Projeto Querer estimula empreendedorismo dentro do presídio feminino

29 de maio de 2014 - 15:29

De interna do sistema penitenciário a empreendedora. É esta a transformação que o projeto Querer pretende provocar na vida de 90 internas do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF). O projeto é uma parceria entre Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e será lançado nesta sexta-feira (30), às 10 horas, no auditório do Senac Centro.

 

O lançamento terá a presença da secretária da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), Mariana Lobo, do diretor técnico do Sebrae/CE, Alci Porto, e da diretora regional do Senac Ceará, Ana Cláudia Martins, além das internas que serão contempladas no projeto.

 

As capacitações profissionais ministradas pelo Senac/CE serão realizadas nas dependências da unidade prisional, nos segmentos de beleza e artesanato, iniciando com os cursos de assistente de cabeleireiro (280 horas/aula) e maquiador (180 horas/aula), seguindo com os cursos de artesão em bordado a mão (160 horas/aula), em patchwork (160 horas/aula), depilador (180 horas/aula) e manicure e pedicure (160 horas/aula). Os cursos ocorrem entre junho e novembro deste ano, quatro vezes na semana. O projeto visa ensinar um ofício às internas e estimular o empreendedorismo, oferecendo uma alternativa para que, ao cumprirem a pena, elas possam ser donas do seu próprio negócio.

 

A titular da Sejus, Mariana Lobo, acredita que este projeto é uma grande oportunidade de mudar a vida destas internas quando elas saírem do cárcere. “A mulher tem que realmente Querer mudar. Este é o potencial transformador do projeto que trabalhará egressas para serem empreendedoras. O projeto Querer vai trabalhar as potencialidades das internas, acompanhando-as em todas as fases da abertura de um negócio. Nosso desejo é que elas queiram construir uma nova história a partir de uma trajetória difícil que é aquela dentro de uma unidade prisional”, destaca Mariana Lobo.

 

“A seleção das internas foi feita a partir de uma cuidadosa triagem. Demos prioridade às internas já condenadas, as que pretendem ter seu próprio negócio ou as que ficarão mais tempo na unidade com fins de concluir a capacitação”, ressalta a coordenadora de Inclusão Social do Preso e do Egresso da Sejus, Cristiane Gadelha.

 

Ao longo do projeto, o Sebrae vai realizar palestras para despertar o potencial empreendedor das detentas e motivá-las a abrir sua própria empresa, apresentando as oportunidades de negócios que o mercado oferece. Serão oferecidas ainda oficinas de gestão nas temáticas de compra, venda, planejamento e controle financeiro, além de capacitações em associativismo e cultura da cooperação incentivando a união de forças para que as mulheres participantes do projeto possam aumentar a sua competitividade. 

 

A atuação do Sebrae continua após a saída dessas mulheres da unidade prisional com a formalização como microempreendedoras individuais, consultorias para a elaboração de planos de negócios e orientações para obtenção de crédito junto aos bancos.

 

“O empreendedorismo vem se firmando como uma poderosa estratégia de inclusão social no Brasil. As micro e pequenas empresas ocupam um papel de destaque no contexto de desenvolvimento econômico do Ceará e são uma alternativa cada vez mais atraente e democrática. Democrática porque abre oportunidades para grupos por vezes discriminados no mercado de trabalho como os egressos do sistema prisional. Mas para empreender com sucesso é preciso estar preparado. E as mulheres do projeto Querer serão capacitadas justamente para isso”, afirma o diretor técnico do Sebrae, Alci Porto.  

 

RAIO-X DO IPF

 

O IPF tem hoje 534 internas (dados de 15 de maio), das quais 76% são presas provisórias, ou seja, ainda aguardam uma decisão judicial sobre o suposto crime que cometeram. Em 2014, já foram ofertadas 590 vagas de ocupação, entre trabalho, estudo e capacitação. No total, 43% das internas estão sendo capacitadas, 33% estão estudando e 24% estão trabalhando. O Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa é o único presídio exclusivamente feminino do Estado. Em outubro, completa 40 anos, sendo 14 no atual prédio, que fica no Complexo Penitenciário de Aquiraz. 

 

29.05.2014

Assessoria de Comunicação da Sejus

Bianca Felippsen (ascom.sejus@gmail.com / 85 3101.2862)

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