Programa Geração da Paz visa institucionalizar a cultura de paz no âmbito da Educação

11 de março de 2016 - 19:58

Estabelecer a cultura de paz no meio educacional é um desafio. Gestores, diretores de escolas, coordenadores, professores, alunos e demais profissionais da área têm, cada vez mais, se dado conta da necessidade de construir ambientes pedagógicos mais propícios à aprendizagem e ao crescimento coletivo. Para tanto, todos concordam que a paz é elemento indispensável nesse processo.

Nesta perspectiva, a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) instituiu, em 2011, o Programa Geração da Paz, que veio com a missão de pensar o tema de forma estratégica, elaborando meios de fortalecer a escola como espaço de inclusão, de respeito à diversidade e da promoção da cultura de paz.

A iniciativa, que hoje faz parte da Coordenação de Protagonismo Estudantil, começa nova fase em 2016, deixando de ser entendida como programa e passando, sistematicamente, a ser parte da filosofia organizacional da Seduc, permeando toda a sua estrutura institucional: sede, Coordenadorias Regionais de Educação (Credes), Superintendência das Escolas Estatuais de Fortaleza (Sefor) e unidades de ensino. Em encontro realizado na última quarta-feira (9), representantes destes segmentos reuniram-se para avaliar as oportunidades e os desafios que se apresentam para a continuidade do Geração da Paz.

Estratégia

Conforme lembra o professor Flávio Mesquita, que coordenou o programa durante os últimos cinco anos, é necessário que a temática seja incorporada ao currículo das unidades de ensino, de modo que não fique restrita apenas a intervenções pontuais. “Temos que ver a paz como uma estratégia que influencie as demais, dentro da instituição, estando presente em todos os processos. Com isso, temos a possibilidade de fazer uma grande revolução”, considera.

Neste sentido, Flávio explica que o sistema educacional precisa ser entendido como um conjunto, em que os organismos são interligados. Além disso, defende que a escola seja considerada o centro da ação, e não a ponta. “Não adianta a escola ser independente. Ela tem que se alinhar aos demais setores, construindo interdependência com a comunidade, com a Crede/Sefor e com a Seduc”, argumenta o educador.

Durante a reunião de quarta-feira, foram formados grupos de debate para a elaboração de ideias voltadas ao desenvolvimento do programa. Na visão da coordenadora da Crede 16 (Iguatu), Mônica Souza, e de seus parceiros de grupo, uma série de ações voltadas ao estudante podem ser postas em prática para instituir a cultura de paz. Entre estas, destacam-se o planejamento dos projetos de vida dos alunos, a variação das linguagens escolares, a formação e o acompanhamento de gestores, o fortalecimento dos grêmios estudantis e a estruturação da aprendizagem cooperativa como prática pedagógica cotidiana. “Temos, também, que perceber as experiências significativas que já estão ocorrendo nas escolas”, sugere.

Ramificação

A coordenadora regional do Projeto Professor Diretor de Turma (PPDT) na Crede 3 (Acaraú), Socorro Brandão, que também ficou responsável pela articulação do Geração da Paz naquela região, entende que as demais Coordenadorias também podem eleger profissionais para se dedicar à ação. “Já existem pessoas, mas é preciso direcioná-las, criar oportunidades para que elas assumam”, pondera.

Além disso, Socorro acredita ser necessário investir na formação da cidadania dos envolvidos. “Para que se tenha aprendizagem e bons resultados, é preciso compor um cenário ideal, que passa necessariamente pela formação humana, pelo desenvolvimento da razão em equilíbrio com a emoção. A formação da cidadania está voltada para o desenvolvimento de competências socioemocionais”, complementa.

A assessora especial de Gabinete da Seduc, Conceição Ávila, também defende a implantação da cultura de paz como missão de todos os entes que compõem o sistema educacional cearense. “Precisamos transformar o Geração da Paz numa marca presente em tudo: no currículo, nos processo de gestão, no material didático, nas formações, nos projetos e programas, nos processos seletivos, nos organismos colegiados, nos eventos e nos ambientes físicos. Também, na missão de cada funcionário do sistema: porteiro, merendeira, professor, coordenador, diretor, gestor etc.”, sustenta.

Objetivo

Trabalhar a paz pela paz, de forma apreciativa, independentemente da existência de conflitos aparentes e situações de violência. Com este pensamento, Flávio Mesquita procura deixar clara a linha de condução do programa. “A paz é positiva e é preciso olhá-la por esse aspecto, não apenas como o ‘remédio para o mal’. Ou seja, não quero simplesmente aprender a constituir um bem estar para sair de um mal estar”, observa.

Nas situações de conflito, entretanto, Flávio entende que é preciso intervir e construir a paz de forma mais enérgica. “Acontece que, quando se aprende a lidar somente com problemas, no sentido de combatê-los, não necessariamente se está construindo paz, e sim, se está forçando uma paz que não é sustentável. Não são apenas remediações que vão levar à escola a uma situação de paz duradoura”, complementa.

O educador ressalta, ainda, o caráter integrador do programa. “O Geração da Paz mostra que muitos projetos na Educação podem dialogar entre si. Vejo hoje que a iniciativa pode desaparecer para se transformar em cultura organizacional. Os desdobramentos, a partir de agora, serão do tamanho da vontade das pessoas. Tenho certeza de que a criação da perspectiva de paz não precisa de dinheiro, pois é uma coisa que já nascemos com ela”, frisa Flávio Mesquita.

Ceará Pacífico

Neste sentido, o Geração da Paz adquire potencial, inclusive, para nortear ações no Pacto por um Ceará Pacífico, do Governo do Estado, agregando experiências e propondo reflexões para o sucesso do movimento. A coordenadora de articulação de Politicas Sociais da Vice-Governadoria do Estado, Cristiane Holanda, que esteve presente no encontro, constata a semelhança entre as duas propostas. “Existe uma ligação entre o Geração da Paz e o Ceará Pacífico. O Pacto não é da Vice-governadoria, e nem somente governamental. É, sim, de todas as Secretarias do Governo, além de um convite de mobilização à sociedade civil para vivenciar a paz”, conclui.
 
 
 
11.03.2016

Bruno Mota
Jornalista/Assessoria de Imprensa da Secretaria da Educação
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