Projeto Paulo Freire orienta agricultores e mantém assessoria técnica online

22 de abril de 2020 - 09:40 # # # # # # #

Ascom SDA Texto e Fotos

Mesmo diante da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) continua trabalhando para oferecer apoio e condições para agricultores familiares produzirem. Um exemplo é o Projeto Paulo Freire (PPF) que, diante da impossibilidade da presença em campo das seis equipes de Assessoria Técnica Contínua, desenvolve a atividade de maneira remota e fortalece a produção dos agricultores familiares, com segurança alimentar e geração de renda.

O resultado é a alimentação saudável para as famílias do campo e quintais produtivos integrados às tecnologias sociais. A agricultora familiar Flaviana Lima é um desses exemplos e criou até uma placa para alertar de que não está recebendo visitas durante o período de pandemia. “A gente é muito criticada por conta disso, mas meu pai tem mais de 60 anos, é diabético e hipertenso”, justifica a decisão.

Por outro lado, o dia à dia dentro de casa aumentou a produção e foram o contato com amigos e as redes sociais quem garantiram o escoamento da produção. “Fiz uma comercialização grande de maracujá e cheiro verde na Páscoa. Entregando nas casas, mas tomando todos os cuidados de distanciamento e higiene”, narra a produtora experimentadora da comunidade Santa Luzia, em Sobral.

Com o apoio de seis equipes de assessoria técnica, outras famílias também desenvolveram outras estratégias: venda na própria comunidade e nos comércios locais, encomendas de cestas, ou até mesmo o auto-consumo dos alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos. Outra mudança no dia à dia dizem respeito à obedecer a proibição de feiras livres, segundo questionários enviados às ATCs que atendem o Paulo Freire.

Íris Tavares, que coordena o Projeto Paulo Freire, alerta que a pandemia é um vilão que ninguém quer ver em comunidades rurais. Para além da distância dos centros urbanos, a própria estrutura de saúde no interior do Estado é menor. “Considerando que as famílias pobres e extremamente pobres são as mais castigadas num cenário de pandemia, a contaminação por pessoas nas comunidades rurais é uma preocupação constante do Governo do Ceará e da Secretaria do Desenvolvimento Agrário”, frisou.

“Entretanto, o Paulo Freire garantiu a implantação de tecnologias sociais e projetos produtivos que representam a convivência com o semiárido e a segurança alimentar e nutricional dessas famílias”, reforça. “A construção de cisternas, por exemplo, é extremamente importante na redução dos riscos de contágio por esse novo vírus”, destaca o acesso à água potável como fundamental para um bom funcionamento do sistema imunológico.

Redes Sociais

O Whatsapp, o Facebook e o Instagram são aliados na prestação de assistência técnica e acompanhamento dos planos de investimentos do projeto financiado com recursos de empréstimo junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). As Tecnologias de Informação e Comunicação já eram utilizadas pelos jovens atendidos pelo Paulo Freire com essa finalidade e foram potencializadas durante o período de pandemia do coronavírus Covid-19.

Os instrumentos são utilizados para promover debate sobre temas relacionados à Agricultura Familiar, Agroecologia, Segurança Alimentar e Nutricional, Gênero e Etnia, Juventudes e Convivência com o Semiárido. Pelo Instagram, por exemplo, as entidades promovem lives com o objetivo de dar visibilidade às temáticas do campo de relevância social e inserir os beneficiários nos círculos de debate sobre políticas públicas.

O Projeto Paulo Freire atua em 600 comunidades rurais dos 31 municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Ceará. A Assessoria Técnica Contínua é executada pelas seguintes entidades: Centro de Estudos e Assistência às Lutas do Trabalhador (Cealtru); Centro de Estudos do Trabalho e Assessoria ao Trabalhador (Cetra); Cáritas Diocesana de Crateús; Centro de Pesquisa e Assessoria Esplar (Esplar); Instituto Antônio Conselheiro (IAC); Instituto Flor do Piqui; e ONG Cactus.