Pesquisa com cerca de 10 mil testes irá avaliar propagação da Covid-19 em Fortaleza

29 de maio de 2020 - 19:56 # # # # # # #

Igor Cavalcante - Ascom ViceGov Texto
José Wagner Fotos

Cerca de 10 mil moradores de Fortaleza serão submetidos a testes rápidos para detecção da Covid-19 (doença causa pelo novo coronavírus) a partir da próxima terça-feira (2). A ação, realizada pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), em uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), tem como objetivo estudar o impacto do vírus em Fortaleza e produzir o inquérito epidemiológico da doença.

Ao todo, serão realizados 9,9 mil testes ao longo das três fases do estudo, que será coordenado pelo Instituto Opnus de Pesquisa e Opinião. “Com os dados, vamos avaliar o número de pessoas que já tiveram contato com o vírus e desenvolveram anticorpos. Assim, poderemos entender quantas pessoas estão suscetíveis a pegar”, explicou a secretária executiva de vigilância e regulação da Sesa, Magda Almeida.

Além disso, será possível também estimar o percentual de infecções assintomáticas e obter cálculos mais precisos da letalidade da doença. Para a secretária da Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, a pesquisa se mostra fundamental no atual estágio da epidemia em Fortaleza. “O inquérito epidemiológico irá nos mostrar a nossa taxa de ataque, que é o percentual da população que já está imunizada. Isso irá nos orientar para as próximas medidas, como faremos nossa retomada”, disse.

Testes domiciliares

Os testes serão domiciliares em 39 bairros da Capital, contemplando todas as regionais. As residências serão selecionadas sistematicamente e o morador escolhido por meio de sorteio. No caso dos menores de idade e incapazes, os testes serão feitos mediante autorização dos pais ou responsável.

“É fundamental que tenhamos a colaboração da população em participar. As pessoas podem ficar tranquilas que toda a equipe recebeu os devidos treinamentos de biossegurança e portarão os equipamentos de proteção adequados para garantir a segurança da população e da equipe”, ressaltou Pedro Barbosa, diretor no Instituto Opnus.

Cada fase da pesquisa usará 3,3 mil testes rápidos. As coletas serão realizadas por enfermeiros da SMS, com apoio de campo de agentes comunitários de saúde e supervisores do Instituto Opnus. Para garantir a segurança tanto dos profissionais quanto da população, a equipe de pesquisa estará com equipamentos de proteção individual (EPIs), como touca, avental, óculos, máscara e luvas, e adotarão os protocolos recomendados pelos órgãos de saúde.

Segurança da pesquisa

Os pesquisadores também estarão identificados com crachá e portarão panfletos informativos sobre a pesquisa, além de termos de consentimento para participação. Na próxima segunda-feira (1º), eles serão treinados para aplicação dos testes e sobre os procedimentos de biossegurança.

O teste rápido revela o resultado em 15 minutos, após uma simples picada na ponta do dedo para a coleta de uma gota de sangue. Enquanto o resultado estiver sendo aguardado, os pesquisadores irão aplicar um questionário com informações sobre sexo, idade, escolaridade, condições de saúde e possíveis sintomas que o morador tenha sentido recentemente.

Após a primeira fase da pesquisa, entre 2 e 12 de junho, mais duas etapas irão ocorrer, uma entre os dias 25 de junho e 5 de julho, e outra entre 16 e 26 de julho.