Governo do Ceará promove workshop para inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho

12 de fevereiro de 2020 - 16:51 # # # # #

Ascom SPS

Exclusão e preconceito marcam a trajetória de pessoas trans e travestis quando o assunto é inserção no mercado de trabalho. Para estabelecer um diálogo entre esse público e possíveis empregadores, o Governo do Ceará, através da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para LGBT da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), promove o I Workshop Estadual de Inclusão de Pessoas Trans no Mercado de Trabalho, que reunirá diversas empresas para conhecer as demandas do segmento e compartilhar experiências. O encontro acontece nesta sexta-feira (14), a partir das 8h15, no auditório do Edifício Etevaldo Nogueira. As inscrições estão disponíveis no link.

“Estamos promovendo a transversalidade das pautas trabalhadas aqui na Secretaria em todos nossos projetos. Esse workshop é um exemplo dessa integração”, observa a titular da SPS, Socorro França, referindo-se à presença das empresas que participam de projetos como o Primeiro Passo e as políticas para população LGBT.

Mulher trans, assistente social e técnica da Coordenadoria LGBT da SPS, Lucivânia Sousa, destaca a importância do encontro para as pessoas trans e travestis. “Enfrentamos a exclusão desde muito cedo e até entendermos quem somos, passamos por processos muito duros. Foi pensando nesta realidade que organizamos este workshop. A partir deste encontro queremos construir o Oportuniza Trans, que funcionará direcionando pessoas trans para projetos sociais voltados para inclusão deste segmento no mercado de trabalho formal”, frisa Lucivânia.

Entre as empresas que estarão no evento, estão participantes do programa Primeiro Passo. A coordenadora de inclusão social da SPS, Robertha Arrais, destaca que essa inclusão é uma prática que o programa vem trabalhando. “Levar grupos de empresários para debater sobre a população trans e os desafios de ingresso no mercado de trabalho contribui para quebrar estigmas e estereótipos, além de reafirmar conceitos de cidadania e inclusão social. Esperamos ter uma rede de empresários sensibilizados com a temática e compreendendo a importância econômica e social de contratar pessoas trans”, destaca.

Exclusão em Números

De acordo com pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra/ 2018), estima-se, devido à exclusão familiar, travestis e mulheres transexuais são expulsas de casa pelos pais com cerca de 13 anos de idade. A pesquisa também aponta que devido à baixa escolaridade decorrente da exclusão social e escolar só 0,02% deste público está na universidade, 72% não possuem o ensino médio e 56% não têm o ensino fundamental.

Mercado de Trabalho

“Há dois anos nós começamos a atuar com ações de conscientização dentro do escritório. Realizamos campanhas, conversamos diariamente com nossa equipe sobre o respeito e a importância de se dirigir com o pronome cujo a pessoa se identifica e também passamos a destinar vagas de trabalho para pessoas trans”, explica o advogado Ronald Feitosa, do escritório de advocacia Imaculada Gordiano, parceiro no evento. “Vai ser muito bom poder dividir o que aprendemos neste período e ouvir as demandas das pessoas trans. Penso que estamos começando a construir um espaço de mudanças efetivas para este segmento dentro do mercado de trabalho”, conclui Ronald, que participará da mesa de debates do Workshop.

Serviço

I Workshop Estadual de Inclusão das Pessoas trans no mercado de trabalho
Data: 14 de fevereiro (Sexta-feira)
Horário: 8h às 17h30
Local: Auditório do Ed. Etevaldo Nogueira, Av. Dom Luiz, n° 807, Meireles

Programação

8h – Credenciamento

9h – Mesa de Abertura

9h20 às 12h – Mesa I: Os principais desafios para inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho formal.

12h às 13h30 – Intervalo

13h30 às 15h – Mesa II: Estratégias de superação e inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho formal.

15h às 17h30 – Divisão e apresentação dos grupos de discussão