ICID+18 debaterá alternativas para regiões semiáridas do mundo inteiro

3 de agosto de 2010 - 17:35

O Estado do Ceará vai receber, nos próximos dias 16 a 20 de agosto, no Centro de Convenções, em Fortaleza, a Segunda Conferência Internacional: Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18), que pretende reunir cerca de dois mil participantes do mundo inteiro para identificar e focalizar ações nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta. 

De acordo com a presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Tereza Farias, o evento será um importante espaço para as discussões ambientais no âmbito da Caatinga, especialmente para o Ceará, já que 92% do território do Estado é composto por este Bioma. Além disso, para a presidente, o encontro é uma oportunidade para o debate sobre o clima e as políticas públicas que vão difundir os processos de adaptação e mitigação das mudanças climáticas que são resultantes de processos naturais motivados, na maioria das vezes, por usos indevidos dos recursos ambientais. “Tratar das mudanças climáticas, na realidade, é avaliar o modelo de desenvolvimento econômico e ambiental fundamentado nas pesquisas científicas e nas evidências que a população sente no dia-a-dia”, frisou a presidente.

No caso específico da Caatinga, na Região semiárida cearense, Tereza Farias ressalta que o Estado vem sofrendo com o desmatamento, com as queimadas e com a perda da biodiversidade, que têm contribuído para escassez dos recursos hídricos e para o aumento da emissão de CO² na atmosfera. “É por isso que o Ceará já criou a lei florestal estadual, que estimula o manejo agroflorestal, o sistema agrosilvopastoril, o controle de queimadas e o combate aos incêndios florestais. A integração destas políticas tem propiciado aos gestores municipais trabalhar estratégias alternativas para a melhoria dos indicadores de desmatamento e de queimadas”, destacou.
O estado é pioneiro no trabalho de estudos hidroambientais, desenvolvido pela Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) e que permite a utilização sustentável dos recursos naturais, proporcionando melhoria de renda e assegurando condições ambientais favoráveis à recuperação de áreas degradadas. De acordo com Tereza Farias, o desenvolvimento agrário no Estado tem implantado programas de conservação de solo, práticas agrícolas sustentáveis e arranjos produtivos locais, a exemplo da apicultura e artesanato, apoiados pelo Projeto Mata Branca, que minimizam a exploração indevida e desordenada do solo e dos recursos florestais.

“Todo esse processo de sustentabilidade da Caatinga e novas práticas conservacionistas só são possíveis por meio de capacitações e de educação ambiental envolvendo as escolas, os sindicatos rurais, o poder público municipal, os agricultores, proprietários de terras e setor empresarial”, aponta Tereza Farias.

Estudos realizados pela Fundação Cearense de Meteorologia e de Recursos Hídricos (Funceme), que monitora desde 1992 as áreas em processo de desertificação no Estado, mostram que estas áreas vêm se expandido. Para Tereza Farias, é preciso fortalecer as políticas florestais no Estado incentivando o manejo agroecológico, a educação ambiental contextualizada para o homem do campo e o aumento nas áreas protegidas.

03.08.2010
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