Artesanato gira a roda da economia cearense com incentivo do Governo do Estado

16 de setembro de 2015 - 16:02

Historicamente, o Ceará desponta no cenário nacional como um Estado que reconhece no artesanato uma de suas grandes vocações produtivas cumprindo importante papel no desenvolvimento regional. Além do elevado potencial de geração de emprego e renda, o setor promove a inserção da mulher e do jovem na cadeia produtiva e comercial, fixa o artesão em seu lugar de origem e consolida a identidade cultural cearense.

 

O Programa de Desenvolvimento do Artesanato do Estado do Ceará (PDA), vinculado à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, é a política pública do Governo do Estado destinada ao setor e tem o objetivo de valorizar o artesanato cearense preservando a cultura, o talento, a tradição e a arte popular de cada região do estado. Dessa forma, desenvolve ações e Rarte2projetos para qualificação de artesãos, apoia a comercialização, realiza a gestão da Ceart e gerencia o Fundo Especial de Desenvolvimento e Comercialização do Artesanato (Fundart).

 

Para a coordenadora do programa, Amanaci Diógenes, “a política pública do artesanato, que se consolida através da implementação das ações do Programa de Desenvolvimento do Artesanato do Estado do Ceará, é uma forte estratégia de promoção do desenvolvimento local, da geração de ocupação e renda e da manutenção do homem do campo no seu local de origem”. O programa hoje atende artesãos, grupos de produção e entidades artesanais em 179 municípios, totalizando 44.245 cadastrados. Somente em 2014, ele intermediou a comercialização de 118.801 peças, fazendo girar um volume de R$ 2,5 milhões em vendas, que contribuíram para a sustentabilidade do setor, para a melhoria na renda e na qualidade de vida do Rarte6artesão.

 

Uma das marcas do legítimo artesanato cearense, um dos mais ricos do Brasil, é a diversidade de materiais e tipologias, como areia colorida; alimentos e bebidas; cereais, massa, gesso e parafina; chifre, osso, dente e casco; conchas e escamas de peixe; argila; fios e tecidos; madeira; fibra vegetal; material sintético; metal; pedra; sementes, cascas, raízes, flores e folhas secas; couro e papel/xilogravura.

 

Rarte5A artesã Mavigniê Mota, de 58 anos, trabalha com areias coloridas e há mais de 30 anos espalha sua arte mundo afora. Com peças que variam entre R$ 2,20 e R$ 2 mil, a artista tinge a areia que é extraída do subsolo das praias do Litoral Leste do Estado e comercializa, principalmente, aos turistas que visitam nossa terra. Para Mavigniê, a Central de Artesanato do Ceará (Ceart) ofereceu uma boa oportunidade para o seu trabalho. “A Ceart é o cartão-postal para qualquer artesão cearense. Tudo de bom que aconteceu na minha vida foi através dela. Considero minha arte muito importante para o artesanato local porque é através dela que divulgo meu Estado para outros países”, comunicou.

 

Já o internacionalmente conhecido Espedito Seleiro, de 75 anos, herdou a arte de trabalhar em couro do avô e há mais de 60 anos produz peças como bolsas, sapatos, sandálias, chapéus e tantas outras. Vivendo na cidade de Nova Olinda, na Região do Cariri, o artesão comercializa seus produtos, elaborados coma  ajuda de toda a família, com preços que variam de R$ 1 e R$ 5 mil. De acordo com o mestre, o Governo do Estado tem participação ativa no processo de divulgação das obras dos artesãos. “A Ceart tem desempenhado um papel importantíssimo no trabalho do artesão cearense, pois auxilia na exposição e na comercialização de nossos produtos. Esse incentivo favorece nossa atividade e propaga nossa arte”, salientou.

 

 

Perfil dos Artesãos

Rarte4De acordo com dados do PDA, atualmente, a mulher é o principal perfil de público atendido, representando 80% do total. Com relação à escolaridade, o maior percentual (35%) declara que possui ensino médio, sendo 28% completo e 7% incompleto. Dos artesãos que informam ter cursado o ensino fundamental, 22% concluíram o 5º ano (antiga 4ª série) e 12% terminaram o 9º ano (antiga 8ª série). Os artesãos que se declaram não alfabetizados, representam 18% do total. Entre aqueles que declararam possuir ensino superior, 6% têm curso incompleto, 6% são graduados e 1% é pós-graduado.

 

Em relação a idade dos artesãos, os dados mostram que 51 % do total possuem entre 36 e 45 anos e 46 e 55 anos (25% e 26%, respectivamente). Pode-se observar, ainda, que 18% têm idade entre 56 e 65 anos, no segmento idoso, 9% estão na faixa de 66 a 75 anos e 4% apresentam idade superior a 75 anos. Os artesãos jovens, com idade entre 16 a 25 anos, correspondem ao menor percentual, ou seja, 2% do total. Os dados apontam que, dentro do atual quadro de artesãos cadastrados no PDA, haverá um aumento significativo de idosos nos próximos cinco anos.

 

Quanto ao estado civil, os artesãos se declaram, em sua maioria, casados (53%), e 2% assumem a união estável. Estima-se, portanto, que a renda familiar de 55% do total dos artesãos depende da produção artesanal. Chama a atenção, entretanto, o fato de 42% serem solteiros. Nos 3% restantes, enquadram-se os viúvos e separados.

 

 

Artesanato no Ceará

Rarte1Na década de 1970, o Governo do Estado iniciou a construção de políticas públicas para o setor artesanal cearense, quando foi implantado o Programa Integrado do Desenvolvimento Artesanal, por meio do qual foram executadas atividades de treinamento, promoção e comercialização do artesanato.

 

Em 1981 foi regulamentada a criação do Fundo Especial de Desenvolvimento da Produção e Comercialização do Artesanato Cearense (Fundart) e criada a Central de Artesanato do Ceará – Ceart, com o objetivo de centralizar, difundir e comercializar os produtos artesanais, priorizando, sobretudo, o mercado turístico.

 

Em 2003 a Secretaria do Trabalho e Empreendedorismo (Sete) passou a coordenar o Programa Cearense de Artesanato, por meio da coordenadoria do artesanato. O redirecionamento estratégico do programa promoveu a estruturação de duas áreas fundamentais de atuação: produção e comercialização.

 

A Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), através da Coordenadoria de Desenvolvimento do Artesanato, desde 2007, tem implantado projetos e desenvolvido ações do Programa de Desenvolvimento do Artesanato do Estado do Ceará, visando a melhoria da qualidade da produção artesanal, preservando os aspectos culturais tradicionais, além de incentivar mudanças no manejo da produção, adotando estratégias de apoio que garantam a permanência das atividades artesanais no contexto da economia globalizada, assegurando a melhoria de vida dos artesãos.

 

 

Tiago Stille / Fotógrafo / Governo do Ceará

 

 

16.09.2015

 

Wiarlen Ribeiro
Repórter / Célula de Reportagem

 

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