Hemoce realiza ação recreativa com pacientes no Parque do Cocó

23 de junho de 2017 - 15:16 # #

Assessoria de Imprensa do Hemoce Natássya Cybelly Contato: (85) 3101-2308 E-mail: natassya.chagas@hemoce.ce.gov.br / imprensahemoce@gmail.com

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença falciforme, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública do Governo do Ceará, realiza atividade recreativa neste domingo (25), a partir das 8 horas, no Parque do Cocó. A programação é em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, comemorado em 19 de junho.

Profissionais do Hemoce e pacientes portadores da doença falciforme distribuirão panfletos e farão mobilização com cartazes para alertar a população sobre sintomas e tratamento da doença. “É uma oportunidade de falar sobre a doença falciforme para quem não conhece e será também um momento de lazer para os pacientes atendidos pelo Hemoce. Nós vamos fazer um piquenique com uma roda de conversa para discutir sobre o tema e comemorar os avanços no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes”, destaca Adlene Faustino, enfermeira do ambulatório de coagulopatias do Hemoce.

A doença falciforme é hereditária e provoca má formação nas hemácias (glóbulos vermelhos). “As células normais são arredondadas e maleáveis. Com as alterações, essas células passam a ter um formato de meia lua ou foice, impedindo a circulação do sangue e oxigênio para tecidos e órgãos, causando várias complicações”, explica o hematologista Osanildo Nascimento. Os principais sintomas são: dores nas articulações, anemia, olhos amarelados, atraso no desenvolvimento e crescimento infantil, inchaço nos punhos, tornozelos, além de aumentar o risco de infecções e AVC.

Atualmente, o Hemoce atende a 380 pessoas com doença falciforme no hemocentro em Fortaleza e nos regionais do interior do estado. Os pacientes são acompanhados por hematologistas, assistentes sociais, ortopedistas, psicólogos e fisioterapeutas. O professor Francisco Lisboa, 55, é um dos pacientes que recebe assistência do Hemocentro. Ele foi diagnosticado com doença falciforme quando tinha três anos e passou boa parte da infância e adolescência com uma vida limitada. “Eu chegava a sentir dores tão fortes que não conseguia nem andar. Até a idade adulta, minha vida era dentro das emergências dos hospitais porque ainda não se sabia muito sobre a doença, não exista medicação específica e eu tinha muitas crises”, relata.

Hoje, Francisco faz todo o acompanhamento no Hemoce e mensalmente recebe as medicações que ajudam a amenizar as dores e crises repetitivas. “Com a medicação, a pessoa passa a produzir a hemoglobina fetal que protege as células saudáveis impedindo a má formação nas hemácias”, fala Osanildo Nascimento.

De acordo com Francisco Lisboa, o tratamento foi fundamental para melhorar a qualidade de vida. “Apesar de ter condições de pagar um plano de saúde e fazer o tratamento em hospitais particulares, eu preferi ser acompanhado pelo Hemoce porque aqui eu encontrei uma equipe de profissionais capacitados, que conhecem a nossa situação, nossa necessidade e eu consegui ter uma qualidade de vida melhor. Hoje posso dizer que convivo sem dor e isso dá um alívio para qualquer pessoa que tem um problema de saúde”, afirma.

Diagnóstico e tratamento

A principal forma para diagnosticar é através do teste do pezinho, que é feito logo nos primeiros dias de vida das crianças. Outra forma é o exame de sangue eletroforese de hemoglobina, que é realizado em crianças com mais de seis meses e em adultos. Quando a doença falciforme é identificada na infância, os pacientes são encaminhados para o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), também da rede pública do Governo do Ceará. A partir dos 18 anos, o tratamento é feito no Hemoce. Para obterem mais informações sobre exames e diagnóstico, os adultos que têm algum indício de doença falciforme podem procurar o Ambulatório de Coagulopatias e Hemoglobinopatias do Hemoce pelo telefone (85) 3101-2310.

Apesar de a doença não ter cura, o tratamento permanente melhora a qualidade de vida dos pacientes. Através das medicações, acompanhamento com hematologistas e exames periódicos, as chances de ter crises de dores e complicações da doença são bem menores.