e broncoespasmos), além de comprometimento do sistema imunológico. Para os pais que têm filhos alérgicos, a atenção é redobrada. Segundo Janaira Fernandes, é importante que os adultos fiquem de olho nas crianças para evitar que elas tenham contato direto com os alérgenos (substâncias que, quando em contato com pessoas predispostas à alergia, podem provocar uma reação). Principalmente, para evitar uma anafilaxia. “A anafilaxia é uma reação que as pessoas precisam saber. É grave e pode levar à morte se não buscar ajuda médica imediatamente”, alerta.

 

A pediatra explica que a avaliação médica ajuda a saber a causa e se realmente é uma reação alérgica, o acompanhamento de um especialista orienta melhor os pais a evitar uma reação anafilática. A anafilaxia é um quadro grave e que exige providências imediatas. Caracteriza-se como uma reação rapidamente progressiva (acontece em até 2 horas depois da ingestão), que pode ser fatal, causada por uma resposta exagerada diante de um alérgeno. “É grave porque não é uma reação localizada, atinge mais um órgão”, explica a pediatra.

 

Conforme dados estatísticos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), em 90% dos casos, a anafilaxia apresenta sintomas localizados na pele, como vermelhidão, coceira, urticária e inchaço nos olhos e lábios. Também pode haver manifestações no trato respiratório, em 40 a 70% dos casos, que surgem como rouquidão, tosse, chiado e sensação de aperto no peito e falta de ar muito importante. Quando são gastrointestinais, o que ocorre em 30% dos casos, observam-se sintomas como vontade de vomitar, vômitos, cólicas e diarreia. Já o envolvimento do sistema cardiovascular, que corresponde a 10% dos casos, causa taquicardia, queda de pressão arterial, sensação de desmaio e choque, podendo ser levar até mesmo à morte.

 

Dicas de prevenção

 

Se é alergia ou irritação, só o médico é capaz de identificar essa diferença. Por isso é essencial a criança ser acompanhada regularmente por um pediatra. Para os pais que já sabem que os filhos têm algum tipo de alergia, a alergologista dá algumas dicas:- Como um dos grandes causadores dessa reação são os alimentos e medicamentos, é muito importante ler os rótulos desses produtos. E se houver dúvida, ligar para o SAC (quando em caso de alimento) ou consultar um médico (automedicação não é recomendável);

 

– Para crianças que são alérgicas a proteínas do leite, verificar se o alimento indica algum traço ou se é livre de leite (ver indicação nos rótulos);

 

– Identificar possíveis fontes de contaminação como, por exemplo, produtos de higiene com proteína do leite na composição, não preparar comida em recipiente que antes foi usado com algum produto;

 

– Para meninos e meninas que são alérgicos a algum tipo de inseto, manter o ambiente limpo e organizado e evitar lugares onde há tais insetos;

 

– Se a criança apresentar dois sintomas que surgem rapidamente, ao mesmo tempo, após a exposição ao alérgeno, procurar um pediatra. A melhor medida a ser tomada na hora da dúvida é buscar ajuda médica.

 

24.04.2014

Assessoria de Comunicação do Hias

Helga Santos (imprensa@hias.ce.gov.br / 85 3256.1574)

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