Aluno de escola estadual apresenta projeto em feira de ciências nos EUA

6 de maio de 2016 - 12:30

Um projeto para reduzir os índices de poluição da água, do solo e da degradação da caatinga, devido ao descarte do óleo de cozinha e da fibra do coco. Essa é a proposta que o aluno Pedro Victor Dias de Souza, da Escola de Ensino Médio (EEM) Governador Adauto Bezerra, em Juazeiro do Norte, vai mostrar, em Phoenix, Arizona, nos Estados Unidos, durante a Feira Internacional de Ciências e Engenharia – Fair Intel ISEF, entre os dias 7 e 13 deste mês.

O estudante será acompanhado pela professora Luiza Maria Valdevino Brito, orientadora do projeto. No momento, os participantes estão em São Paulo, em um workshop de preparação para o evento, desde o último dia 3. A escola integra a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 19, sediada no mesmo município.

Conforme Pedro Victor, a proposta surgiu com o intuito de viabilizar o descarte do óleo vegetal de maneira ecológica, implicando também na preservação do bioma Caatinga. “A ideia é, a partir de uma perspectiva qualitativa, atingir três vertentes: ambiental, econômica e social”, diz o estudante.

Projeto

O trabalho começa nas residências, onde o óleo é coletado por um reservatório de PVC com capacidade de três litros e por um separador de água e óleo sifonado com capacidade de dois litros, também construído com PVC, a ser instalado sob a cuba da pia da cozinha. Os dois coletores de óleo são de fácil adaptação, remoção e limpeza. Após essa etapa, vem a coleta de cocos verdes da espécie Cocos nucífera L., que têm o mesocarpo (mais conhecido como fibra) triturado, para a obtenção do pó. Esse pó recebe o óleo vegetal usado e o produto é exposto ao sol para retirada de umidade.

A professora Luiza Brito orienta que a mistura deve alcançar a proporção de 50ml para cada 40g de fibra de coco. “A partir desse processo, o produto adquirido é colocado em uma prensa denominada pneumática ou em uma briquetadeira e pode ser usado em estabelecimentos que possuam fornalhas, mediante o uso de um filtro de ar”, frisa.

Benefícios

A dupla cearense assegura que, com a ação, todos saem ganhando. A questão ambiental é beneficiada por minimizar os índices de poluição da água e do solo pelo óleo usado, por diminuir a quantidade de lixo causado pelo acúmulo de cocos descartados e por poder reduzir o desgaste da caatinga, proveniente da produção de lenha com mata nativa. Já o âmbito econômico é atingido por evitar gastos para o morador com desentupimento do encanamento, reduzir custos para empresas de saneamento retirarem o óleo da água e ainda baratear o custo da biomassa (fonte de calor para fornalhas). No que se refere ao social, o ganho chega com a possível geração de empregos em uma cooperativa de incubação local e ainda por facilitar o descarte desses resíduos para a população.

Para participar da Intel ISEF 2016, o trabalho recebeu credenciamento na Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec), onde conquistou o primeiro lugar na área de Ciências Ambientais. A Mostratec aconteceu em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, em outubro de 2015. Dessa forma, teve as despesas custeadas pela Fundação Liberato, que promove o evento. A professora Luiza Brito recebeu recursos do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), para participar do seminário e, em breve, da Intel ISEF.

Diretriz

A gestão estadual apoia a participação de alunos e professores da rede pública estadual em eventos científicos nacionais e internacionais. O objetivo é ampliar as oportunidades de aprendizagem, socializar os conhecimentos e promover a melhoria da qualidade do ensino. Para que toda a comunidade escolar saiba como proceder para receber o apoio, a Seduc divulgou a diretriz anual de participação para 2016.

O fluxo para participar de eventos científicos e culturais inicia-se na escola, com a participação na feira de ciências. Os melhores trabalhos de cada escola são classificados para a fase regional, que acontece em cada uma das 20 Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (Credes) e na Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor). Por último, é feita a etapa estadual, a Feira Estadual de Ciências e Cultura, que neste ano estará na 10ª edição, contando com a representação de 138 trabalhos, classificados em cada regional nas categorias: Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática, Robótica Educacional e Pesquisa Júnior – Ensino Fundamental. A partir da Feira Estadual, é possível receber credencial para eventos científicos nacionais e internacionais.

05.05.2016
 
Assessoria de Comunicação da Seduc
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