Secretário defende conscientização para a necessidade do planejamento

11 de junho de 2019 - 16:57 # # #

Ascom Seplag

A necessidade de uma conscientização social para a realidade atual brasileira foi um dos pontos destacados pelo secretário do Planejamento e Gestão, Mauro Filho, no primeiro dia do seminário internacional “Os Desafios do Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento Econômico do Brasil”. O evento começou na última segunda-feira (10/6), no auditório da Seplag, e prossegue até a terça-feira (11/06).

“O Governo Federal não consegue se ajustar, definir metas e objetivos para ele próprio. Hoje o que o Brasil fala de reforma da Previdência, que é importante e necessária, mas o que ela deve gerar – dependendo do que for aprovado – é somente diminuir a velocidade do crescimento dessa despesa, que está na ordem de R$ 49 bilhões, passando para algo em torno de R$ 27 bilhões. Isso não tira o País do planejamento de longo prazo, que é o objetivo maior”, pontuou.

Mauro Filho defendeu a necessidade de uma conscientização das pessoas, dos gestores e dos formuladores de políticas públicas sobre o cenário nacional e dos estados. “A questão fiscal tem sido sobreposta às noções de planejamento, de pensar o setor público, nos níveis federal, estadual e municipal. Essa questão do planejamento, para onde queremos chegar, com que velocidade vamos chegar, que indicadores estão sendo traçados para poder nos três níveis darem a si próprios uma condição de alcance”, afirmou.

Planejamento criterioso

O secretário executivo da Seplag, professor Flávio Ataliba, disse ao abrir o seminário ser necessário montar as bases para retomar o planejamento criterioso, “baseado em evidências e com diagnósticos cientificamente corretos”. Para ele, há um entendimento equivocado que o ideário de maior liberalismo econômico se choque com a ideia de se planejar. Segundo o secretário, a economia se tornou muito mais complexa que nas décadas de 60 e 70, em que o planejamento ganhou muito espaço. Ele frisou que os problemas de hoje talvez sejam mais complexos, mas a evolução da ciência com as novas técnicas e o próprio advento da revolução digital podem propiciar o encaminhamento mais rápido e mais correto dos problemas.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior, qualificou ser de suma importância o planejamento estratégico e lembrou que liderou a elaboração de um planejamento estratégico para os próximos 30 anos, que é o Ceará 2050. De acordo com Maia, o Estado fez um esforço nesse aspecto para fortalecer o planejamento. “Precisamos não só pensar o futuro, mas também regular essas ações ao longo do tempo, a fim de obter resultados”, apontou.

A primeira palestra do seminário foi proferida pelo secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, abordando o tema ”Desafios do Planejamento para Alavancar o Desenvolvimento Econômico no País”. Segundo ele, para que realmente seja possível pensar e realizar um planejamento mais efetivo são necessárias reformas estruturais urgentes, como a nova Previdência Social, a Reforma Tributária e outras medidas ligadas ao mercado de capitais e microeconômicas que buscam melhorar e criar robustez da economia.

Waldery afirmou ainda ser importante definir qual o Brasil que se quer nos próximos anos e que, por isso, planejar bem é vital. “Vivemos em uma Federação que tem sua autonomia, onde os entes subnacionais têm autonomia perante a União. Mas é importante que haja uma convergência de objetivos em termos de planejamento, de crescimento”, disse, “Estando a União bem, ela pode ajudar os estados e estes se fortalecendo podem ajudar a União e os municípios. Então, é importante que a federação brasileira se robusteça em conjunto”, completou.

Ele comentou ainda que sob o ponto de vista do federalismo fiscal os três entes estão com problemas, que ele denomina de “estresse fiscal”. Para solucionar tal desequilíbrio, segundo ele, o trabalho deve ser feito conjuntamente. Ressaltou que a União tem o papel de coordenação, “de apontar quais são as diretrizes. Há uma união saudável entre os entes federativos. O ganho é termos todos buscando políticas que promovam e fortaleçam a educação, saúde, segurança pública etc.