Cagece promove substituição gradual de redes para reduzir perdas

16 de janeiro de 2020 - 11:50 # # # #

Faruk Segundo - Ascom Cagece Texto
Deivyson Teixeira Fotos

Imagine um sistema de abastecimento que leva água para mais de 2 milhões de pessoas o dia todo, por mais de três décadas. Com todo esse tempo de utilização, é natural que esses equipamentos envelheçam e comecem a apresentar complicações devido ao desgaste. A substituição periódica das redes de distribuição de água é um trabalho coletivo das Unidades de Negócio da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para aplicar melhorias nesse sistema e fazer com que ele continue funcionando regularmente.

Fortaleza possui, em média, mais de 5 mil km de rede de água. Somente neste ano de 2019, as quatro Unidades de Negócio da companhia que operam na Capital cearense realizaram a substituição de cerca de 27 km de tubulações. Essa troca garante que a população tenha suas casas abastecidas, evitando o baixo rendimento e fragilidade operacional do sistema.

O principal fator para uma região ter sua rede substituída é o número de ocorrências existentes naquela área. Quanto mais velha está a tubulação, maior número de vazamentos ela terá. Por isso, a equipe da Cagece leva em conta estes dois fatores: vida útil do equipamento e quantidade de ocorrências. “Nós cruzamos o mapa sobre a área que possui esses dois fatores e a essa área é dada prioridade no processo de substituição e troca”, explica Sávio Braga, superintendente de Negócio Capital.

Esse levantamento é feito por cada unidade responsável pela região que receberá as obras. Assim como afirma Suely Lima, gerente da Unidade de Negócio Metropolitana Sul, “o vazamento é um problema muito pontual. Você faz aquele reparo, troca um pedaço pequeno da tubulação. Agora, quando a rede já está com um problema mais sério, de obstrução ou rompimento frequente, substituímos um trecho maior”.

Nesse sentido, a população representa uma grande colaboração para a companhia no que diz respeito à localização dessas ocorrências. Com uma rede que cobre quase toda a extensão da capital, é impossível que os vazamentos e intervenções sejam localizadas apenas pelas equipes da Cagece. Através dos informes que são feitos por telefone, redes sociais ou aplicativo da companhia, o serviço é realizado com uma agilidade muito maior.

Mais tecnologia para menos vazamentos

O processo de substituição, com o avanço das pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias, passou por diversas mudanças na escolha de qual o melhor equipamento a ser utilizado. A Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Cagece (Geped) é a responsável por captar o que se tem de mais novo no mercado e testar sua aplicabilidade aqui no estado. Esses testes são importantes principalmente quando se tem em mente que “nem sempre o equipamento que é compatível para um cenário europeu, por exemplo, é bem utilizável aqui”, destaca Sávio Braga.

O superintendente explica que o material utilizado nas primeiras tubulações possuía um nível de durabilidade menor do que o atual: “quando nós começamos as primeiras tubulações de esgoto, utilizávamos manilhas de barro vitrificado. Isso há 40, 50 anos atrás, porque era o que se utilizava normalmente. Com o passar do tempo, esse material foi substituído por manilhas de concreto armado ou por tubulações de ferro, até que se chegou no PVC”, destaca Sávio.

Medindo e operando

Além do fator perda, a substituição possui outro importante papel para a cidade e a companhia. Ela também pode ser uma preparação para projetos maiores que serão instalados e feitos naquela área. Geralmente, a troca substitui apenas o material, sem modificar suas características hidráulicas. Porém, quando a região faz parte de algum plano diretor do município ou da companhia, o trecho pode ser alterado por uma tubulação com diâmetro maior para atender melhor a área que pode vir a ter um crescimento demográfico.

Outro projeto que depende das substituições é a instalação dos Distritos de Medição e Controle (DMCs), uma das tecnologias mais avançadas utilizadas hoje pela Cagece. O equipamento é considerado um dos melhores na área do saneamento pelo fato de setorizar as áreas de abastecimento. Dessa forma, o DMC é capaz de controlar a pressão de água para determinada região e fazer um diagnóstico sobre os locais que possuem mais perdas.

O coordenador de combate às perdas de água na capital, Pedro Cavalcante, reitera que a Cagece investe cada vez mais no equipamento. “Já foram instalados 17 DMCs em Fortaleza e mais 73 estão planejados para serem colocados em seis setores: Floresta, Vila Brasil, Aldeota, Expedicionários, Messejana e Castelão. Eles serão importantes para diminuir ainda mais a estimativa atual de 23% de vazamentos do volume distribuído”, prevê o coordenador.