Pacientes com aneurisma recebem tratamento de ponta no HGF
7 de abril de 2010 - 14:25
As bonecas de pano da dona Francisca foram deixadas de lado depois que a artesã passou a sofrer com fortes e frequentes dores de cabeça. Além das dores, pontadas e a vista embaçada foram outros sintomas que fizeram a artesã procurar ajuda médica. O diagnóstico veio há 3 anos: dona Francisca tinha um aneurisma cerebral. O tratamento indicado era cirúrgico, mas a artesã tinha medo de enfrentar o procedimento. Nas palavras dela, “foram anos vivendo com uma bomba relógio na cabeça” até que ela decidiu em janeiro deste ano encarar o problema e se submeter ao tratamento indicado. No Hospital Geral de Fortaleza, ela foi submetida a uma embolização por catéter, tratamento de ponta para aneurisma cerebral realizado desde abril de 2008 na unidade pelos médicos Marcelo Otoch e Ricardo Targino. Após 48 horas, dona Francisca foi liberada e hoje se dedica à confecção de bonecas sem o incômodo das dores de cabeça.
A alta médica só foi rápida graças a associação do aparelho de hemodinâmica ao uso do catéter, que possibilita a realização de cirurgias sem corte. Hoje, são realizados cerca de 20 procedimentos por mês, sempre às terças e quintas-feiras. 10 pacientes estão na fila aguardando para fazer a embolização por catéter. Pelo método convencional, apenas 2 pacientes são operados mensalmente no HGF. É recomendado fazer exames especializados em todos os parentes diretos (filhos, irmãos, etc . ) dos pacientes afetados por aneurismas. A embolização por catéter em algumas ocasiões é feita sem anestesia geral, somente com sedação, tem duração em torno de duas horas e requer uma internação geralmente mais curta que em um procedimento convencional. Nos casos de aneurisma que não sofreram rompimento o tempo médio de internação para o tratamento é de 48 horas e nos que sangraram a embolização precoce faz com que as sequelas neurológicas sejam minimizadas ou praticamente inexistentes. No caso de uma cirurgia convencional, com abertura do crânio, o paciente permanece internado por mais tempo, com todas as consequências e recuperação de um procedimento cirúrgico maior.
De abril de 2008 a março de 2010, o Hospital Geral de Fortaleza tratou mais de 250 aneurismas cerebrais através de técnica endovascular por cateter. Por mês, são realizados cerca de 60 pacientes são submetidos a uma arteriografia, exame que possibilita o diagnóstico precoce da doença. As consultas para pacientes operados ou com suspeita de aneurisma ocorrem todas as sextas-feiras no ambulatório do HGF.
Aneurisma cerebral em números
2 a 5% da população são portadores
50% morrem até 30 dias após o sangramento
30% tem novo sangramento se não tratados
Aneurisma Cerebral
Em todo o Brasil, pelo SUS, os hospitais realizam em média 50 procedimentos como este por ano. O HGF é o único hospital a realizar embolizações em pacientes com aneurisma cerebral pelo SUS no Estado. Um novo aparelho de hemodinâmica de maior porte já está sendo adquirido pelo Governo do Estado para o HGF. Com o equipamento, será possível ampliar a capacidade de atendimento, realizando embolizações de segunda a sexta-feira.
Assessoria de Imprensa do HGF
Gilda Barroso (gildabarroso@gmail.com/ 3101.7086)